Governo contrata estudo
sobre a circulação nas
estradas paranaenses

Avaliação técnica vai guiar os investimentos do programa de recuperação de rodovias, em fase final de planejamento
Publicação
16/11/2011 - 16:10

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A Secretaria de Infraestrutura e Logística contratou um estudo sobre origem e destino das cargas e passageiros que circulam pelas estradas do Paraná. O trabalho foi contrato junto a Universidade Federal de Santa Catarina e o objetivo é conferir maior precisão ao programa de recuperação de rodovias do Departamento de Estradas de Rodagem (DER), em fase final de planejamento.
“Com a avaliação técnica, o Paraná terá um retrato claro e preciso dos gargalos logísticos para formatar o melhor modelo de investimentos viários públicos e privados”, disse o secretário José Richa Filho. Segundo ele, o governo estadual negocia a atração de investimentos industriais de cerca de R$ 15 bilhões em diversos segmentos, que poderão ser espalhados pelo Estado se houver uma boa infraestrutura de transporte e logística.
De acordo do Richa Filho, o programa de recuperação deve incluir obras de conservação, manutenção e sinalização nas rodovias estaduais – em substituição às constantes “operações tapa buraco” de anos anteriores. “O Estado tem a obrigação de saber onde investir e de promover benefícios duradouros nas rodovias. Maquiar as estradas é procrastinar soluções”, afirma.
Richa Filho também afirmou que a secretaria estuda a adoção de parcerias público-privadas para aumentar a capacidade de rodovias. “A economia estadual vive um bom momento com a volta do diálogo entre o governo e a iniciativa privada. Isso cria um cenário favorável para a busca de soluções para a infraestrutura viária”, disse.
De acordo com o secretário, a PR-323, na região Noroeste, é ideal para esse tipo de parceria. A rodovia, que liga Guaíra e Maringá, é um importante canal de circulação da produção regional e dos caminhões vindos Mato Grosso do Sul em direção aos centros moageiros de trigo paranaenses e ao Porto de Paranaguá.
Outras rodovias que podem fazer parte de uma parceria público-privada são a PR-445, na região de Londrina, e a federal BR-101 (que não existe no Paraná e pode ser uma nova opção para o acesso ao Porto de Paranaguá). A ideia, segundo o secretário, foi bem recebida em Brasília.
PEDÁGIO – Para Richa Filho, o bom momento da economia brasileira e a disposição do governo Beto Richa para o diálogo com a iniciativa privada são fatores favoráveis à revisão do modelo de pedágio adotado no Paraná desde 1997. “Esse novo cenário já trouxe os primeiros bons resultados para a infraestrutura viária do Paraná, com o início das obras de duplicação da BR 277 no Oeste e do Contorno de Mandaguari no Norte”, afirmou.
Segundo ele, os recentes acordos com as concessionárias permitiu a redução da Taxa Interna de Retorno (TIR) para 12% – 8 ponto percentuais a menos que a referência inicial dos contratos. “O objetivo é formatar um novo modelo de concessão em que estará incluída a cobrança por trecho percorrido através de portais eletrônicos, e não mais na passagem pelo posto de pedágio. Para isso, já existem tecnologias modernas como o free flow, um sistema que lê chips implantados nos veículos”, explica.
Richa Filho destacou ainda a importância da despolitização do pedágio: “Devemos agir sem ditar regras, hostilizar e enfrentar. O diálogo com Agência Nacional de Transportes Terrestres é fundamental para saber o que pensa o governo federal. Para alcançar esses objetivos, o Paraná deve colocar em funcionamento uma agência reguladora que atuará com critérios técnicos, recursos próprios e mandatos não coincidentes com o do governador”.

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