Famílias desabrigadas no Litoral serão instaladas em moradias provisórias

Em Antonina, a Cohapar está adequando as instalações de um imóvel adquirido pela prefeitura para receber 45 famílias. Outras serão instaladas em casas da Copel na Usina Governador Parigot de Souza.
Publicação
01/04/2011 - 12:40
Editoria

Confira o áudio desta notícia

As famílias que ficaram desabrigadas por deslizamentos de encostas ou pela enxurrada no Litoral do Paraná no início de março serão instaladas até o início da próxima semana em moradias provisórias providenciadas pela Companhia de Habitação do Paraná (Cohapar), em parceria com a Defesa Civil, Secretaria da Família e Desenvolvimento Social e prefeituras dos municípios. Além de garantir um pouco mais de conforto às famílias, a transferência vai permitir a retomada das aulas nas escolas que servem de abrigo, principalmente em Antonina, que tem o maior número de desabrigados no momento.
O número de pessoas em abrigos em Antonina tem variado a cada dia, mas em média são 60 famílias (aproximadamente 240 pessoas). Em Morretes 16 famílias precisam de moradias temporárias e em Paranaguá, mais sete.
Em Antonina, a Cohapar está reformando e adequando as instalações de uma área adquirida pela prefeitura, que pertenceu à Capemi (Caixa de Pecúlio Militar). O local possui uma edificação com vários salões, quatro casas e uma área que será terraplanada e drenada, para receber seis casas provisórias. Uma equipe de engenheiros, assistentes sociais e técnicos da Cohapar espera concluir nesta sexta-feira (1) as adequações do sistema elétrico, hidráulico e da cobertura dos imóveis, para instalar parte das 60 famílias que estão abrigadas nas escolas municipais Gil Ferez e João Paulino, em uma creche e em um templo da Igreja Batista.
A Copel também cedeu algumas casas da Usina Hidrelétrica Governador Pedro Viriato Parigot de Souza, na PR-340, que serão usadas como moradias provisórias para pelo menos 10 famílias desabrigadas em Antonina. “Esta medida vai tranqüilizar as famílias e demonstra que o Governo do Estado está atento em dar segurança e o conforto necessário às pessoas, não apenas na questão da habitação, mas permitindo que o município retome as aulas em escolas e creches usadas como abrigos”, disse o presidente da Cohapar, Mounir Chaowiche.
VOLTA ÀS AULAS — A diretora da Escola Municipal Gil Ferez, Lucicléia Lopes Ramos, espera poder retomar as aulas dos 527 alunos da instituição na próxima semana, depois que forem retiradas as 100 pessoas abrigadas nas 12 salas e a escola for limpa e dedetetizada. “Nossos alunos estão ansiosos para voltar às aulas. Estamos preparando um novo calendário, com reposição de aulas aos sábados, para que eles não percam o conteúdo desse período”, disse ela.
As donas de casa Nadir Cardoso Pinheiro, Cleuseli Pinheiro Gonçalves e Enilda Cordeiro Gonçalves, também moradoras da região do Maria Furuncho, estão abrigadas na escola Gil Ferez há 19 dias e não veem a hora de ir para um novo local. “Não consigo nem voltar lá em casa, porque dá muita tristeza e desolação de ver as coisas da gente. Pelo menos estamos sendo bem atendidos neste abrigo”, disse Cleuseli.
MORADIA DEFINITIVA — O Governo do Estado, em conjunto com os municípios, está desenvolvendo os projetos para instalação definitiva das famílias que perderam as moradias na região. O secretário de Infraestrutura e Logística, José Richa Filho, irá a Brasília na próxima semana para apresentar ao governo federal os valores necessários para construção das casas. O objetivo é garantir que as famílias voltem à condição de ter moradia digna e com segurança o mais breve possível.
Paralelamente, por meio da Defesa Civil e com apoio de geólogos da Mineropar (Minerais do Paraná) e da Cohapar, o Governo do Estado continua fazendo o monitoramento do solo em vários pontos do Litoral para avaliar riscos e as condições de habitação de cada área – e, quando necessário, retirar as pessoas, evitando que novos deslizamentos de encostas façam vítimas na região. A previsão da meteorologia é de que o clima continue chuvoso na região nos próximos dias.
A Cohapar também desenvolveu um projeto para instalação de casas provisórias, para atendimento imediato, que poderão ser montadas e desmontadas em local próximo às áreas onde há necessidade de atender às famílias atingidas por esse tipo de acidente. “Com a estrutura desses locais as famílias poderão aguardar de forma segura e mais adequada até a construção definitiva das casas”, explicou Chaowiche.
DONATIVOS — A secretária da Família e Desenvolvimento Social, Fernanda Richa, que coordena a campanha de ajuda ao Litoral, e a presidente do Provopar, Marli Corleto, decidiram manter a campanha de arrecadação de donativos para as vítimas da enxurrada. Até o momento foram enviadas mais de 383 toneladas de donativos. A prioridade é a doação de materiais de construção ou de móveis e eletrodomésticos para quem perdeu tudo e, agora, inicia o difícil caminho de volta para casa.
“Não há mais necessidade da doação de roupas, uma vez que os abrigos e nossos depósitos estão lotados. Quem tiver roupas e agasalhos para doar, aguarde a campanha do agasalho, que será lançada nos próximos dias”, afirmou Marli Corleto. O Provopar vai levar para o Litoral nos próximos dias mais cinco toneladas de alimentos oferecidos pelo funcionários da indústria Bosch ao Instituto Robert Bosch, como parte da programação dos 125 anos da empresa.

GALERIA DE IMAGENS