O setor de serviços está deixando a crise para trás. No acumulado de janeiro a agosto, as empresas do segmento aumentaram em 4,2% suas vendas na comparação com o mesmo período do ano passado. Os dados, da Pesquisa Mensal de Serviços (PME) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), mostram que o Paraná, acompanhado do Mato Grosso (5,6%) foram os únicos Estados a terem resultados positivos no período. Em todo Brasil, o setor acumula queda de 3,8%.
A demanda por serviços no Paraná vem reagindo mais rápido que a brasileira, basicamente devido a dois fatores: a redução da taxa de desemprego e o aumento da geração de vagas com carteira assinada. “A melhora no mercado de trabalho impulsiona a renda e o consumo e ajuda a movimentar as vendas dos serviços, que dependem exclusivamente do mercado interno”, explica Julio Suzuki Júnior, diretor-presidente do Instituto Paranaense de Desenvolvimento Econômico Social (Ipardes).
A taxa de desocupação no Paraná caiu de 10,3% para 8,9% entre o primeiro e o segundo trimestre do ano, de acordo com o IBGE. Nos primeiros oito meses do ano, o saldo entre admitidos e demitidos com carteira assinada no Estado somou 25,3 mil vagas.
Em agosto, na comparação com o mesmo mês do ano passado, a pesquisa do IBGE mostra que as vendas do setor de serviços cresceram 5,5%. No acumulado de 12 meses terminados em agosto, o Paraná registrou alta de 0,2% no setor. Foi o único Estado a ter resultado positivo nessa comparação.
IMPORTÂNCIA - O setor de serviços representa cerca de 45% da economia estadual e sua retomada, na avaliação de Suzuki Júnior, é fundamental para o Paraná fechar o ano com crescimento. “Apesar do avanço do comércio exterior, com o bom resultado das exportações de commodities e do setor automotivo, é fundamental que o setor de serviços também volte a crescer. Essa retomada é essencial para que o Paraná feche o ano com aumento do seu Produto Interno Bruto”, diz.
No acumulado do ano, os serviços prestados às famílias tiveram a maior alta, com 14,7%, seguido pelos serviços de transportes, serviços auxiliares dos transportes e correios, com aumento de 13,6% nas vendas. “Esse último segmento foi influenciado pela movimentação da safra agrícola nos primeiros meses do ano e agora, com o fim da safra, está sendo impactado pelo aumento da movimentação de mercadorias em geral. O transporte de passageiros também está crescendo”, diz.
Serviços profissionais, administrativos e complementares – como contadores, advogados e arquitetos, dentre outros - tiveram avanço de 4,1%. As atividades prestadoras de informação e comunicação, por sua vez, tiveram queda de 5,3%. “Nesse caso essa queda é provocada pela substituição de tecnologia, como por exemplo os serviços de TV a cabo pelos de streaming ou do telefone pelos aplicativos de mensagem”, diz Suzuki Júnior. Embora seja uma mudança estrutural com o desenvolvimento de novas tecnologias, ela se acentuou com a crise econômica, quando as famílias optaram por cortar custos.