Representantes da saúde pública de quatro países conheceram detalhes da estrutura de saúde do Paraná. A ação fez parte do encontro internacional do Projeto Chaco Sul-Americano, iniciativa de cooperação técnica na área de saúde indígena entre Brasil, Argentina, Paraguai e Bolívia.
Segundo o secretário de Estado da Saúde, Antônio Carlos Nardi, a troca de experiências entre a secretaria e demais órgãos envolvidos na atenção aos povos indígenas possibilita o planejamento de estratégias cada vez mais efetivas de promoção à saúde integral dessa população.
“Os povos indígenas têm características culturais que interferem no seu cuidado com a saúde. Entender essas particularidades pode contribuir para evitar o adoecimento dessas pessoas”, disse Nardi.
A delegação estrangeira acompanhou uma exposição técnica feita pelo superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Schmidt Gevaerd. Uma das questões que mais chamou atenção dos participantes foi a estrutura de saúde pública brasileira. Como ressaltou o coordenador do Projeto Chaco, o antropólogo José Milton Guzmán, o marco de saúde pública de cada país é diferente, sendo que apenas o Brasil conta com um Sistema Unificado de Saúde (SUS).
“Queremos aprender na prática como se faz o atendimento aos povos indígenas a partir do Sistema Único de Saúde. Por isso estamos vendo a atuação do Ministério, da Secretaria de Estado e dos Municípios nas comunidades indígenas”, disse Guzmán.
Após os trabalhos em Curitiba, a delegação foi a campo conhecer na prática como o atendimento à saúde é feito nas comunidades, através de uma visita técnica à comunidade indígena de Mangueirinha, no interior do Estado.
MÃE PARANAENSE – O chefe da Divisão de Atenção à Saúde Indígena da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai/MS), André Martins, disse que um dos principais desafios das equipes de saúde que atuam no atendimento às populações indígenas é a redução da mortalidade materna e infantil. Nesse sentido, segundo ele, o Paraná é referência devido aos resultados positivos do Programa Mãe Paranaense.
“Estamos num diálogo de cooperação bastante forte no Paraná na área materno-infantil. Precisamos continuar trabalhando nessa linha para que as crianças possam nascer e viver de forma saudável e com qualidade”, disse Martins.
PROJETO CHACO – A iniciativa de cooperação Projeto Chaco Sul-Americano nasceu em 2016, a partir da reunião de delegações dos governos da Argentina, Bolívia, Brasil e Paraguai e especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) na cidade de Salto, na Argentina.
Na ocasião, foi definida uma agenda comum para promoção da saúde universal da população do chamado Gran Chaco Sul-Americano. Entre as principais metas do grupo estão a redução da mortalidade materna, neonatal e infantil, inclusão social, intercultural e de gênero, priorizando a população indígena.
A atenção à saúde indígena no Sistema Único de Saúde (SUS) está sob a responsabilidade da Secretária Especial de Saúde Indígena (Sesai), que atua subdividida em 34 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEI). Por meio de parcerias com Estados e Municípios, busca fortalecer as ações de saúde para que essa população possa ser cuidada e ter melhores condições de vida.
A programação da delegação internacional será encerrada nesta sexta-feira (18), na sede do DSEI, em Curitiba, com debates sobre as visitas realizadas durante a semana.