Lideranças enaltecem trajetória
exemplar de Jayme Canet Júnior

Familiares, amigos e lideranças de diversos setores prestaram homenagem ao ex-governador, que faleceu quarta-feira, em Curitiba
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01/09/2016 - 16:00
Editoria

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Familiares, amigos, lideranças políticas e de diversos outros setores estiveram na manhã desta quinta-feira (01) no Palácio Iguaçu, para prestar homenagem ao ex-governador Jayme Canet Júnior, falecido quarta-feira (31), em Curitiba. O legado de sua gestão (1975 a 1979) e os traços marcantes de sua personalidade foram lembrados pelos que tiveram convivência mais próxima.
Ao participar da abertura da Semana da Pátria, no Colégio Militar de Curitiba, o governador Beto Richa, manifestou a admiração pelo ex-governador e falou sobre a contribuição ao Paraná.
“Lamentamos profundamente a morte do ex-governador Canet. Tenho grande consideração e apreço pelo que ele representa, uma trajetória de vida exemplar, grande político, conduta moral e ética irrepreensível. O Paraná deve muito a Jayme Canet, sobretudo, no período em que governou o Estado”, declarou Richa. Na solenidade cívica não foram entoados hinos e nem houve desfile, em respeito ao luto oficial, de três dias, decretado por Richa.
RESPEITO – O ex-governador João Elisio Ferraz de Campo, que foi secretário de Estado da Administração no governo Canet Júnior, com quem teve longa convivência, ressaltou a austeridade e a grande capacidade de fazer amigos. “Um homem que deixa exemplo. Não diferenciava as pessoas, tratava a todos com respeito. Fez um governo transformador”, disse ele.
João Elisio lembrou o episódio da geada de 1975, a mais intensa da história do Paraná, que destruiu a cafeicultura do Estado. “Sobrevoamos juntos o Paraná, em especial a região Norte. Ele disse: 'hoje é o dia mais triste de minha vida'. Isso foi muito marcante para mim. Canet percorreu a região, conversou com muitos cafeicultores, deu-lhes ânimo. Afirmou que o Paraná era verde e voltaria a ser verde.”
O ex-prefeito de Curitiba, Saul Raiz, também ressaltou a austeridade no trato de questões públicas. “Nunca, nenhuma vez sequer, solicitou empregos ou qualquer vantagem para pessoas próximas. Tinha a convicção de que governar não era distribuir benesses. Esse é um dos grandes exemplos que deixa”, disse Raíz.
SOCIEDADE – O ex-governador deixa a esposa, Maria de Lourdes, três filhos, oito netos e 13 bisnetos. A filha Ana Zulmira conta que, findo o período no Governo do Estado, ele não voltou a atuar ativamente na política, mas permaneceu trabalhando muito em projetos e ações voltados à sociedade, sempre junto com a esposa.
Foi o fundador da Casa de Apoio Maria de Lourdes, que atende aos pacientes em tratamento de câncer do Hospital Erasto Gaertner, de Curitiba. Junto com o médico Ricardo Pasquini, Jayme Canet fundou o Instituto TMO (Transplante de Medula Óssea) do Hospital de Clínicas, que atua com apoio à pesquisa e pacientes em tratamento de leucemia. O Instituto TMO é hoje referência no Brasil.
TRANSFORMADOR - Natural de Ourinhos (SP), Jayme Canet cursou engenharia, dedicou-se ao comércio e a agricultura, como cafeicultor e pecuarista. Começou a atuar na vida pública na década de 1960. Foi presidente da Café do Paraná, do Banco do Estado do Paraná e vice-governador no período de 1973-1975.
Foi eleito governador pela Assembleia Legislativa e tomou posse em 15 de março de 1975.
Foi um dos grandes responsáveis pela diversificação econômica do Paraná. Foram também marcantes na sua gestão a atenção dada à malha rodoviária estadual. Em quatro anos de gestão, pavimentou cerca de 4 mil quilômetros de estradas, integrando o Estado e facilitando a comunicação entre todas as regiões econômicas paranaenses.
Também priorizou a educação, aumentando em 50% a oferta de vagas nas unidades educacionais do Estado. Como reconhecimento pelo trabalho ganhou o título de “Doutor Honoris Causa” pela Universidade Federal do Paraná.
Canet também promoveu uma reforma administrativa, defendendo a racionalidade e eficiência da máquina pública, promoveu a modernização e mecanização da agricultura; ações de combate à erosão. A eletrificação rural alcançou 4.350 quilômetros de extensão. As redes de transmissão e distribuição de energia praticamente dobraram, acompanhando a evolução do consumo da indústria paranaense.

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