Paraná discute implantação
de redes de atenção à saúde

Novo modelo, que vai mudar o sistema de saúde no Estado, foi tema de seminário com a participação de 600 representantes municipais, em Cascavel
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14/09/2011 - 18:10
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A Secretaria da Saúde promoveu na terça-feira (13), em Cascavel, o 1° Seminário Estadual Construindo as Redes de Atenção à Saúde, que contou com a participação de 600 representantes municipais. O novo modelo assistencial vai mudar o sistema de saúde de todo o Paraná, começando pela atenção primária.
As Redes são organizações de conjuntos de serviços de saúde, vinculados entre si por uma missão única e uma ação cooperativa, que permitem ofertar uma atenção contínua e integral a determinada população, coordenada pela atenção primária à saúde.
De acordo com a proposta orçamentária para 2012, apresentada pela secretaria e aprovada pelo Conselho Estadual de Saúde, cerca de R$ 1 bilhão será investido na gestão das redes de atenção, com foco na qualificação dos processos de trabalho e na educação permanente dos profissionais do Sistema Único de Saúde.
“Estamos lançando neste evento o plano diretor de Atenção Primária, que junto com o HospSUS, lançado em julho pelo governador Beto Richa, vai instituir uma nova lógica da gestão dos sistemas de saúde”, disse o secretário da Saúde, Michele Caputo Neto.
O secretário destacou as cinco redes prioritárias: de urgência e emergência, materno-infantil, de saúde mental, de atenção ao idoso e de atenção à saúde da pessoa com deficiência. “O estado que implanta as redes de atenção sente a diferença”, afirmou.
Segundo ele a implantação das redes requer, além de financiamentos, gestão do trabalho e educação em saúde, reorganização da atenção primária, desenvolvimento regional e participação da comunidade.
“As redes não nascem prontas, elas são criadas de acordo com as necessidades”, ressaltou a superintendente de gestão de Sistemas de Saúde, Márcia Huçulak.
CONCEPÇÃO – Para dar subsídios técnicos aos representantes municipais, a Secretaria da Saúde distribuiu a publicação CONASS Documenta n° 21 – As oficinas para a organização de redes de atenção. “O CONASS (Conselho Nacional de Secretários de Saúde) nos cedeu esta publicação que tem textos importantes sobre a concepção de redes”, disse Márcia.
O consultor da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), Newton Lemos, elogiou a iniciativa do Estado, pois acredita que não há como regionalizar a saúde sem que se estabeleçam redes de atenção. De acordo com ele, é preciso cooperação entre as esferas federal, estadual e municipal para que elas funcionem. Também é preciso integração entre os níveis de complexidade, a vigilância em saúde e a urgência e emergência. “É preciso mudar radicalmente e pensar num sistema global, em que a atenção primária deve ser o centro”, ressaltou.
Lemos considerou como principais desafios os investimentos em vazios assistenciais, a melhora da comunicação e dos serviços prestados e a atenção primária de qualidade. “O que temos hoje são a concentração de serviços em determinadas regiões e os serviços de saúde ruins, que muitas vezes precisam ser descredenciados pelo sistema”.
O presidente do Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems), Antonio Carlos Nardi, destacou a integração da atenção básica com a vigilância em saúde. “Temos que inovar, porque com a atenção básica bem feita resolveremos mais da metade dos problemas da saúde pública”, disse.
Nardi ressaltou que, para a formação das redes, é preciso diagnóstico populacional, definição de um modelo assistencial, governança e estratégia e alocação de recursos e incentivos.

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