Trabalho intersetorial ajuda
a reduzir mortalidade
materno-infantil no Paraná

A ação integrada realizada no Estado reduziu a morte de gestantes em 21% e a infantil em 10,7%, desde 2010. Profissionais de diversos setores da área da saúde se reúnem em Curitiba para tratar do tema
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05/10/2016 - 17:20
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A Secretaria da Saúde reúne nesta quarta e quinta-feira (5 e 6), em Curitiba, profissionais de diversos setores da área de saúde de todo o Estado que atuam em busca da redução da mortalidade materno-infantil. O trabalho intersetorial realizado no Paraná reduziu a morte de gestantes em 21% e a infantil em 10,7%, desde 2010.
“Esse encontro foi pensado para reforçar ainda mais a integração dos setores no desafio de melhorar cada vez mais a atenção à saúde da mulher e da criança, com foco principal na mortalidade. É uma troca de conhecimentos, inclusive com profissionais de fora, em busca de resultados positivos”, afirma a chefe do Centro estadual de Epidemiologia, Júlia Cordellini.
De acordo com Júlia, o evento é uma ampliação dos encontros do Grupo Técnico de Agilização e Revisão do Óbito (GTARO), que acontecem semanalmente na Secretaria Estadual da Saúde. O grupo foi criado em 2012 com o objetivo de compartilhar e discutir os dados de vigilância de óbitos maternos e infantis.
“A formação do grupo possibilitou a utilização adequada das análises feitas pela Vigilância Epidemiológica. Com uma mesma situação vista por diferentes perspectivas de trabalho, fica mais fácil encontrar o ponto de fragilidade e agilizar a ação de correção e melhoria”, explica a chefe da Divisão de Informações Epidemiológicas, Viviane Serra Melanda.
GRUPO – A composição do grupo varia a cada reunião, de acordo com os temas a serem abordados. São, em média, 10 pessoas de áreas como Epidemiologia, Atenção à Saúde, Vigilância Sanitária, Gestão de Sistemas de Saúde, Regulação, entre outros. O material de trabalho e as discussões garantem um redirecionamento das estratégias de ação de cada setor.
“Antes, as informações levantadas eram repassadas burocraticamente por meio de memorandos, sempre sob o olhar único da epidemiologia. Com o GTARO, entregamos uma informação mais rápida para o planejamento de políticas públicas com dados sobre a situação atual da saúde da população e dos serviços de saúde”, garante Viviane.
INVESTIGAÇÃO – Atualmente, o Paraná consegue garantir a investigação de 100% dos óbitos maternos e 94,6% das mortes infantis notificados no Estado. O processo também se tornou mais rápido. Em 2009, a investigação de óbitos maternos e infantis levavam, respectivamente, 666 e 246 dias para serem concluídas. O tempo médio atualmente é de 62 e 82 dias.
“Com a velocidade que estamos conseguindo levantar os dados e analisar os indicadores, eles se tornam uma ferramenta indispensável para embasar a estruturação da Rede Mãe Paranaense, de atenção às gestantes e bebês até um ano de idade. Esse trabalho facilita a destinação dos investimentos em estrutura, capacitações e qualificação da assistência hospitalar”, afirma o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd.
NACIONAL – Para agregar ainda mais ao trabalho do grupo, o encontrou trouxe palestrantes de outros estados do País para compartilhar experiências. A professora Marta Rovery de Souza, do Departamento de Saúde Coletiva da Universidade Federal de Goiás, fez uma análise da situação de saúde da mortalidade materna e infantil no Brasil e Exterior.
“Nacionalmente, temos conseguido alcançar taxas mais aceitáveis, mas ainda longe dos objetivos do milênio, definidos pela Organização das Nações Unidas (ONU). As ações realmente precisam avançar, principalmente na qualificação do pré-natal e na diminuição das causas de morte evitáveis. Para isso, momentos como esses são de suma importância”, comenta.
O evento também contou com a participação de representantes do Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, São Paulo, além da presença de palestrantes do Ministério da Saúde e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária.

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