Governador sanciona lei que cria a Agência de Defesa Agropecuária

Encarregada da fiscalização da produção vegetal e animal do Estado, a nova agência representa o início de uma ação mais qualificada e consistente de defesa agropecuária
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19/12/2011 - 18:50
Editoria

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O governador Beto Richa sancionou nesta segunda-feira (19/12), no Palácio das Araucárias, a lei que cria a Agência de Defesa Agropecuária do Paraná (Adapar). A nova autarquia ficará vinculada à Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento (Seab) e vai atuar na fiscalização da produção vegetal e animal do Estado.
Para o governador, a criação da agência representa o início de uma ação mais qualificada e mais consistente de defesa agropecuária, que vai garantir um novo status sanitário para o Paraná. “É fundamental para o Estado manter uma agricultura forte. Com esse sistema vamos abrir novos mercados internacionais para os produtos paranaenses”, afirmou Richa.
Entre as atribuições da agência estão a promoção da defesa agropecuária e inspeção sanitária dos produtos de origem animal; prevenção, controle e erradicação de doenças animais e pragas vegetais, além do controle e fiscalização da regularidade e da qualidade dos insumos utilizados na agricultura e pecuária.
"Ao estado cabe criar as condições para que a iniciativa privada produza, gere empregos e impostos e a agência se insere nesta linha", disse o presidente da Federação da Agricultura do Estado do Paraná (Faep), Ágide Meneguette, que foi um dos maiores defensores da criação do órgão. Para ele, o Estado deve fiscalizar os produtos da agropecuária para que sejam saudáveis e cumpram as exigências da lei e do mercado. "A fiscalização não é inimiga do produtor e nem o produtor quer ser um transgressor das regras", completou.
Para o secretário Norberto Ortigara, a estrutura da agência permitirá ao Estado avançar com mais agilidade e competência comercial para alcançar os melhores mercados do mundo. “Não é apenas uma troca de nomes, mas uma mudança ousada. Com a criação da autarquia queremos colocar a produção paranaense numa condição sanitária adequada para acessar os mercados mais exigentes”, disse Ortigara.
Segundo ele, o objetivo é eliminar as restrições impostas atualmente ao Paraná em mercados internacionais. “Sofremos restrições por defeitos sanitários, mas estamos nos esforçando para prevenir e erradicar todas as pragas dos vegetais e as doenças dos animais, colocando a produção do Estado em condições sanitariamente adequadas”, disse Ortigara.
O secretário disse que, a partir da implantação da agência, o trabalho no meio rural seguirá uma nova estratégia. “A partir de um planejamento, haverá reposicionamento das equipes no interior do Estado, de forma a garantir que estarão perto da produção e fortalecendo as barreiras estaduais”, afirmou.
O presidente da Ocepar, João Paulo Koslowski, afirmou que o Paraná dá um salto no desenvolvimento ao criar a Adapar. “Basta analisar a pauta de exportações do Paraná e perceber que somente esse ano, dos R$ 14 bilhões exportados, 65% é representado pelo agronegócio. Isso significa que essa Agência é de extrema importância", disse. "Se o Paraná quiser manter o nível de excelência em relação às exportações e oferta de produtos de qualidade para o mercado interno, tem de investir no trabalho junto Agência”.
ESTRUTURA – Ortigara assinou uma resolução que cria o grupo de trabalho encarregado de formatar e dimensionar a agência. O grupo tem 45 dias para apresentar propostas a respeito das dimensões físicas da agência, inclusive com mais unidades no interior, dotação de pessoal e também o planejamento de ações do novo órgão. “Não se trata apenas de uma simples troca de tarefas do Departamento de Fiscalização e Defesa Sanitária (Defis) pela Adapar”, explicou o secretário.
Segundo ele, a estratégia inclui o fortalecimento dos Conselhos Municipais de Sanidade Agropecuária (CSAs), de forma que sejam institucionalizados para um trabalho mais atuante das entidades de classe junto aos produtores rurais.
Conforme Ortigara, a definição sobre a carreira de fiscal agropecuário será objetivo de negociação do Governo do Estado com órgãos como Tribunal de Contas, Procuradoria Geral do Estado e outros, ainda esta semana. “Só falta solucionar esse entrave para o entendimento pleno com os profissionais do Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Seab que deverão atuar na Adapar”, disse o secretário.
AUTONOMIA – A Adapar terá patrimônio e receitas próprias, o que lhe confere autonomia administrativa, técnica e financeira. O órgão contará com quadro próprio de pessoal: são 600 cargos de fiscal de defesa agropecuária e outros 600 de assistente agropecuário, que serão criados por lei. Para preencher esse quadro será realizado concurso público.
A proposição original recebeu um substitutivo geral encaminhado na forma de emenda, assinado pelos deputados Valdir Rossoni (PSDB), presidente da Assembleia Legislativa; Ademar Traiano, líder do governo no Legislativo; Augustinho Zucchi, César Silvestri Filho e Pedro Lupion. Esse substitutivo garante aos funcionários hoje lotados no Departamento de Fiscalização e Defesa Agropecuária da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento as mesmas vantagens salariais que serão oferecidas aos servidores da Adapar.
Lideranças do setor agropecuário de todo o Estado acompanharam a solenidade de sanção da Lei que cria a Adapar. A cerimonia também foi acompanhada por diveros deputados estaduais.

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