A Celepar é a primeira empresa do Governo do Estado a implantar uma usina fotovoltaica, que gera energia solar, limpa, segura e renovável para atender a necessidade da própria empresa. A unidade conta com 192 painéis de 2 metros quadrados, com potência total instalada de 60,48 quilowatts-pico (kWp), que foram dispostos de forma a otimizar o aproveitamento do sol e evitar áreas sombreadas da edificação. Em potência instalada, trata-se da segunda maior usina de Curitiba. A produção diária, num comparativo, poderia atender 45 residências, representando para a companhia uma economia anual superior a R$ 60 mil.
Em funcionamento desde a semana passada, a usina compõe as atividades “Celepar por um mundo melhor”, que prioriza ações ligadas aos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS). Desde 2015 a companhia é signatária dos compromissos com os ODS. O secretário estadual do Desenvolvimento Urbano, Silvio Barros, destacou que a sociedade começa a viver um novo paradigma de geração e distribuição de energia limpa e renovável. Segundo ele, as pessoas serão ao mesmo tempo consumidores e fornecedores de energia para a Copel, que colocará o excedente produzido em sua rede. “O pioneirismo da Celepar na instalação de uma usina fotovoltaica é um exemplo que deverá ser seguido pelos demais órgãos do Governo do Estado”, afirmou o secretário.
Os sistemas fotovoltaicos geram energia elétrica através das células fotovoltaicas, que são feitas de materiais capazes de transformar a radiação solar diretamente em energia elétrica através do “efeito fotovoltaico”. O material mais difundido para este uso é o silício.
EFICIÊNCIA ENERGÉTICA - O presidente da Celepar, Tiago Waterkemper, informou que o retorno dos R$ 446 mil investidos na usina virá em aproximadamente sete anos, considerado um curto período se comparado com a vida útil de 25 anos dos equipamentos.
Ainda de acordo com Waterkemper, a usina fotovoltaica integra o projeto de eficiência energética da companhia que foi iniciado em 2016, com a substituição de mais de seis mil lâmpadas fluorescentes por lâmpadas LED. O projeto reúne, também, outras ações que envolvem equipamentos de ar-condicionado e transformadores de energia. “Ao longo de 10 anos tais medidas devem economizar mais de R$ 3 milhões para a companhia”, disse ele.
MARCO - Para o presidente da Copel, Jonel Iurk, a inauguração da usina fotovoltaica representa um marco na questão energética no Estado, pelo fato de a Celepar ser uma empresa pública. “É um sinal claro de que o Governo do Paraná caminha em direção à autossuficiência na geração de energia”, disse ele. A Copel, informou, está se preparando para este novo mundo no qual as residências serão unidades geradoras de energia, e como exemplificou, os veículos elétricos serão abastecidos pela própria energia gerada nas casas.
PROJETO - O projeto iniciou em dezembro de 2016 e foi elaborado pela equipe de engenharia da Celepar. A licitação ocorreu no primeiro semestre de 2017 e, em setembro do ano passado iniciaram as obras, enquanto a conexão com a rede da Copel ocorreu no mês de dezembro. A usina vinha operando em fase experimental desde março de 2018 para avaliação de todos os parâmetros projetados.
A energia gerada deve ser totalmente consumida pela Celepar e, em havendo produção de excedente, esta poderá ser injetada na rede da Copel e posteriormente consumida pela Celepar através do mecanismo previsto no sistema de compensação de energia, em consonância com as resoluções normativas da Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL).
ISENÇÃO DO ICMS - Em julho passado a governadora Cida Borghetti sancionou a lei que isenta o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do fornecimento de energia elétrica produzida por mini e microgeração no Paraná. O benefício será concedido por um prazo de até 48 meses e visa incentivar a geração de energia por fontes alternativas no Estado, como a solar, eólica, de biogás e biometano.
A medida é válida para unidades com potência instalada de até 1 megawatt (MW) de energia. O consumidor que optar por gerar a própria energia por meio de fontes renováveis poderá compartilhar a produção excedente na rede pública de abastecimento e obter descontos na conta de luz. O abatimento ocorre por meio da isenção do ICMS sobre a energia elétrica trocada entre consumidor e distribuidora.