Alunos iniciam
recuperação de rio e
fazem mutirão ambiental

Monitoramento do Rio Timbu, que abastece Curitiba e outros municípios da RMC será feito periodicamente com plantio de mudas de plantas nativas para recuperação da mata ciliar, monitoramento da qualidade da água e diálogo com moradores sobre a importância dos cuidados com o rio.
Publicação
25/05/2018 - 17:20
Editoria

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Estudantes dos cursos técnicos em Meio Ambiente e Energias Renováveis do Centro Estadual de Educação Profissional Newton Freire Maia, em Pinhais (na Grande Curitiba), iniciaram nesta sexta-feira (25) a recuperação do manancial do Rio Timbu, no município de Campina Grande do Sul (também na Região Metropolitana da Capital).

Os alunos recolheram lixo, plantaram mudas de plantas nativas para recuperação da mata ciliar e coletaram amostras para análise da qualidade da água. Para prevenir a degradação do rio, que deságua na Barragem Iraí, os estudantes também fizeram um mutirão de conscientização com os moradores do entorno do afluente. A intervenção foi realizada em parceria com a Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar) e será feita periodicamente.

A ação no Rio Timbu surgiu após um pedido feito à Sanepar pelos moradores do bairro Jardim Paulista, que é cortado pelo rio, para monitoramento da qualidade da água que desemboca na represa do Iraí, que abastece o município de Curitiba e outras cidades da região metropolitana. A Sanepar solicitou a parceria do curso de Meio Ambiente da escola para trabalhar com a educação ambiental dos moradores e monitorar a revitalização do rio.

“Sendo uma escola estadual, nós temos o dever de dar um retorno à população do investimento que é feito na educação”, disse a coordenadora do curso de Meio Ambiente, Luciene da Silva Soares. Segundo ela, os alunos trazem informações que servem para conscientizar a população sobre os cuidados necessários com o lixo e explicam como esse cuidado vai refletir na qualidade de água do rio, diminuição a poluição no entorno das casas e na economia no tratamento da água.

O projeto foi dividido em três partes. Primeiro a coordenação do curso selecionou uma equipe de 25 alunos que foi até o bairro e fez um diagnóstico da situação da bacia do rio. Em seguida os estudantes visitaram a estação de tratamento de água da Sanepar e fizeram análises química, biológica e física da água. Por último, elaboraram soluções para resolver o problema apontado.

REVITALIZAÇÃO - Para o Rio Timbu os alunos resolveram reflorestar a mata ciliar com 12 espécies de plantas típicas da região (pitanga, caroba, bracatinga, aruera), panfletagem e diálogo com os moradores reforçando a importância da separação do lixo, cuidado com mata ciliar e com o rio.

“O Rio Timbu é um dos principais afluentes da bacia do Rio Iraí e esse cuidado é importante para que, no futuro, não tenhamos um rio morto que pode trazer sérias consequências para a qualidade da água que chega às casas e também para a fauna e flora da região”, disse o aluno Jean Paulo dos Santos, de 15 anos, do curso de Energias Renováveis.

O projeto de intervenção nos rios da Região Metropolitana é desenvolvido pela escola há quatro anos e faz parte do currículo dos cursos como atividade prática. Nesse período os alunos já fizeram o monitoramento da qualidade da água, limpeza e reflorestamento da bacia dos rios do Meio, Canguiri e Timbu.

“Em torno desses rios existe muita poluição e por isso é importante fazer esse trabalho com a comunidade, para que se tenha os cuidados necessários de preservação do rio e da vida em torno dele”, afirmou a aluna Luendy Sthefeni Santos da Costa, de 16 anos, do curso de Meio Ambiente.

PARQUE TIMBU – Em março, a Sanepar, e a Companhia de Desenvolvimento Agropecuário do Paraná (Codapar), em parceria com a prefeitura do município de Campina Grande do Sul, iniciaram as obras do Parque Linear do Rio Timbu que será construído no bairro. O espaço terá uma área de 590 mil metros quadrados de espaços de lazer, esporte, eventos e educação ambiental para todas as idades, além de área gastronômica e estacionamento.

A construção de parques lineares tem sido uma solução adotada por diversos municípios para proteger áreas de mananciais e de vegetação remanescente, evitando ocupações irregulares e a consequente degradação ambiental, além de proporcionar aos moradores da região um espaço de lazer e interação sustentável com a natureza. São consideradas pela legislação ambiental como APPs (Áreas de Preservação Permanente), ou seja, proibidas de edificação.

Todo o conjunto de investimento do parque é superior a R$ 10 milhões, que serão aplicados por etapas, com previsão de o empreendimento ser concretizado em três anos. A primeira etapa das obras será executada por meio de parceria entre Sanepar e Codapar para limpeza, drenagem e cercamento da área do futuro parque. A partir daí, com a seção do imóvel da Companhia ao município, a Prefeitura será responsável por construir e manter o Parque.

 

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