Secretaria da Saúde treina técnicos para fiscalizar frigoríficos e abatedouros

Foram capacitados técnicos de municípios e regionais de saúde que concentram maior número de estabelecimentos, além de profissionais da Fundacentro, Ministério Público e Ministério do Trabalho que lidam com a saúde do trabalhador
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05/05/2011 - 18:10
Editoria

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A Secretaria estadual da Saúde realizou nos dias 3, 4 e 5 o Treinamento em Vigilância da Saúde do Trabalhador em frigoríficos e abatedouros do Paraná. O evento capacitou técnicos dos municípios e regionais de saúde que concentram um maior número de estabelecimentos desta área, além de profissionais da Fundacentro, Ministério Público e Ministério do Trabalho e Emprego que lidam com a saúde do trabalhador.
“A capacitação tem o objetivo de preparar as equipes de saúde para atuar de forma eficaz diante das situações encontradas durante as visitas aos frigoríficos”, disse o diretor do Centro Estadual de Saúde do Trabalhador (Cest), José Lúcio dos Santos. Esses locais necessitam de inspeções constantes, pois os riscos de ocorrer acidentes de trabalho são maiores.
A programação contou com apresentações de todo processo produtivo dos frigoríficos, desde o abate e manuseio da carne até o final do processamento. “Entendendo a rotina da indústria frigorífica o profissional pode saber quais os principais riscos de cada função no processo e alertar ao trabalhador e a empresa que medidas podem ser tomadas para se evitar acidentes ou doenças”, ressaltou o médico do trabalho Zuher Handar. Além disso, a influência do trabalho nas condições de saúde e na qualidade de vida do trabalhador também foi discutida.
Segundo o médico do Ministério do Trabalho e Emprego, Paulo Barros Oliveira, que ministrou uma das palestras do treinamento, os principais agravos registrados em frigoríficos são relacionados a lesões musculoesqueléticas (LER/DORT) e sofrimento mental.
Lesões ocasionadas por movimentos repetitivos e postura inadequada são comuns, contudo muitos trabalhadores de frigoríficos também se queixam de problemas emocionais, como estresse, depressão e ansiedade. “O ritmo de trabalho nestes locais é muito acelerado, havendo uma pressão grande por produtividade. Outro ponto é a questão dos problemas respiratórios desencadeados pelas temperaturas baixas e pelo ambiente fechado, típico dos frigoríficos”, explicou Oliveira.
CICLO DE DEBATES – A Secretaria deu início no dia 27 de abril, em Paranaguá, ao Ciclo Estadual de Debates sobre Saúde do Trabalhador que percorrerá todas as regionais de saúde até setembro discutindo novas propostas de políticas públicas que beneficiem os trabalhadores. O ciclo já passou por Paranaguá (27) e Curitiba (29). Nesta quinta-feira (5) foi a vez de Cascavel e na próxima semana o evento será em Ponta Grossa (12) e Irati (13).

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