Paraná é destaque nacional em doação e transplante de órgãos

O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou nesta quarta-feira (18), na abertura do XV Congresso Brasileiro de Transplantes, em Foz do Iguaçu, balanço geral da evolução do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, considerado um dos mais eficientes do país.
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19/10/2017 - 17:10
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O secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto, apresentou nesta quarta-feira (18), em Foz do Iguaçu, um balanço geral da evolução do Sistema Estadual de Transplantes do Paraná, considerado hoje um dos mais eficientes do país. Durante a abertura do XV Congresso Brasileiro de Transplantes, o secretário relatou como o Estado conseguiu avançar tanto nesta área, mais que triplicando o número de doações de órgãos e quintuplicando o volume de transplantes.

“Tudo isso que fizemos possibilitou que a fila de espera por um órgão no Paraná caísse pela metade”, disse o secretário. Segundo ele, isso significou milhares de vidas salvas. “Trata-se de uma ação que envolve muita gente. Graças ao trabalho de profissionais comprometidos e a solidariedade do nosso povo, estamos avançando como nunca”, enfatiza Caputo Neto.

Para se ter ideia, lembra o secretário, em 2010 foram registradas 98 doações de órgãos efetivadas e 169 transplantes no Paraná. Em 2016, este número pulou para 258 captações  e 716 transplantes. “Um salto que reforça a decisão acertada do Governo do Estado em tratar o setor como prioridade absoluta, sobretudo com o uso da frota área estadual para o transporte de órgãos e equipes transplantadoras”.

Em 2017, os números também são bem expressivos, ressalta Caputo Neto. De janeiro a setembro, já foram contabilizados 602 transplantes – um recorde para o período. Os órgãos mais transplantados foram rim (360), fígado (190) e coração (34).

CÓRNEAS – Destaque também para o transplante de tecidos. No caso de córneas, a fila está zerada. O tempo médio de espera para o transplante, que em 2010 era de um ano, agora passou para cerca de cinco dias. Em 2016, foram 1.057 transplantes de córnea, atendendo grande parte da demanda reprimida. Com a eliminação da fila, em 2017 o número tem sido menor, com 687 procedimentos até setembro.

Atualmente, o Paraná é o segundo Estado com melhor desempenho do país na área de doação de órgãos, segundo a ABTO (Associação Brasileira de Transplante de Órgãos). “Nosso objetivo é alcançar o primeiro lugar neste ranking. Estamos muito próximos desta meta e por isso daremos total apoio às nossas equipes. Quem ganha com isso são as pessoas que aguardam por um órgão no SUS”, afirmou Caputo Neto.

Para cumprir com este desafio, o Estado conta com a participação importante das 67 Comissões Intra-hospitalares de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, as chamadas CIHDOTTs. Essas equipes desempenham papel fundamental na identificação de potenciais doadores e na sensibilização de seus familiares.

A coordenação de todo o processo fica a cargo da Central Estadual de Transplantes, auxiliada pelas quatro Organizações de Procura de Órgãos (OPOs) - localizadas em Londrina, Maringá, Cascavel e Curitiba. Além disso, compõe o Sistema Estadual de Transplante 23 equipes transplantadoras, 6 laboratórios de histocompatibilidade, 5 bancos de tecidos e 4 câmaras técnicas de órgãos.

Para a diretora da Central Estadual de Transplantes, Arlene Badoch, o grande diferencial do Paraná foi a organização de uma verdadeira rede de serviços que atuam de forma coordenada e integrada, garantindo a agilidade e eficiência de todo o processo. “A partir da identificação de um potencial doador, iniciamos todo um protocolo para fazer com que o desejo de uma família se torne a esperança de outra. Dezenas de profissionais são envolvidos e trabalham em regime de plantão, 24 horas por dia, para que a doação realmente se concretize em um ou vários transplantes”, disse.

CAMPANHA – No Brasil, a legislação assegura que a decisão de doar os órgãos é sempre da família do potencial doador. Por isso, o Governo do Paraná adotou a campanha “Doação de Órgãos - Fale Sobre Isso”, que incentiva as pessoas a comunicarem seus familiares mais próximos sobre o desejo de doar. “Na hora certa, eles serão os únicos que poderão fazer valer a sua vontade. Portanto, não perca tempo e informe sua família”, diz Arlene.

O evento em Foz do Iguaçu segue até este sábado (21) e reúne também o 16º Congresso Luso-Brasileiro de Transplantes, o 14º Encontro de Enfermagem em Transplantes e o Fórum de Histocompatibilidade da Associação Brasileira de Histocompatibilidade.

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