Profissionais destacam
momento histórico da
vacina contra a dengue

Durante encontro para capacitação dos profissionais envolvidos com a vacinação contra a dengue no Paraná, neste sábado (6), em Maringá, foi destacada a importância histórica de o estado introduzir uma nova vacina para controle da doença
Publicação
06/08/2016 - 17:10
Editoria

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Durante encontro para capacitação dos profissionais envolvidos com a campanha de vacinação contra a dengue no Paraná, neste sábado (6), em Maringá, região norte do estado, foi destacada a importância histórica de o estado introduzir uma nova vacina para controle da doença. O encontro reuniu mais de 200 profissionais de saúde e contou com a presença de palestrantes de renome nacional
“A equipe de saúde pública do Paraná tem um conceito altíssimo, o que nos credencia a introduzir pioneiramente a vacina contra a dengue para transformar essa doença que atinge muitos e que se agrava a cada ano em uma doença imunoprevinível”, disse a superintendente de Vigilância em Saúde, Cleide Oliveira.
A superintendente destacou a ousadia do governador Beto Richa e do secretário Michele Caputo Neto em disponibilizar orçamento para essa nova estratégia de enfrentamento da dengue no Estado. “O controle do mosquito Aedes aegypti não pode parar, pois além da dengue ele transmite outras doenças sérias. Mas se temos uma ferramenta efetiva de prevenção, como é a vacina, é nosso dever utilizá-la como estratégia de saúde pública”, disse.
O epidemiologista João Bosco Siqueira, professor da Universidade Federal de Goiás, apresentou o panorama da dengue no Brasil e disse que assim que a vacina da Sanofi Pasteur foi aprovada no Brasil teve interesse em estudar suas características.
“A faixa etária indicada, entre 9 e 45 anos, concentra mais de 66% dos casos confirmados no país, o que demonstra a pertinência de adotá-la para reduzir o impacto da doença em regiões endêmicas”, disse Bosco.
CARACTERÍSTICAS – Durante sua apresentação, a diretora médica do departamento de vacinas da Sanofi Pasteurr, Sheila Homsani, detalhou os 20 anos de pesquisa realizada para empresa para introduzir a vacina contra a dengue no mercado global. Segundo ela, o estudo envolveu mais de 40 mil pessoas em três fases, sendo que a vacina foi aplicada e monitorada em um público de 29 mil participantes no mundo, comprovando sua eficácia global de 66% para pessoas entre 9 e 45 anos.
“O mais importante é que verificamos uma redução impactante de 93% da forma grave da doença e de 80% no número de hospitalizações, o que comprova seu impacto positivo em saúde pública”, diz Sheila.
No Paraná, a campanha vai abranger 30 municípios que concentram 80% dos casos de dengue no Estado. Mais de 500 vacinadores foram capacitados para a campanha que se inicia no dia 13 de agosto. Em 28 municípios a faixa etária a ser vacinada é de 15 a 27 anos. Em Assaí (região norte) e Paranaguá (Litoral), cidades que registraram acima de 8 mil casos de dengue por 100 mil habitantes, a faixa etária atingida será entre 9 e 44 anos.
EXPECTATIVA – Para o professor da Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais, José Geraldo Leite Ribeiro, referência em imunização no país, o Paraná deve estar orgulhoso desse momento histórico.
“O Estado vai introduzir pioneiramente uma vacina que está respaldada em estudos consistentes de efetividade. O mundo olha para vocês e tenho certeza que vamos poder juntos analisar o impacto dessa estratégia importante de saúde pública”, declarou.
A enfermeira Mara Rípoli, da área de Vigilância Epidemiológica de Foz do Iguaçu, participou do encontro e falou da grande expectativa em reduzir o número de casos na fronteira.
“A capacitação foi ótima e tirou muitas dúvidas sobre a vacina. Nossa expectativa é muito positiva porque poderemos reduzir casos e evitar as formas graves da doença. Nos municípios que enfrentam epidemias há muitos anos, o agravamento da dengue é inevitável e será possível reduzir isso e evitar mortes”.

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