Desafios e Impactos no Controle Metrológico de Medidores de Umidade de Grãos é o tema do seminário que está acontecendo desde esta segunda-feira (7), na cidade de Foz do Iguaçu. O encontro foi organizado pelo Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro), com o apoio do Instituto de Pesos e Medidas do Paraná, buscando a capacitação dos agentes envolvidos nesse processo.
O seminário encerra nesta quarta-feira (9), com uma visita ao Laboratório de Umidade de Grãos, da Regional do Ipem de Cascavel, com uma visita em cooperativa para observar como funciona o recebimento de grãos, e simulação de uma verificação pós-reparo em instrumento de medição de umidade de grãos.
O presidente do Ipem-PR, Oliveira Filho, ressaltou a importância do evento e a escolha do Paraná para sediar o seminário porque o Brasil é um grande produtor de grãos, e o Laboratório de Umidade de Grãos, localizado na Regional do Instituto, em Cascavel, foi o primeiro a ser implantado no âmbito dos órgãos delegados, em 2002.
“Que esse seja o primeiro passo para implantação de novos laboratórios em outros Estados. A fiel mensuração dessa umidade nos grãos pode representar uma economia tanto para o comprador como para o vendedor. Mais do que isso é a credibilidade que o país adquire nas suas relações comerciais”, disse Oliveira.
Participam do evento agentes dos estados de Minas Gerais, Pará, Mato Grosso do Sul, Maranhão, São Paulo, Espírito Santo, Roraima, Rio Grande do Norte, Ceará e Rio de Janeiro. Também participam representantes de entidades de outros países, como Argentina, Colômbia, Uruguai, Chile e México. Além de integrantes de cooperativas e de fabricantes de aparelhos de umidade de grãos.
O presidente do Inmetro estava representado pelo diretor de Metrologia Legal, Raimundo Alves de Resende, que falou da importância da metrologia legal, e da relevância dessa discussão, tema do seminário, “porque envolve um instrumento que não estamos acostumados no dia a dia, que pode fazer a diferença na comercialização e produção de grãos”.
O coordenador-geral da Rede Brasileira de Metrologia Legal e Qualidade, Pedro Paulo de Carvalho Neto, disse o Brasil está passando por transformações, e os desafios são cada vez maiores. “A partir da aprovação e entrada em vigor da Portaria do Inmetro nº 402/2013 vamos dar maior credibilidade ao produto nacional. Nós atuamos na ponta de qualificação, que faz parte do nosso escopo. A partir daqui temos um divisor de águas, do que foi e do que será de agora em diante!”, ressaltou.
PORTARIA – A Portaria do Inmetro estabeleceu requisitos para os medidores de umidade de grãos comercializados, que serão exigidos a partir de outubro de 2017. E submetidos ao controle legal pelo Inmetro, com aprovação de modelo, verificação inicial e verificações subsequentes.
A Portaria admite ainda a continuidade do uso de medidores de umidade de grãos fabricados anteriormente à data de entrada em vigor do regulamento, sem o controle legal do Inmetro até sua obsolescência (redução gradativa e consequente desaparecimento).
Os medidores de umidade de grãos conhecidos como “medidores universais” não são mais admitidos a partir de fevereiro de 2017, por força dessa Portaria, pois estes instrumentos apresentam problemas no cálculo de umidade, que geram imprecisão no resultado.
O grande impacto dessa nova medida, que determina que os instrumentos de avaliação sobre a quantidade de água que os grãos carregam deve passar pelo crivo do Inmetro, vai servir para pôr fim a um velho ponto gerador de divergências entre produtores e compradores de grãos. A partir desta Portaria, os medidores de umidade de grãos têm obrigatoriedade de verificação pelos órgãos delegados do Inmetro.
Essa medida vai garantir padrões de mensuração mais precisos para esse indicador, importante na formação de preços de produtos como soja, milho, trigo, arroz, feijão e café.