Times paranaenses
apoiam campanha
do Outubro Rosa

Paraná Clube, Atlético Paranaense e Operário aceitaram convite da Secretaria Estadual da Saúde e entraram em campo sem um de seus símbolos, o escudo
Publicação
31/10/2015 - 18:12
Editoria

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O conjunto de ações de apoio do Governo do Paraná à campanha Outubro Rosa, para conscientização e prevenção ao câncer de mama, terminou neste sábado (31), com o projeto Escudos pela Vida. Paraná Clube, Atlético Paranaense e Operário aceitaram o convite da Secretaria de Estado da Saúde para entrarem em campo sem um de seus símbolos, o escudo.
A iniciativa lembrou aos torcedores como é difícil perder algo importante, neste caso, o escudo. Assim como é para as mulheres que precisam abrir mão de parte da feminilidade ao retirarem as mamas em função da doença. “Os clubes de futebol têm grande potencial de comunicação com a população e tivemos uma excelente receptividade por parte das agremiações. Com esta ação, demonstramos a importância da prevenção à doença, que mata cerca de 14 mil mulheres todos os anos”, afirmou o diretor-geral da Secretaria de Saúde, Sezifredo Paz.
EXEMPLO - uma torcedora do Paraná Clube recebeu uma das camisas usadas na campanha. A advogada Helen Cristine Brun se emocionou ao ver o envolvimento do time do coração na ação e, pelas redes sociais do clube, pediu para comprar um dos uniformes. “A entrada em campo é uma emoção para quem é torcedora como eu. Ver o time que amamos trazendo no peito esta campanha tão importante, dá muito orgulho.”
Helen a recebeu a camisa das mãos do presidente do clube, Luiz Carlos Casa Grande, e do diretor geral da Secretaria de Saúde, Sezifredo Paz. O presente foi repassado à prima de Helen, Daniela Carula de Melo, também torcedora do Paraná Clube. Daniela teve câncer de mama duas vezes e retirou um dos seios no ano passado. Para ela, a campanha foi surpreendente e emocionante. “Pensei, que legal! Tirar o símbolo deles para mostrar como a gente se sente. Foi gratificante”, disse emocionada.
SEM ESCUDO -  A primeira partida do Paraná Clube sem o escudo foi no dia 17 de outubro, contra o Vitória da Bahia, em Salvador. O presidente do clube lembrou o esforço necessário para conseguir cumprir o objetivo: confeccionar rapidamente os uniformes, pedir autorização à Confederação Brasileira de Futebol para usar a camisa sem o escudo, e negociar com a diretoria do time rival o uso do uniforme branco. “Mas o resultado compensou”, disse. “Sempre vale a pena colaborar com ações sociais que tragam benefícios à saúde. Estamos de braços abertos para ajudar. Por menor que seja o apoio já será o bastante para quem precisa”, afirmou Casa Grande.
O clube vai colocar à venda outras 14 camisas confeccionadas para a partida. A renda será entregue a uma instituição que trabalha com ações para vítimas do câncer de mama.
MAIS CAMISAS - O Instituto Peito Aberto, que atende mulheres com câncer de mama em Paranaguá, também recebeu do Paraná Clube uma camisa sem escudo. O uniforme, autografado por todos os jogadores, será leiloado e o valor arrecadado atenderá ações da instituição. Para a diretora executiva do Instituto, Fabiana Parro, a ideia de levar a prevenção ao câncer de mama aos estádios foi positiva porque atingiu os homens. “Eles têm mães, filhas e todos podem passar por isso algum dia. Sem esquecer que eles também podem ter câncer de mama, em uma proporção menor.”
BOX 1
Policiais femininas participam de evento em Curitiba sobre prevenção do câncer de mama

O 20º Batalhão de Polícia Militar (20º BPM), pertencente ao 1º Comando Regional da PM (1º CRPM), fez um evento na sede da unidade no bairro Boqueirão, em Curitiba, também de apoio ao Outubro Rosa. Quando diagnosticado no início, a chance de cura da doença é de 95%.
As policiais receberam várias orientações de um médico, como por exemplo, a maneira correta de fazer o autoexame, e conversaram com mulheres que superaram o câncer.
“Achamos muito importante cuidar do lado pessoal da mulher. Somos mães, esposas e, no nosso caso, somos policiais. Nossa profissão tem grande carga de estresse e a palestra mostrou que esta situação diária de tensão pode culminar na doença”, disse a oficial de Comunicação do 20º BPM, tenente Brenda Alves Ribeiro da Costa.
Fernanda Silveira Vieira, que teve câncer de mama, conversou com as policiais militares a contou a experiência, os momentos pelos quais passou, as dificuldades e como superou a doença. “Quanto mais informação, melhor. É preciso fazer o autoexame, monitoramento e ir a consultas médica periódicas. Quero frisar que este cuidado deve ser diário e não somente em no mês de outubro”, afirma.
Ela conta que foi diagnosticada com câncer de mama metastático em 2010. Em seguida foram diagnosticados outros pontos de lesões: colo de útero, intestino e, por último, na pele. “O câncer é controlado, mas é complicado dizer que tem cura, porque em algumas pessoas ele volta. Faço uso de medicação e é preciso ter vida saudável, praticar atividade física e consultar o médico regularmente”, ensina Fernanda.
As policiais aproveitaram a palestra para tirar dúvidas e aprender mais sobre a doença. “Foi muito válido este momento, pois a sementinha foi plantada e cabe a cada uma de nós nos cuidarmos e levar adiante estas informações. Com a correria do dia a dia deixamos de lado a nossa saúde”, diz a soldado Jéssika Motta Dias.
Para a psicóloga da unidade, Kelly Oliveira, a parte mais importante do evento foi focar no autocuidado da policial. “Informação sempre é importante. Acredito que muitas, a partir de agora, passarão a perceber o próprio corpo de outra forma, com mais cuidado”, afirma.

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