Vestibular dos Povos
Indígenas tem mais
de 500 inscritos

Os candidatos são de todas as reservas indígenas do Paraná, além dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais
Publicação
30/10/2015 - 16:25

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Foram homologadas 511 inscrições para Vestibular dos Povos Indígenas do Paraná 2016. Neste ano, a Universidade Estadual de Londrina (UEL) é a responsável pela organização do vestibular. Os candidatos são de todas as reservas indígenas do Paraná, além dos estados do Amazonas, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Sul, Pernambuco, São Paulo e Minas Gerais. Os números de candidatos em cada curso e universidade serão divulgados em breve.
As provas serão realizadas nos dias 10 e 11 de dezembro, no Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), no Campus da UEL. O vestibular consiste de uma prova oral, redação e prova objetiva com cinco questões de cada disciplina do Ensino Médio. Serão oferecidas seis vagas em cada uma das sete Universidades Estaduais, além de 10 na Universidade Federal do Paraná (UFPR).
REGRAS – Diferentemente do que ocorre com os outros alunos, no vestibular indígena o candidato escolhe apenas a universidade onde deseja estudar e não o curso. A escolha da graduação é feita pelo aluno no ato da matrícula. Na UEL, a diretora do Serviço de Bem-Estar à Comunidade (Sebec), Betty Finatt, explica que foi implantado no ano passado um ciclo intercultural de iniciação acadêmica, com duração de um ano, no qual os alunos indígenas recebem formação intermediária entre a educação básica e o ensino superior.
Informações no endereço http://www.uel.br/prograd/?content=divisao-politicas-graduacao/cuia/vestibular_indigena_2015/index_entrada.html . A página é específica sobre o vestibular indígena, onde os interessados encontrarão ficha de inscrição (a ser impressa), preenchida e entregue na instituição de preferência do candidato. As inscrições não poderão ser feitas online. "Na verdade, a maior parte das inscrições para o vestibular indígena é feita nas aldeias, por meio do pessoal da CUIA, quando vamos lá fazer a divulgação e levar esclarecimentos", informa o professor Wagner Roberto do Amaral do Departamento de Serviço Social e representante da UEL na CUIA.
A impressão das provas e a logística para a aplicação deste ano estarão a cargo da Coordenadoria de Processos Seletivos (Cops) da UEL. O exame será aplicado no Centro de Estudos Sociais Aplicados (Cesa), no Campus.
Para a diretora do Sebec, Betty Elmer Finatti, o vestibular para indígenas deve ser visto como um grande evento que a UEL vai sediar. "Este é um processo que já tem 14 anos de existência. É representativo porque temos muitas terras indígenas na região, à nossa volta, que fazem parte do nosso cotidiano. Por outro lado, procuramos uma data em que o vestibular não vai interferir nas atividades da instituição", afirmou. O dia 10 de dezembro é feriado em Londrina.
HISTÓRICO – O Paraná, que tem 17 áreas de reservas indígenas demarcadas, foi o primeiro Estado do Brasil a estabelecer uma política pública de ingresso e permanência de indígenas em universidades públicas no Brasil. O Vestibular dos Povos Indígenas começou há 14 anos, com 52 candidatos e 15 vagas, três em cada uma das então cinco universidades estaduais.
O número de vagas aumentou para seis em cada universidade em 2006. Nestes 14 anos foram oferecidas 525 vagas para indígenas. Na UEL, ingressaram 66. Hoje existem em torno de 340 alunos matriculados em todo o Estado. O número dos que se formam, porém, ainda é pequeno. Na UEL, formaram-se nove dos que ingressaram de 2002 a 2008, um índice de 25%, devido à alta evasão. Foram formados uma médica, dois dentistas, um jornalista, um assistente social, um médico veterinário, uma secretária executiva, um Design Gráfico e um professor de Educação Física.
Existe um projeto de pesquisa coordenado pelo próprio professor Wagner Roberto do Amaral do Departamento de Serviço Social, que está estudando a trajetória dos profissionais. O estudo mostrou que as duas maiores demandas de escolha dos candidatos são saúde e educação e todos os que se formaram na UEL estão atuando na aldeia ou em seu entorno, inclusive o jornalista e a secretária executiva.
No Paraná, já foram feitas três teses e duas dissertações de mestrado tratando do vestibular indígena. A própria CUIA está para lançar uma publicação com um balanço da política estadual nesse campo.
Saiba mais sobre o trabalho do governo do Estado em: http:///www.facebook.com/governopr e www.pr.gov.br

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