Secretário da Saúde analisa pedidos do MST

Grupo de sem-terra pediu a construção de unidades básicas de saúde nas áreas próximas dos assentamentos e mais equipes de Saúde da Família
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01/06/2011 - 18:20
Editoria

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O secretário da Saúde, Michele Caputo Neto, recebeu nesta quarta-feira (1), cerca de 70 representantes do Movimento dos Sem-Terra (MST) para discutir a promoção da saúde nos diversos assentamentos existentes no Paraná. Entre as reivindicações, o grupo pediu a construção de quatro unidades básicas de saúde nas áreas próximas dos assentamentos e mais equipes de Saúde da Família.
“Temos espírito democrático e vamos ajudar com o que tiver ao nosso alcance. Vou propor uma reunião com o conselho de secretários municipais de Saúde (Cosems) para discutir esta questão”, explicou o secretário.
A pedido do secretário, as Regionais de Saúde fizeram um levantamento do número de assentamentos existentes no Estado e da situação do programa de Saúde da Família destes locais. Ele também colocou à disposição a Escola de Saúde Pública do Paraná para a formalização de cursos técnicos na área de saúde coletiva.
Caputo Neto ressaltou que o estado poderá viabilizar através dos municípios uma forma de dar um incentivo diferenciado a Equipes de Saúde da Família que se disponham a atuar nestas áreas. “Hoje existe um grande déficit de médicos no Sistema Único de Saúde, principalmente os que atuam afastados dos grandes centros”, afirmou.
Quanto à produção de plantas medicinais, ervas aromáticas e condimentares, o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz, disse que será reaberta a discussão do uso destes componentes na assistência à saúde e regularização para a comercialização destes produtos. “Este é o momento de pensar na inserção de representantes do MST na discussão de propostas, estimulando a produção de maneira ordenada”, disse.
O superintendente ainda enfatizou que a Secretaria levará todas as campanhas de prevenção para dentro das comunidades. “Vamos trabalhar também a questão da hanseníase, da dengue e da tuberculose”, disse.
Maria Salete Back, que representou o assentamento Nossa Senhora Aparecida, em Mariluz, demonstrou muita satisfação com a reunião. “Esta foi a segunda reunião para tratar da promoção da saúde dos assentados. O secretário foi muito atencioso e obtivemos respostas para todas as nossas demandas”, disse.
Adriano Lima dos Santos, que é agrônomo e pertence ao assentamento do Contestado, na Lapa, disse estar satisfeito com o debate. “Espero que a partir desta reunião possamos firmar parcerias importantes”, disse.
Os assentados convidaram o secretário e o superintendente de Vigilância em Saúde para participarem da 10ª Jornada de Agroecologia, que será realizado em Londrina na segunda quinzena de junho. No evento será discutido o uso indiscriminado de agrotóxicos.

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