Uma videoconferência foi promovida nesta sexta-feira (13) para esclarecer as dúvidas dos profissionais de saúde dos municípios a respeito da avaliação dermatoneurológica, usada no diagnóstico de casos de hanseníase.
O tema foi voltado a médicos, enfermeiros, técnicos de enfermagem e demais profissionais da saúde. A capacitação, promovida pela Secretaria de Estado da Saúde, foi acompanhada por cerca de 300 profissionais de todo o Paraná.
A avaliação dermatoneurológica permite o diagnóstico de casos de hanseníase em estágio inicial, antes do aparecimento de lesões graves. Por isso, a capacitação dos profissionais das unidades de atenção básica tem importância
estratégica no controle e diminuição do número de casos de incapacidades físicas causadas pela doença.
O chefe da Divisão de Vigilância de Doenças Transmissíveis, Renato Lopes, explica que a hanseníase é uma doença silenciosa e mesmo oculta em sua fase inicial, podendo passar despercebida por muitos anos. E quando não
diagnosticada precocemente, pode levar a lesões graves. “O diagnóstico precoce é a principal forma de evitar a ocorrência de incapacidades físicas decorrentes da hanseníase. Através da avaliação dermatoneurológica, é possível
identificar a doença quando surgem os primeiros sinais na pele, antes de ocorrer danos maiores”, diz Lopes.
Em 2017 foram diagnosticados 561 casos novos de hanseníase no Paraná, sendo 48,7% já com incapacidades físicas visíveis e funcionais ou dificuldade na realização das atividades da vida diária. A maior parte foi registrada entre pessoas
em idade produtiva.
CONTATOS – A hanseníase é uma doença transmitida por contato próximo e prolongado. Assim, as pessoas que já residiram com alguém com a doença têm maior risco de desenvolvê-la. Em 2018, a campanha Hora H para Avaliar
Contatos tem convidado os municípios paranaenses a fazerem busca ativa dos contatos de casos de hanseníase notificados nos últimos cinco anos.
A proposta é que os municípios avaliem pelo menos 80% dos contatos de casos registrados e façam também busca ativa em populações de maior risco para a doença, como, por exemplo, homens acima de 60 anos e pessoas com
resistência diminuída.
“A avaliação dos contatos é considerada uma estratégia importante para identificar precocemente casos de hanseníase. Uma vez identificada a doença, o tratamento é iniciado através de medicação específica distribuída gratuitamente
pelo SUS e o risco de transmissão da doença acaba”, explica Lopes.
DIAGNÓSTICO – Para fazer o diagnóstico precoce, a recomendação é procurar uma unidade de saúde sempre que surjam sinais suspeitos.
Entre os sinais de alerta que podem indicar a presença da doença estão o aparecimento de manchas ou áreas da pele esbranquiçadas, acastanhadas ou avermelhadas, com alterações de sensibilidade ao calor, dor ou tato (a pessoa se
queima ou se machuca sem perceber); manchas com diminuição ou ausência de suor no local; formigamentos, choques, câimbras ou dormência na face e membros; diminuição ou perda de força muscular, principalmente nos membros
superiores e inferiores; diminuição ou queda de pelos, localizada ou difusa, especialmente nas sobrancelhas; entupimento, feridas e ressecamento do nariz; ressecamento e sensação de areia nos olhos, entre outros.