Violência contra a mulher
é discutida na Sanepar

Empresa foi primeira do setor a ter programa corporativo de equidade de gênero.

 
Publicação
25/10/2018 - 17:00
Editoria

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Os impactos da violência doméstica e familiar e seus reflexos nas relações de trabalho foram discutidos nesta quinta-feira (25) por empregados da Companhia de Saneamento do Paraná (Sanepar). A ação busca a prevenção da violência contra a mulher. “A empresa foi a primeira do setor a lançar um programa corporativo para promover a equidade de gênero, há exatos dois anos. Quando falamos em empoderamento das mulheres, estamos falando em criar oportunidade para que elas ocupem seus lugares e o façam com mais capacidade, com mais igualdade. Precisamos trabalhar para informar e orientar sobre as medidas de prevenção, de proteção e de combate à violência contra as mulheres e para mostrar que a violência contra as mulheres tem seus efeitos e repercussões também no ambiente de trabalho”, disse a diretora de Meio Ambiente e Ação Social da Sanepar, Fabiana Campos.

A advogada Sandra Bazzo Barwinski, uma das palestrantes, apresentou pesquisa recente da Universidade Federal do Ceará com o Instituto Maria da Penha, que demonstra que os impactos da violência dentro de casa nas relações trabalhistas. "Desde o absenteísmo à redução da produtividade, as muitas sequelas, físicas e emocionais, trazem uma série de repercussões nas relações de trabalho. As empresas têm mecanismos para ajudar, para coibir. Trazer a informação para dentro das empresas, como a Sanepar está fazendo, auxilia essas mulheres a serem compreendidas e faz com que tenham mais um espaço de acolhimento", diz.

Segundo ela, a violência contra as mulheres limita e viola direitos e traz consequências, diretas e indiretas, também para as relações de trabalho. Sandra é integrante do Comitê Latino-Americano e do Caribe para a Defesa dos Direitos da Mulher e presidente da Comissão de Estudos sobre Violência de Gênero da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/PR). "Em princípio, as pessoas não entendem a violência contra as mulheres como um tema de interesse nas relações de trabalho. Daí a importância desse evento. Em relação à violência doméstica e familiar, é importante conhecer como ajudar a quem precisa”, disse.

Presidente da ONG Mais Marias, a professora Adriana Filippetto também foi palestrante do evento. Ela falou sobre como as mulheres podem ser encorajadas, apoiadas e sobre o empoderamento. "Mulheres empoderadas são transformadoras sociais. No país em que a taxa de feminicídios é a quinta maior do mundo, precisamos falar de empoderamento, de feminismo, que não é o contrário de machismo. De forma alguma. Ser feminista é lutar para que homens e mulheres sejam tratados com equidade", explica.

Entre os participantes do evento, estava o empregado da Sanepar em Pato Branco, Douglas de Vargas. “Os exemplos apontados nas palestras remeteram a minha infância. Minha mãe, com 17 anos, fugiu de casa carregando-me no colo quando eu tinha apenas um ano de idade, para escapar das constantes agressões praticadas pelo pai, que era alcoólatra. Hoje eu também sou pai e ainda me dói muito saber que minha mãe sofreu atos de violência mesmo estando grávida. É importantíssimo que as pessoas tenham coragem, não se calem e que ajudem a identificar casos de violência no seu círculo familiar, de trabalho ou da comunidade", conta

EQUIDADE – Para lutar contra a violência e o assédio, a Sanepar tem promovido eventos e estabelecido compromissos internos e externos, numa mobilização oficializada na criação do Comitê Equidade@Sanepar e na aprovação, em fevereiro de 2017, de sua Política de Equidade de Gênero. A empresa é signatária do Compromisso com os Princípios de Empoderamento da Mulher (WEPS) e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS), ambos da Organização das Nações Unidas (ONU).

A empresa também reserva vagas de estacionamento para empregadas gestantes, concede licenças maternidade e paternidade estendidas e possui um curso de educação à distância sobre o tema da equidade. Além disso, desde 2016 a Sanepar divulga em seu Relatório de Administração e Sustentabilidade os indicadores de pessoal categorizados por gênero, seguindo as recomendações do Global Report Initiative (GRI).

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