Algumas ações promovidas nos últimos meses e o andamento geral do Projeto Angra Doce foram o tema do encontro que reuniu prefeitos e técnicos envolvidos no projeto na tarde desta quinta-feira (19) na Secretaria do Planejamento e Coordenação Geral. O secretário Juraci Barbosa Sobrinho abriu a reunião.
“É um projeto abrangente, que extrapola às questões turísticas, e que irá consolidar a região, fomentando a economia e ajudando a preservar o meio ambiente”, disse Barbosa Sobrinho. O secretário afirmou ainda que o projeto se tornou referência e que seu modelo está sendo analisado por outras regiões do Estado.
Entre os avanços registrados nos últimos meses pelo Angra Doce estão projetos para financiamentos e viabilização de 126 quilômetros de novas rodovias, manutenção e recuperação de estradas existentes na região e melhoria na sinalização rodoviária.
O projeto engloba cinco cidades do Paraná - Carlópolis, Jacarezinho, Ribeirão Claro, Salto do Itararé e Siqueira Campos - e dez de São Paulo - Barão de Antonina, Bernardino de Campos, Canitar, Chavantes, Fartura, Ipaussu, Itaporanga, Piraju, Ourinhos e Timburi.
RECUPERAÇÃO - Durante a reunião, o prefeito de Carlópolis, Hiroshi Kubo, comentou que o município vê o projeto como uma excelente oportunidade de recuperação de poder econômico e desenvolvimento. “É muito importante para recuperarmos população e recursos”, disse.
O prefeito de Ribeirão Claro, Mário Pereira, também afirmou ver uma ótima chance de recuperação econômica de sua região através do Angra Doce, especialmente na questão turística. “O Norte Pioneiro sente-se valorizado com este projeto”, afirmou.
HISTÓRICO - Em 2017, os governadores do Paraná e de São Paulo, Beto Richa e Geraldo Alckmin, assinaram parceria para investimentos na região de Angra Doce, que está localizada no entorno da Usina Hidrelétrica de Xavantes, na confluência dos rios Paranapanema e Itararé, na divisa entre os Estados.
A iniciativa inédita prevê que ambos possam alocar investimentos na mesma área, transformando-a num importante polo turístico. A região da represa de Chavantes recebeu o nome de Angra Doce em razão da formação de várias baías e ilhas, que lembram a região de Angra dos Reis, no litoral fluminense, em torno do lago. A região tem 400 km2 de extensão e o lago tem mais de 9 bilhões de m3 de água, formado pelos rios Paranapanema e Itararé.
A região é propícia para a prática de vários esportes, como rafting, canoagem, trekking, asa delta, parapente, equitação e pesca esportiva. Além disso, também possui cachoeiras, trilhas, praias artificiais e lugares históricos, como a ponte pênsil Alves de Lima, que foi destruída durante a Revolução Constitucionalista de 1932 e reconstruída quatro anos mais tarde.
A proposta, que é chancelada como projeto inovador pelo Programa Cidades da Organização das Nações Unidas (ONU), é montar uma governança envolvendo vários setores dos dois estados, envolvendo secretarias de governo, universidades e sociedade civil.
As ações estruturantes de curto prazo envolvem capacitação de agentes e de mão de obra para o turismo, apoio ao empreendedorismo e à instalação de micro e pequenas empresas locais; coleta seletiva, reciclagem e educação ambiental; criação de reservas legais, manejo adequado na produção agrícola e na produção de orgânicos, monitoramento da qualidade da água dos rios que abastecem a represa de Chavantes, apoio à piscicultura.
A médio e longo prazo, estão previstos projetos de infraestrutura nas rodovias, melhoria dos serviços de telecomunicações e também de instalações públicas de apoio ao turismo.