Para celebrar o Dia Estadual para Conscientização, Mobilização e Combate à Hanseníase (26 de maio), a Secretaria Estadual da Saúde, inaugurou nesta sexta-feira a exposição ‘Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná - 90 anos’, na própria instituição. A mostra apresenta fotos e objetos que contam parte da história do Hospital e do controle da hanseníase no Estado.
Documentos, objetos de uso pessoal e equipamentos médicos levam o público a um tempo em que a hanseníase, ainda chamada de lepra, não tinha a cura conhecida e exigia a segregação dos pacientes. O Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (HDSPR), conhecido naquela época como Leprosário São Roque, foi a instituição para onde os pacientes eram enviados para o isolamento.
“Os primórdios do enfrentamento da doença no Estado coincidem com a história deste Hospital. Recorda esta história é importante para lembrar que a segregação e o preconceito foram os maiores inimigos da doença, e isso não pode mais acontecer”, ressalta a coordenadora do Programa estadual de Combate à Hanseníase, Jaqueline Finau.
Atualmente, a doença tem cura e com o diagnóstico precoce é possível diminuir sequelas e evitar a transmissão. Apesar do Brasil ocupar a primeira posição em proporção de casos de hanseníase na população e a segunda em número absoluto - superado apenas pela Índia - no Paraná o cenário está mudando. O Estado é o sexto do País com menor número de casos. Em 2016, foram registrados 584.
Para que a hanseníase possa ser conhecida, identificada e tratada cada vez mais cedo, o Governo Estadual organiza um trabalho de divulgação da doença por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase. Desde 2013, o Paraná já beneficiou cerca de 400 pacientes com alguma incapacidade física por meio de cirurgias de reabilitação.
HOSPITAL – Localizado em Piraquara, a 25 quilômetros de Curitiba, o Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná foi inaugurado em 1926. O local foi construído para ser modelo no tratamento da hanseníase e tornou-se cenário de reclusão para pessoas acometidas com a doença mais antiga da humanidade.
No Brasil, o isolamento foi oficializado por meio de lei em 1949. Durante um longo período, a hanseníase permaneceu sem tratamento adequado e olhada com desinformação e preconceito. Em 1962, um decreto baniu o isolamento como medida de combate à doença, mas a maior parte dos pacientes ainda permaneceu nesta condição.
O Hospital, então, sofreu várias modificações e acompanhou as mudanças ocorridas no tratamento. O internamento deixou de ser compulsório e o tratamento passou a ser feito em nível ambulatorial, como qualquer outra doença. A instituição atende hoje também outras doenças de pele, como a psoríase e dermatoses - recebe pacientes para tratamentos de curta duração e não mais para reclusão.
“O longo tempo de isolamento dificultou o retorno desses pacientes à sociedade. Muitos perderam o contato com as famílias ou, devido ao preconceito, não foram mais aceitos. O Hospital era a casa deles, onde se sentiam bem e queriam ficar”, explica a diretora do HDSPR, Mara Dissenha.
É o caso do paciente Altamiro Panichi que chegou ao Hospital com 25 anos de idade e quando não foi mais necessário ser mantido em isolamento, não quis retornar para a família. Hoje, com 74 anos, ainda mora no local. “Gosto muito daqui, vejo TV, escuto rádio e converso com todos por aqui”, conta.
LIVRO – Na ocasião, também foi lançado o livro ‘Retomar a Vida’ que conta a história de 84 ex-pacientes que tiveram o Hospital como lar até a determinação do fim do isolamento compulsório. Entre 2006 e 2007, uma das autoras, Nivera Stremel, foi até as pessoas que tiveram a doença para descobrir como estavam vivendo.
SERVIÇO
Exposição ‘Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná – 90 anos’
Local: Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná
Endereço: Av. Brasília, 1115, Jardim Esmeralda – Piraquara
Visitação: de segunda a sexta, das 9h às 17h
Documentos, objetos de uso pessoal e equipamentos médicos levam o público a um tempo em que a hanseníase, ainda chamada de lepra, não tinha a cura conhecida e exigia a segregação dos pacientes. O Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná (HDSPR), conhecido naquela época como Leprosário São Roque, foi a instituição para onde os pacientes eram enviados para o isolamento.
“Os primórdios do enfrentamento da doença no Estado coincidem com a história deste Hospital. Recorda esta história é importante para lembrar que a segregação e o preconceito foram os maiores inimigos da doença, e isso não pode mais acontecer”, ressalta a coordenadora do Programa estadual de Combate à Hanseníase, Jaqueline Finau.
Atualmente, a doença tem cura e com o diagnóstico precoce é possível diminuir sequelas e evitar a transmissão. Apesar do Brasil ocupar a primeira posição em proporção de casos de hanseníase na população e a segunda em número absoluto - superado apenas pela Índia - no Paraná o cenário está mudando. O Estado é o sexto do País com menor número de casos. Em 2016, foram registrados 584.
Para que a hanseníase possa ser conhecida, identificada e tratada cada vez mais cedo, o Governo Estadual organiza um trabalho de divulgação da doença por meio do Programa Estadual de Controle da Hanseníase. Desde 2013, o Paraná já beneficiou cerca de 400 pacientes com alguma incapacidade física por meio de cirurgias de reabilitação.
HOSPITAL – Localizado em Piraquara, a 25 quilômetros de Curitiba, o Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná foi inaugurado em 1926. O local foi construído para ser modelo no tratamento da hanseníase e tornou-se cenário de reclusão para pessoas acometidas com a doença mais antiga da humanidade.
No Brasil, o isolamento foi oficializado por meio de lei em 1949. Durante um longo período, a hanseníase permaneceu sem tratamento adequado e olhada com desinformação e preconceito. Em 1962, um decreto baniu o isolamento como medida de combate à doença, mas a maior parte dos pacientes ainda permaneceu nesta condição.
O Hospital, então, sofreu várias modificações e acompanhou as mudanças ocorridas no tratamento. O internamento deixou de ser compulsório e o tratamento passou a ser feito em nível ambulatorial, como qualquer outra doença. A instituição atende hoje também outras doenças de pele, como a psoríase e dermatoses - recebe pacientes para tratamentos de curta duração e não mais para reclusão.
“O longo tempo de isolamento dificultou o retorno desses pacientes à sociedade. Muitos perderam o contato com as famílias ou, devido ao preconceito, não foram mais aceitos. O Hospital era a casa deles, onde se sentiam bem e queriam ficar”, explica a diretora do HDSPR, Mara Dissenha.
É o caso do paciente Altamiro Panichi que chegou ao Hospital com 25 anos de idade e quando não foi mais necessário ser mantido em isolamento, não quis retornar para a família. Hoje, com 74 anos, ainda mora no local. “Gosto muito daqui, vejo TV, escuto rádio e converso com todos por aqui”, conta.
LIVRO – Na ocasião, também foi lançado o livro ‘Retomar a Vida’ que conta a história de 84 ex-pacientes que tiveram o Hospital como lar até a determinação do fim do isolamento compulsório. Entre 2006 e 2007, uma das autoras, Nivera Stremel, foi até as pessoas que tiveram a doença para descobrir como estavam vivendo.
SERVIÇO
Exposição ‘Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná – 90 anos’
Local: Hospital de Dermatologia Sanitária do Paraná
Endereço: Av. Brasília, 1115, Jardim Esmeralda – Piraquara
Visitação: de segunda a sexta, das 9h às 17h