A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística promoveu segunda-feira (09), em Curitiba, a terceira Consulta Pública sobre a construção de uma nova ferrovia entre Dourados, no Mato Grosso do Sul, até o Porto de Paranaguá, em uma extensão que pode chegar a 1000 quilômetros. O evento serviu para apresentar dados que embasam o projeto e as vantagens que a ferrovia traria para o setor de transporte de grãos do Paraná.
O secretário estadual da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, destacou a necessidade de modernizar a malha ferroviária do Estado e o que isso representa para os produtores do Oeste do Paraná. “É uma região bastante expressiva na produção do agronegócio e nós temos a obrigação de atendê-la. Não é por acaso que a empresa se chama Ferroeste”, afirmou.
Segundo o secretário, a responsabilidade de todo o Estado para que esta modernização saia do papel é muito grande. “O Porto de Paranaguá fez a lição de casa e está preparado para receber um volume maior de carga e nós não podemos ficar de braços cruzados nos investimentos em infraestrutura para estes próximos cinco ou dez anos”, acrescentou.
DADOS - Durante a consulta, a diretoria da Ferroeste apresentou alguns números em torno da capacidade do Porto de Paranaguá. O local movimenta cerca de 45 milhões de toneladas e 80% desta demanda é transportada pelo modal rodoviário. O volume de cargas ferroviárias atualmente corresponde a apenas 9 milhões de toneladas – 20% da produção do terminal.
De acordo com estimativas, em 2030 o volume total de cargas projetado pelo Plano de Desenvolvimento e Zoneamento (PDZ) do terminal paranaense será de 80 milhões de toneladas, quase o dobro do atual. No cenário mais pessimista, o volume ferroviário continuará sendo o mesmo de 9 milhões de toneladas, reduzindo para 11% a sua participação na movimentação do porto.
“É um projeto audacioso, que prepara o Paraná para o futuro. Ele se torna viável a partir da nova legislação, que abre possibilidade de parceria com a iniciativa privada”, disse o secretário estadual do Planejamento, Juraci Barbosa Sobrinho. Ele informou que investidores estrangeiros de diversos países já demonstraram interesse, o que comprova a viabilidade do projeto.
Estiveram presentes no evento o diretor-presidente da Appa, Luiz Henrique Dividino; o prefeito de Guarapuava, César Silvestre Filho; integrantes da sociedade civil, além de representantes de entidades ambientais e de empresas interessadas em participar do processo de concessão.
PRÓXIMA - A próxima consulta será em Dourados (MS), nesta segunda-feira (16), na sede da Associação Comercial e Empresarial da cidade.