Emater incentiva produção de uvas rústicas em Cruz Machado

Cultivo da fruta é uma forma de diversificar atividades e aumentar a renda nas propriedades da agricultura familiar do município do Sudeste
Publicação
10/02/2012 - 15:10
Editoria

Confira o áudio desta notícia

O Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater) vem incentivando os agricultores familiares de Cruz Machado, na região Sudeste do Estado, a investir no cultivo de uvas rústicas. Trata-se de uma forma de diversificar atividades e aumentar a renda nas propriedades.
Atualmente, 40 famílias se dedicam ao negócio, sendo que sete delas adotam o sistema orgânico e vendem a fruta com certificação. A colheita começou na última semana de janeiro e vai até, aproximadamente, 20 de fevereiro. Segundo a Emater, a área cultivada é de 20 hectares, e a produção nesta safra deve chegar a 320 mil quilos.
Segundo o extensionista da Emater Leonardo de Oliveira Carneiro, o tempo mais seco no final do ciclo da cultura foi positivo para a planta e está assegurando a colheita de uvas bastante doces, com concentrações de açúcares que superam 15° Brix (escala numérica que mede a quantidade de compostos solúveis numa solução de sacarose).
“O que é muito bom, principalmente para a elaboração de sucos. As normas do Ministério da Agricultura determinam que, para essa finalidade, a fruta precisa ter no mínimo 14° Brix”, explica Carneiro. De acordo com ele, os produtores estão cultivando a variedade Bordô, destinada à produção de vinhos, sucos e geleias. A maior parte vai para as vinícolas da região.
Além de prestar assistência técnica diretamente nas propriedades, a Emater assessora os viticultores em processos de organização. Foi o serviço de extensão rural que ajudou, por exemplo, a criar a Cooperativa Agroecológica Vale do Iguaçu (Cooavi), que hoje congrega, entre outras, as sete famílias produtoras de uvas orgânicas de Cruz Machado.
“Esse trabalho associativo, aliado a uma proposta de produção baseada nos princípios da agroecologia, traz inúmeras vantagens para os viticultores. Vendendo para as vinícolas, o agricultor pode receber no máximo R$0,60 pelo quilo da uva. E o produto precisa ser muito bom para ter essa cotação. Por outro lado, entregando para a Cooavi, esse ganho mais do que dobra. A cooperativa paga R$1,20 por quilo da fruta”, comenta o técnico da Emater.
O Cooavi utiliza a produção de seus associados para fabricação de sucos orgânicos. Até a última safra, isso era feito em pequenas agroindústrias locais. Neste ano, para ampliar a produção e buscar novas oportunidades de mercado, a Cooperativa apostou na contratação do serviço de uma indústria maior, cadastrada no Serviço de Inspeção Federal (SIGF).
“A cooperativa foi selecionada pelo Programa Estadual de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar e deverá fornecer 10 mil litros de suco de uva orgânico integral para abastecer 40 escolas, em sete municípios do território Vale do Iguaçu”, conta Carneiro.

GALERIA DE IMAGENS