Rede de Atenção à Saúde Mental
tem experiências positivas no Paraná

Desde seu lançamento, o programa estimula a integração entre os pontos de atenção e desenvolve ferramentas para inserir a saúde mental dentro da Atenção Primária dos municípios
Publicação
05/05/2016 - 09:30
Editoria

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O Governo do Estado comemora neste mês os resultados alcançados em várias regiões do Paraná com a implantação da Rede de Atenção à Saúde Mental. Lançada em abril de 2014, a Rede implementada pela Secretaria estadual da Saúde viabilizou novos serviços com atendimento integral às pessoas com transtornos mentais e transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas.
“A área de saúde mental é uma das mais complexas e que exige um olhar diferenciado dos profissionais de saúde, por isso preconizamos o trabalho em rede, com o fortalecimento de todos os pontos de atenção às pessoas com transtornos mentais, principalmente em decorrência do uso de álcool e outras drogas”, diz o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
“Com o início da nova gestão, em 2011, começamos a construir uma nova Política Estadual de Saúde Mental. Desde seu lançamento, estimulamos a integração entre os pontos de atenção e desenvolvemos ferramentas para inserir a saúde mental dentro da Atenção Primária dos municípios”, explica o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd.
Em 2014, a Secretaria reuniu os profissionais da área na Oficina do Programa Apsus, de Qualificação da Atenção Primária à Saúde. Foram apresentados instrumentos para facilitar esse trabalho como a estratificação de risco, planilhas de programação e plano de cuidado.
“Possibilitamos a esses profissionais o reconhecimento de que os transtornos mentais e/ou decorrentes de álcool e outras drogas são doenças crônicas, assim como diabetes e hipertensão. Dessa forma, os usuários devem continuar sob a responsabilidade da Unidade de Saúde”, diz a coordenadora estadual de Saúde Mental, Rejane Cristina Teixeira Tabuti. Segundo ela, a intenção é que todos os municípios do Estado sigam essa lógica de cuidado para a saúde mental.
A estratificação de risco, aplicada dentro do serviço de saúde, classifica o usuário em baixo, médio e alto risco e, a partir disso, o profissional pode verificar qual ponto de atenção atende melhor às necessidades dele e como deve ser confeccionado seu plano de cuidados. Em alguns casos, pode haver o encaminhamento para Centros Regionais de Atenção Especializada, Centro de Atenção Psicossocial (Caps), Serviços Integrados de Saúde Mental (SIMPR), entre outros.
SUDOESTE – A 7ª Regional de Saúde - Pato Branco é exemplo na integração dos pontos de atenção que oferecem serviços relacionados à saúde mental. A prefeitura de Chopinzinho, município localizado na região sudoeste do Estado, faz um trabalho intersetorial de destaque envolvendo Atenção Primária, Núcleo de Apoio à Saúde da Família, Caps e leitos de saúde mental.
“Quando foi inaugurado em 2005, o Caps Chopinzinho fazia apenas atendimentos pontuais, como consultas individuais com psicólogos e psiquiatras. A implantação da Rede de Atenção à Saúde Mental no Paraná deu início a um novo fluxo de trabalho na região”, ressalta o diretor da Regional, Nestor Werner Júnior.
Atualmente, o local atende, em média, 300 pacientes por mês de todas as faixas etárias. “Oferecemos um serviço aberto à população. Alguns usuários nos procuram espontaneamente e outros vêm por encaminhamento da Atenção Primária”, fala a coordenadora do Caps, Daniela Verde, que está à frente do espaço desde 2011.
Ao chegar, o paciente passa pela fase de elaboração de um projeto terapêutico singular elaborado com ele e sua família, considerando as redes de apoio existentes. A avaliação inicial é feita por um psicólogo e, então, é definido o tipo de tratamento que ele irá seguir.
Os cuidados vão desde consultas com psicólogos – individual ou em grupo, atendimento com psiquiatras e prescrição de medicamentos, além de diversas oficinas educativas.
De acordo com a coordenadora, um dos principais desafios era mantê-los assíduos. “Criamos um ambiente agradável para que eles se sintam acolhidos e motivados a começar e, principalmente, dar continuidade ao tratamento. Com reuniões de orientação, também buscamos sempre envolver a família nesse processo”, diz.
Com diagnósticos de depressão, ansiedade e síndrome do pânico, Thalia dos Santos Chagas nunca abandonou o tratamento. “Os funcionários estão sempre com um sorriso no rosto e disponíveis para ajudar quem precisa. Confio neles e, desde que iniciei meu tratamento, confio em mim mesma. Sinto-me mais forte e me aceito como sou”, comemora a menina de 18 anos.
ATENÇÃO PRIMÁRIA – O Caps faz a conexão com a Atenção Primária, proporcionando que casos mais leves sejam atendidos na própria Unidade de Saúde. Com a estratificação de risco, os encaminhamentos são realizados com mais segurança e alguns casos de transtornos mentais são tratados no próprio ambulatório.
“Problemas como transtornos de ansiedade por alguma mudança na rotina ou diagnósticos de depressão leve podem ser amenizados com uma orientação simples na própria Unidade de Saúde”, afirma Daniela.
SIMPR – A abertura dos Serviços Integrados de Saúde Mental (SIMPR) é um dos diferenciais da Rede. Atualmente cinco regiões já contam com o serviço: Guarapuava, Marmeleiro, Cascavel, Toledo e Congonhinhas. O SIMPR oferece acompanhamento de saúde e reinserção social a dependentes de álcool, crack e outras drogas e também atendimento a pacientes em crise, podendo oferecer acolhimento noturno por um período máximo de 12 dias.
Em Coronel Vivida, município com quase 21 mil habitantes também na região sudoeste, um novo SIMPR está sendo construído para atender os 15 municípios da 7ª Regional de Saúde.
A obra de quase 1000 m² vai abrigar um espaço amplo para atendimento de pacientes com transtornos decorrentes do uso de álcool e outras drogas, com a proposta de desintoxicação e tratamento terapêutico. Atualmente, Coronel Vivida tem um Caps em funcionamento que atende, em média, 420 pacientes por mês, sendo mais de 30% com problemas relacionados ao álcool.
A previsão é de que o novo espaço possa ampliar a capacidade de atendimento. “O novo local terá espaço suficiente para desenvolvermos um trabalho de muita qualidade e também ampliará a possibilidade de ofertarmos acolhimento referenciado pelo Centro, com o objetivo de reinserção social deste usuário”, afirma a secretária municipal de Saúde de Coronel Vivida, Liliane Fontanive.
Além do tratamento para quem já sofre com o problema, a proposta também inclui ações com foco no uso e abuso de substâncias psicoativas. “Incentivamos as políticas de promoção da saúde e prevenção de doenças, que é um ponto de destaque dentro do Plano Estadual da Saúde”, diz o diretor da 7ª Regional de Saúde, Nestor Werner Júnior.
Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em:
http:///www.facebook.com/governopr e www.pr.gov.br

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