Porto de Paranaguá estuda implantar sistema de cobertura para navios

Ainda inédito no Brasil, o projeto prevê a cobertura de navios para possibilitar o embarque de granéis mesmo com chuva, que hoje é um dos principais fatores de atraso nos embarques de granéis
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21/03/2011 - 15:00

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A Administração dos Portos de Paranaguá e Antonina (Appa) estuda a implantação de um projeto inédito de cobertura para navios. O objetivo é ter uma estrutura que permita o embarque de navios graneleiros mesmo com chuva, o que hoje não acontece e é a causa principal no atraso nos embarques de granéis.
O projeto foi apresentado recentemente ao ministro dos Portos, Leônidas Cristino, pelo superintendente dos portos de Paranaguá e Antonina, Airton Vidal Maron. “Nenhum porto brasileiro e poucos no mundo trabalham com uma tecnologia deste tipo. O ministro ficou bastante interessado e estamos estudando a possibilidade de implantar esta tecnologia em Paranaguá”, afirmou o superintendente.
A cobertura é colocada em toda a extensão do navio, com hastes metálicas e cobertura de lona retrátil. Ela permitiria a operação de navios graneleiros com chuva e ventos, a um ângulo máximo de 45 graus. A Appa está analisando projetos de diferentes empresas que oferecem este tipo de tecnologia e ainda não há previsão de custos para a implantação do sistema.
A cobertura dos navios está sendo estudada para integrar o projeto de modernização do corredor de exportação do Porto de Paranaguá. Hoje, o corredor permite que três navios atraquem simultaneamente. Cada navio é abastecido por dois shiploaders, cada um com capacidade nominal de 1,5 mil toneladas por hora. Isso significa que o Corredor de Exportação do Porto de Paranaguá tem uma capacidade nominal de embarque, por hora, de nove mil toneladas. Em dias sem chuva, o Porto de Paranaguá consegue embarcar até 100 mil toneladas de granéis.
O projeto de modernização do Corredor de Exportação prevê a construção de píers em forma de T, paralelos ao cais existente, O que possibilitará a atracação de quatro navios simultaneamente. Cada um dos berços terá dois shiploaders, com capacidade nominal de 2 mil toneladas por hora cada um, permitindo que o porto amplie a capacidade nominal de embarque do corredor de exportação das atuais 9 mil toneladas/hora para 16 mil toneladas hora.
Além disso, o novo corredor permitirá que o Porto de Paranaguá receba navios de grande porte, chamados de “cape size” e que embarcam cerca de 110 mil toneladas de grãos. Os demais três berços serão feitos para receber navios “Post Panamax”, que embarcam cerca de 75 mil toneladas de granéis. Hoje, o Porto recebe graneleiros que embarcam, no máximo, 70 mil toneladas de granéis.
O projeto de modernização do Corredor de Exportação está em fase final e integra o Plano de Modernização dos Portos de Paranaguá e Antonina. O plano prevê a modernização e ampliação dos portos paranaenses, com obras a serem executadas em quatro anos e investimentos de RS 1 bilhão. A obra do Corredor está orçada em R$ 175 milhões para a infraestrutura de acostagem.

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