Tecpar estuda parceria
com empresas japonesas
de energia renovável

Segundo representante do governo do Japão, há 10 mil companhias do país interessadas em compartilhar novas tecnologias com o Brasil
Publicação
07/03/2012 - 18:57

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Técnicos do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar) reuniram-se na terça-feira (6), em Curitiba, com Yumi Watanabe, representante do Ministério da Economia, Indústria e Comércio do Japão. Durante o encontro, foi discutida a possibilidade de o instituto apoiar empresas japonesas que pretendem introduzir no Estado novas tecnologias no campo da eficiência energética.
Yumi está no Brasil para pesquisar projetos nas áreas de Biomassa (resíduo orgânico utilizado para a produção de energia) e redes smart grid (sistemas integrados de prédios comerciais, industriais ou residenciais que geram e devolvem energia para em determinados momentos do dia).
A reunião foi intermediada pelo diretor de relações internacionais da Câmara de Comércio e Indústria Brasil Japão do Paraná, Heberthy Daijó, e contou a presença do diretor técnico do Tecpar, Guilherme Zemke, de representantes do Centro de Energias Renováveis (Cerbio) e do pesquisador da Emater-PR Jorge Watanabe.
Segundo Zemke, a visita aconteceu em um momento oportuno, uma vez que o Governo Federal está regulamentando a microgeração de energia no Brasil e o Governo do Estado mantém um projeto de diversificação de sua matriz energética – o Vale da Energia, no qual o Tecpar deverá atuar no teste e validação de equipamentos de geração de energias renováveis.
“Atualmente, os estudos do Tecpar nessa área estão mais voltados para o uso de oleaginosas na produção de energia. Entretanto, sabemos que faz parte das diretrizes do Governo do Estado encontrar fontes alternativas de energia limpa. Por isso, na condição de instituto público de pesquisa, temos total interesse em estabelecer parcerias e ampliar nosso objeto de estudo para o teste e desenvolvimento de novas tecnologias verdes”, disse Zemke.
Heberthy Daijó afirmou que existem 10 mil empresas japonesas de pequeno e médio porte interessadas em compartilhar tecnologias com o Brasil. Yumi Watanabe, no entanto, disse que as companhias de tecnologias renováveis têm um certo receio de vir ao Brasil, por pensarem que este mercado já estaria saturado por fabricantes de outros países – o que foi negado pelos representantes do Tecpar.
Para estreitar as relações com o Japão, Daijó sugeriu uma visita do cônsul japonês ao Tecpar. Ele também convidou os participantes da reunião para um evento que acontece no dia 12 de março na Federação das Indústrias do Paraná (Fiep) com presença de representantes de empresas japonesas, para discutir a geração de energia a partir da queima de dejetos de galinhas e de lixo.
A preocupação japonesa com fontes de energia renováveis cresceu após as consequências do acidente na Central Nuclear de Fukushima, ocorrido em março do ano passado em função do terremoto seguido de tsunami que devastou o noroeste do país. O interesse pelo Brasil dá conta, especialmente, do uso da biomassa para a produção de energia, assunto que o País tem maior domínio por ser um dos maiores produtores de etanol do mundo (sendo o Paraná o segundo maior produtor, atrás apenas de São Paulo).

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