A Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar) prorrogou a campanha estadual de vacinação contra febre aftosa para o dia 15 de junho. A campanha, que está em curso, seria encerrada nesta quinta-feira (31). Mas em decorrência da greve dos caminhoneiros, que afetou a distribuição e venda de vacinas, a campanha foi prorrogada.
De acordo com o gerente de Saúde Animal da Adapar, Rafael Gonçalves Dias, essa prorrogação segue a recomendação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que adotou a medida em todo o País.
Segundo Dias, nessa primeira etapa da campanha, promovida em maio, é obrigatória a vacinação e a comprovação da vacina de bovinos e bubalinos de zero a 24 meses. No Paraná, estima-se um rebanho de 4,2 milhões de cabeças nessa faixa de idade que precisam ser vacinadas e comprovadas. Segundo a Adapar, até a presente data, houve a comprovação de vacinação de 70% do rebanho envolvido nesta etapa.
Com esse novo prazo, espera-se regularização do estoque de vacina nos revendedores, e que os produtores rurais tenham maior autonomia para a vacinação e a sua comprovação.
A vacinação no Paraná é obrigatória para bovinos de búfalos com até 24 meses de idade. A dose da vacina é de 5 ml para todos os animais, independente do peso e tamanho. Ao comprar a vacina nas casas agropecuárias, o produtor deve obter a Nota Fiscal de compra da vacina e o Comprovante de Vacinação e Atualização Cadastral. O comprovante deverá ser entregue nas Unidades Locais da Adapar até o dia 15. A comprovação também pode ser feita pela internet, acessando a página da Adapar em www.adapar.pr.gov.br.
BOX
Adapar acompanha ocorrências de mortes de animais em decorrência da greve
A Adapar está acompanhando com preocupação as ocorrências de mortes de animais (aves e suínos) em decorrência da greve dos caminhoneiros. As consequências estão sob alvo de atenção dos fiscais da Adapar para evitar um problema sanitário em decorrência de um descarte dos animais mortos.
Há necessidade de que a Adapar seja comunicada e realize vistorias sobre as mortes ocorridas, alertou Rafael Gonçalves Dias. Segundo ele, essa vistoria é necessária para que sejam descartados os casos de mortes causadas por doença de comunicação obrigatória. Os produtores também devem utilizar métodos seguros de eliminação das carcaças, em conjunto com o órgão ambiental responsável, acrescentou Dias.
De acordo com Gonçalves, as ações da Defesa Civil e demais órgãos do Estado junto ao movimento dos caminhoneiros evitou uma mortandade massiva no Estado, já que houve o fornecimento de alimentos, mesmo com dificuldades, em várias localidades.
Mas a possibilidade de desnutrição em localidades onde a ração ainda não chegou representa uma ameaça, podendo gerar situações de estresse, comprometendo o desenvolvimento, bem-estar animal e a sanidade dos rebanhos.
Até o momento, os supervisores regionais da Adapar não detectaram quadro generalizado de morte de animais por inanição. Mas estão acompanhando a situação, principalmente na região Oeste do Estado, que concentra grande parte da produção de aves e suínos do Estado.
Segundo Dias, nos casos de morte das aves e suínos, se não ocorrer em número elevado, as carcaças devem ser destinadas para as compostagens das propriedades rurais. Mas em situações de alta mortandade, há necessidade de “enterrio” das carcaças e isso precisa ser feito sob orientação do órgão ambiental, com local adequado na propriedade que não contamine os lençóis freáticos que servem a região.