Governo inicia retirada de
madeira de rios do Litoral

Recursos da venda da madeira serão utilizados pelo Provopar para atender 200 famílias que viviam nas áreas afetadas pelos deslizamentos de terra em março
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13/06/2011 - 19:10
Editoria

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Um grupo de trabalhadores começou a retirar nesta semana a madeira acumulada nos rios Jacareí e Miranda, no Litoral do Paraná, durante o período de chuvas de março. O objetivo é retirar aproximadamente 42 mil metros estéreos de material lenhoso, que será revendido para produção de energia e para marcenarias. Parte da renda obtida com a madeira será revertida ao Provopar Estadual, que espera arrecadar R$ 1,2 milhão para atender emergencialmente 200 famílias que viviam nas áreas afetadas pelas enchentes e deslizamentos de terra e hoje estão em situação de vulnerabilidade social nos municípios de Morretes, Antonina, Paranaguá e Guaratuba.
“Os recursos vão permitir o retorno das famílias para suas casas com um pouco mais de qualidade de vida e dignidade", afirma a presidente do Provopar Estadual  e secretária de Estado da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa. “Além de material de construção, móveis, eletrodomésticos, colchões e cobertores, vamos investir no desenvolvimento educacional dos jovens e fazer um programa de capacitação para geração de renda dessas famílias”, explica.
Por meio de um convênio com a Secretaria de Estado do Meio Ambiente, o Instituto Ambiental do Paraná (IAP) vai fiscalizar toda a operação de limpeza e retirada da madeira. O IAP é responsável por emitir o Termo de Apreensão e o Documento de Origem Florestal, para que a empresa encarregada possa transportar e vender a madeira retirada. Todo o processo é acompanhado pelo Ministério Público do Paraná, pela Força Verde, que faz patrulhas para evitar furtos, pelo Instituto das Águas do Paraná e pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), órgão ambiental do governo federal ligado ao Sistema Nacional de Unidades de Conservação.
A previsão inicial é de que o trabalho de retirada da madeira dure pelo menos três meses, podendo ser estendido, considerado o cuidado necessário com o estado natural da área afetada. O trabalho será concentrado em três áreas principais, ao longo do leito de rios, que são de terras públicas e foram demarcadas pela Defesa Civil, por haver risco de novos acidentes. É o caso da região denominada Floresta, na altura do quilômetro 18 da BR-277, em Morretes. Os trabalhadores envolvidos na retirada da madeira foram contratados na região.
“Esta operação na região de Floresta é uma demonstração de inteligência administrativa do Estado. Não haverá desembolso e a negociação eficaz conduzida pelo Provopar permitirá reinvestir recursos para geração de renda, o que poderá mudar a vida daquelas pessoas atingidas por um evento natural”, afirma o superintendente do Provopar, Luiz Carlos Scherer Melo dos Reis. “Estamos tomando o cuidado de não agredir a natureza, evitando entrar em áreas de conservação ambiental nacional, para que eventos como os registrados em março não voltem a se repetir, e usando recursos da natureza para repor o que foi perdido pelas pessoas”, explica Reis.
Nas áreas particulares, os proprietários podem usar a madeira para consumo próprio, mas estão impedidos de vender. O material também pode ser doado ao Provopar. Nesse caso, depois de medido pelo IAP, a madeira será revendida  nos mesmos moldes: R$ 28,00 por metro estéreo de madeira retirada.

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