Vigilância Sanitária descarta
e destrói raticidas ilegais

Entres os produtos, 3,6 mil frascos de chumbinho, cujo uso no Paraná é proibido desde 2006. O descarte representa mais um ciclo de ações no controle dos riscos à saúde da população exposta a agrotóxicos. A venda de agrotóxicos ilegais deve ser denunciada.
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18/12/2017 - 17:30
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A Vigilância Sanitária Estadual fez nesta segunda-feira (18), em Curitiba, o descarte e destruição de agrotóxicos e raticidas ilegais apreendidos no Paraná, em Curitiba. Entre eles, cerca de 3,6 mil frascos de chumbinho apreendidos pelas vigilâncias municipais.

O chefe da Vigilância Sanitária Estadual, Paulo Costa Santana, destaca que estes produtos representam grande risco à saúde da população e não são apropriados para serem usados como raticidas, pois são altamente tóxicos.

“O chumbinho põe em risco a saúde dos seres humanos, dos animais e representa uma das principais intoxicações exógenas do Estado. Existem relatos, inclusive, de pessoas que usaram o produto em tentativas de suicídio. Por isso é fundamental que realizemos ações integradas com as vigilâncias municipais para apreendê-lo”, enfatizou Santana.

De acordo com a engenheira agrônoma da Divisão de Vigilância Sanitária de Produtos, Marli Zandoná, o descarte de hoje representa mais um ciclo de ações no controle dos riscos à saúde da população exposta a agrotóxicos. Desde 2006, a comercialização do chumbinho é proibida no Paraná. Ela explica que sua eficiência como raticida também é questionável.

“Os ratos têm por costume enviar os membros mais velhos e mais debilitados do grupo para a busca de alimentos. Quando um destes animais, após ter contato com o chumbinho, retorna à colônia e morre, os demais entendem que ali há um perigo e não vão mais até o local procurar alimentos”, afirmou Marli.

DESCARTE – O descarte e destruição de produtos com resíduos químicos e agrícolas são feitos por meio de um processo chamado encapsulamento, que consiste em calcificar os produtos em um formato cilíndrico para então ser enterrado em um aterro apropriado.

O supervisor operacional da empresa que destruiu os produtos confiscados pela Vigilância Sanitária, Iverson Batista, explica como é o processo. “Colocamos os frascos com veneno, chumbinho e demais produtos similares em um recipiente e o cobrimos com cal e areia, encapsulando os dejetos em um formato sólido. Deixamos então curando por aproximadamente 15 dias e o enterramos em um aterro classe 1, que já é preparado com duas mantas no solo para evitar eventuais danos ambientais”, contou Batista.

PUNIÇÃO – Quando técnicos da Vigilância Sanitária encontram agrotóxicos ilegais sendo comercializados, os produtos são apreendidos e o vendedor pode sofrer sanções. A venda de produtos sem registro é crime sob pena de prisão, além de estar sujeito a inquéritos nas áreas civil e criminal. A empresa infratora também pode ser autuada em processo administrativo que implica em multa diária de acordo com a quantidade apreendida.

“É muito importante que a população nos ajude na fiscalização. Quem souber de alguém ou de algum comércio vendendo agrotóxicos ilegais deve fazer uma denúncia à Ouvidoria Municipal ou à Ouvidoria Geral da Saúde, através do telefone 0800 644 44 14”, enfatizou Santana.

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