Governo do Paraná vai implantar
comitês regionais de saúde mental

O governo pretende investir R$ 14 milhões em 2012 no fortalecimento da rede de atenção à saúde mental
Publicação
12/09/2011 - 19:10
Editoria

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Os coordenadores do Comitê Gestor Intersecretarial de Saúde Mental anunciaram nesta segunda-feira (12), em Curitiba, a implantação de comitês regionais responsáveis pela realização de ações de uma rede de atenção à saúde mental em todo o Paraná. Mais de 100 representantes da vice-governadoria e das secretarias de Estado da Saúde, da Educação, da Família e Desenvolvimento Social e da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos participaram do evento. No encontro, foram propostas medidas de tratamento e prevenção de doenças mentais.
Segundo o vice-governador e secretário da Educação, Flávio Arns, o encontro serviu para definir estratégias de implantação dos comitês regionais. “É um momento de organização e de conscientização para que os trabalhos se desenvolvam com qualidade no Paraná”, disse. Arns ressaltou a necessidade de se desmistificar a doença mental com ações de esclarecimento à sociedade.
O superintendente de Políticas Públicas de Atenção Primária à Saúde da Secretaria da Saúde, Antônio Dercy Oliveira Filho, lembrou a preocupação do atual governo em fortalecer a rede de atenção à saúde mental. “É uma iniciativa que busca o alinhamento de diferentes setores governamentais para traçar uma política consistente e solidária no Estado”, disse. O governo do Paraná – acrescentou – retomou o projeto de atendimento à saúde mental que não era realizado há oito anos. Serão aplicados mais de R$ 14 milhões no próximo ano.
Para a assessora técnica da Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, Cláudia Foltran, o maior desafio é tomar providências para o fortalecimento da família como forma de prevenção. “A família adoece junto com a pessoa. Em alguns casos, a família abandona o doente por não saber como proceder, e sem esse alicerce, a pessoa fica mais vulnerável”, analisou.
Na área da educação, a proposta é capacitar os profissionais para realizar a correta identificação de doenças mentais nos estudantes, além de proporcionar o encaminhamento adequado. “A escola precisa estar atenta a esses casos para reduzir possíveis conflitos na comunidade escolar”, defendeu o coordenador de Desenvolvimento Socieducacional da Secretaria da Educação, Maurício Rosa.
Segundo a diretora-geral da Secretaria da Justiça, Cidadania e Direitos Humanos, Edina de Paula, o trabalho intersecretarial na área da saúde mental permite avanços para a sociedade paranaense. “Com o tratamento correto, promove-se o resgate do exercício da cidadania dos adultos egressos do sistema penal, com a valorização da pessoa, além do combate ao preconceito”, exemplificou.
A Organização Mundial de Saúde estima que até 2030 a depressão será a segunda maior causa de doenças em países em desenvolvimento e a terceira em países subdesenvolvidos. O estudo ainda aponta que 10% da população mundial já apresentaram transtorno mental ou de conduta em algum momento da vida. Cinco a cada dez das principais causas de incapacidade estão relacionadas com transtornos mentais, como depressão, consumo de álcool e drogas, esquizofrenia e transtornos compulsivos.

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