As potencialidades, perspectivas e desafios do cultivo de microalgas para a obtenção de biocombustível serão tratados ao longo desta quinta-feira (1o) em Curitiba, durante um seminário promovido pela Copel.
Participam do encontro, além de técnicos e estudiosos da Companhia, pesquisadores do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar) e de instituições acadêmicas como a Universidade Federal do Paraná, Unicamp (Universidade de Campinas) e Universidade Federal de Santa Catarina.
O diretor de engenharia da Copel, Jorge Andriguetto Junior, abre o seminário às 8h30 falando sobre a importância para a empresa das pesquisas envolvendo as fontes alternativas para a produção de energia. Seguem-se exposições técnicas relatando o andamento das experiências em torno das formas mais eficazes de produzir as microalgas e as espécies mais adequadas para a extração do biocombustível.
A Copel vem se dedicando ao assunto desde 2009, quando estabeleceu uma parceria com o Iapar e a Fundação de Apoio à Pesquisa e ao Desenvolvimento do Agronegócio (Fapeagro) para a implantação do Projeto Microalgas. Dessa associação resultou a instalação de um laboratório em Londrina voltado exclusivamente à pesquisa sobre microalgas. Uma exposição sobre os trabalhos ali desenvolvidos será feita no seminário pelos pesquisadores Diva de Souza Andrade e Arnaldo Colozzi Filho, ambos vinculados ao Iapar e coordenadores do projeto do qual participa a Copel.
O seminário sobre microalgas acontecerá no auditório do edifício-sede da Copel (Rua Coronel Dulcídio, 800, 10o andar, no Batel).
O QUE SÃO – As microalgas são organismos microscópicos que liberam oxigênio e produzem lipídios (óleos), carboidratos (açúcares) e proteínas, em diferentes quantidades de acordo com a espécie – são milhares as espécies encontradas na natureza. A maior parte das espécies realiza fotossíntese e, por isso, consome dióxido de carbono e necessita de luz para seu crescimento.
A produção de biocombustível por meio das microalgas, além de ecologicamente correta, tem um potencial muito maior do que as culturas tradicionais de oleaginosas. As microalgas têm potencial para produção de 70 toneladas de biomassa (de onde é extraído o biocombustível) por hectare/ano, enquanto a soja produz em média apenas 3 toneladas de biomassa por hectare/ano. Há várias técnicas de colheita de microalgas – entre elas, a filtragem do meio de cultivo, resultando numa massa que é secada e depois tratada por métodos mecânicos e químicos para, então, se extrair o óleo.
Em diversos países, as pesquisas envolvendo as microalgas vêm se multiplicando com o objetivo de estabelecer, de acordo com as peculiaridades ambientais e características do processo de cultivo, quais as espécies comercialmente mais adequadas para tal finalidade.
LONDRINA – No laboratório instalado em Londrina, a equipe coordenada pela doutora Diva Andrade, do Iapar, já isolou mais de 120 exemplares de microalgas encontradas na região, e vem realizando testes para determinar as formas de cultivo e os ambientes e nutrientes mais adequados para a produção desses microrganismos. O objetivo é identificar microalgas que tenham crescimento rápido e grande concentração de lipídios que possam ser extraídos e utilizados como óleo combustível na forma de biodiesel.
As amostras são colhidas em lagoas da região Norte do Paraná e, por meio de técnicas adequadas, as microalgas são isoladas. Depois, são identificadas e estudadas em pequenos recipientes, a fim de definir quais as espécies mais promissoras e as melhores formas de cultivo. Posteriormente, elas serão cultivadas em pequena escala, crescendo em tanques abertos ou em recipientes fechados, que permitem maior controle das condições de temperatura e evitam a contaminação por outros microrganismos.
Seminário da Copel debate uso
de microalgas para combustível
Debate será realizado nesta quinta-feira (1o); microorganismos produzem óleo que pode ser extraído e usado como biocombustível
Publicação
31/08/2011 - 17:20
31/08/2011 - 17:20
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