Seminário discute violência contra crianças e adolescentes

Evento estimula a criação de comissões regionais intersetoriais e padroniza notificação de casos
Publicação
18/07/2017 - 16:30
Editoria

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Formas de agir diante de situações de violência contra crianças e adolescentes são discutidas nesta terça e quarta-feira (18 e 19), no Palácio das Araucárias, em Curitiba, com a participação de 165 servidores municipais e estaduais, além de representantes da sociedade civil. As principais discussões se concentram no diagnóstico intersetorial das ocorrências para embasar políticas públicas de acolhimento e enfrentamento do problema.
A importância do acolhimento foi encenada por garotos retirados de situações de risco na abertura do evento – o I Seminário de Enfrentamento às Violências Contra Crianças e Adolescentes, organizado pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, em parceria com a Secretaria Estadual da Saúde. Os acolhidos pela Chácara Meninos de 4 Pinheiros, em Mandirituba, representaram agressões e morte, mas também como a saída só é possível com o apoio do outro.
SIGNIFICADO - “Com o teatro, eles passam a ressignificar suas realidades e se tornam agentes da mudança. Ali, encontram voz e espaço para se manifestar e lidar emocionalmente com as situações”, comentou o orientador Kenni Rogers. A atividade melhora a autoestima e o reconhecimento do próprio corpo, segundo Rogers.
A peça representou a razão do encontro. Eles mostraram o que passaram e como se sentem hoje, com um lugar seguro para viver. A chácara dá assistência e educação integral a crianças e adolescentes em situação de risco e vulnerabilidade social. Atualmente conta com 30 acolhidos, de 9 a 18 anos.
UNIÃO – O seminário destaca a importância da notificação de casos de violência para o fortalecimento das comissões regionais e da rede de proteção. As comissões, distribuídas em todo o Estado, reúnem representantes de núcleos ou regionais de várias secretarias. Assim, as prefeituras contam com assessoramento intersetorial para direcionar políticas públicas de acordo com as características de cada região.
De acordo com o coordenador da Política da Criança e do Adolescente da Secretaria da Família, Alann Bento, o seminário capacita servidores para atendimento padronizado. “Enquanto houver uma criança em situação de risco e vulnerabilidade social vamos continuar trabalhando para protegê-la e garantir seu desenvolvimento”, afirma o coordenador.
PROTAGONISMO – Para a superintendente de Vigilância em Saúde, da Secretaria Estadual da Saúde, Júlia Valéria Cordellini, é preciso respeitar crianças e adolescentes como sujeitos de direito. “Devemos trabalhar para que sejam protagonistas de sua própria história. Protegê-los e capacitá-los para terem autonomia e não reproduzirem a violência sofrida”.
Júlia também enfatiza a importância do trabalho intersetorial para a política mais completa e integral. “A complexidade do assunto como a violência não permite que as secretarias trabalhem sozinhas. É fundamental multiplicarmos o nosso conhecimento e trabalharmos de forma intersetorial”.
Também participaram da abertura do evento a presidente do Conselho Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente (Cedca), Débora Cristina Costa, e representantes das secretarias estaduais da Educação; Justiça, Trabalho e Direitos Humanos; Ciência, Tecnologia e Ensino Superior.

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