O Tigre (Tático Integrado de Grupos de Repressão Especial) solucionou, nesta madrugada, uma ocorrência de "sequestro remoto". Foi o segundo caso resolvido em uma semana pela unidade de elite da Polícia Civil do Paraná especializa de neste tipo de crime.
O crime desta vez teve início por volta das 14 horas da terça-feira (5). Uma estudante de 22 anos recebeu uma ligação “informando” que sua mãe estava em poder de sequestradores. Amedrontada, passou a seguir as instruções do interlocutor para que efetuasse depósitos em uma conta bancária.
O criminoso impedia que a vítima fizesse contato com outras pessoas, mediante a falsa ameaça de que estava sendo constantemente vigiada e a orientou a ir para um hotel e ficar isolada.
Concomitantemente, o marido da estudante também recebeu uma ligação, na qual o interlocutor lhe disse que sua esposa estava sequestrada, e exigia o depósito de quantias em conta bancária. Como ele não conseguia fazer contato com a esposa, também passou a acreditar que ela estivesse sequestrada.
“Durante as ligações, os criminosos vão envolvendo a vítima, e muitas vezes ela mesma revela sem querer algumas informações. Além disso, começam a procurar dados nas redes sociais onde as pessoas se expõem muito e em pouco tempo descobrem onde estudam, se tem casa na praia, nome de familiares”, explicou o delegado-operacional do Tigre, Cristiano Quintas. No caso específico, a vítima estava orientada a vender o carro nesta quarta-feira e repassar os valores como parte do resgate.
O marido então, juntamente com familiares, procurou o grupo Tigre, e passaram a ser orientados a não efetuar qualquer depósito, sendo que o marido, assim como a mãe da vítima, continuaram a receber diversas ligações, sempre mediante graves ameaças, a todo tempo dizendo que a vítima estava em cativeiro.
Com base em outros casos ocorridos em Curitiba e região metropolitana, o grupo Tigre passou a suspeitar que se tratava de um "sequestro remoto" e fizeram diligências visando localizar a vítima em hotéis. Por volta das 3 horas da manhã, os policiais conseguiram localizá-la, sendo que a vítima, atemorizada, custou a acreditar que os agentes eram policiais.
Segundo ela, o interlocutor a fez acreditar que a mãe estava sequestrada e que, se não seguisse as orientações, a mãe seria morta pelos bandidos, sempre dizendo que ela estava sendo vigiada.
Somente após os policiais colocarem a vítima em contato com a sua mãe é que ela então acreditou que realmente era o que polícia denomina de um sequestro remoto, e que sua mãe estava bem.
Este tipo de sequestro remoto, explica Quintas, é uma nova modalidade adotada pelos criminosos. Por telefone, eles enganam a vítima dizendo que estão com um familiar sequestrado. O próximo passo é isolar a vítima para que ela fique incomunicável – sempre sob ameaça. A partir daí, os criminosos entram em contato com parentes da vítima anunciando o sequestro. Como eles não conseguem contato, passam a acreditar que de fato a pessoa está em poder dos criminosos.
A Polícia Civil orienta, em casos como esse, a não efetuar qualquer depósito bancário e sempre procurar a orientação policial para que tudo possa ser solucionado no menor tempo possível.
A polícia instaurou inquérito sobre o caso para tentar identificar os criminosos e rastrear o dinheiro depositado pela vítima.
OUTRO CASO – Há uma semana o grupo Tigre solucionou o sequestro de um empresário em Curitiba. Os sequestradores combinaram uma reunião de trabalho com o homem, de 30 anos, quando ele foi rendido.
Os criminosos entraram em contato com a família pedindo resgate. Foi quando a esposa da vítima entrou em contato com os policiais, que conseguiram resgatar o homem e efetuar três prisões sem que nenhuma quantia fosse paga. As investigações continuam para identificar outros envolvidos.