Muitas pessoas podem ter contraído a hepatite sem saber. O alerta à população é da Secretaria de Estado da Saúde que promove ações educativas sobre o tema na semana em que se lembra o Dia Mundial de Luta contra as Hepatites Virais (dia 28). Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), para cada caso confirmado de hepatite viral, há outros 19 não diagnosticados.
Para sensibilizar a população sobre a importância do diagnóstico das hepatites virais, diversas regionais da saúde do Estado promovem nesta semana ações educativas. Em Toledo, por exemplo, aconteceu na segunda-feira (23) um seminário sobre hepatites virais voltado a médicos, enfermeiros e profissionais de saúde de atenção primária dos 18 municípios que compõem a 20ª Regional de Saúde. No sábado (28), testes rápidos para a detecção da doença poderão ser feitos no Shopping Panambi, das 11 às 20 horas.
Outra ação está programada para o município de Tibagi, pertencente à 21ª Regional de Saúde. Uma palestra referente às boas práticas de prevenção de hepatites virais para profissionais da área de estética, cabeleireiros, manicure/pedicure e tatuadores foi agendada para a segunda-feira (30), na Associação dos Amigos dos Idosos de Tibagi (AAMIT). No local também será feito teste rápido das 13 às 17 horas.
Em Ponta Grossa, município da 3ª Regional de Saúde, o foco é a prevenção da hepatite em estabelecimentos de saúde. Serão feitas rodas de conversa, atividades culturais e outras ações na unidade do Sesc da cidade, na segunda-feira (30), das 13 às 16 horas.
A DOENÇA - As hepatites virais são doenças infecciosas provocadas por vírus que atacam o fígado. Há cinco diferentes vírus que causam hepatites, sendo os tipos A, B e C os mais comuns no Brasil. Os outros dois tipos, D e E, são mais frequentes em países da África e Ásia. Em todo mundo, estima-se que 400 milhões de pessoas tenham algum tipo de hepatite viral.
O chefe da Divisão Estadual de Controle das Doenças Sexualmente Transmissíveis, Francisco Carlos dos Santos, diz que a preocupação maior é com as hepatites B e C, transmitidas através do sangue e secreções. Esses dois tipos podem apresentar tanto formas agudas, quando o doente se recupera totalmente da doença e elimina o vírus do organismo, quanto formas crônicas, onde a pessoa permanece com a doença por mais de seis meses.
“Os doentes crônicos muitas vezes nem sabem que estão com hepatite e por isso não fazem tratamento, agravando a doença e ainda podem transmitir o vírus para outras pessoas”, diz Francisco.
DIAGNÓSTICO – Os sintomas das hepatites nem sempre são percebidos. Quando aparecem, podem incluir fadiga, falta de apetite, febre baixa, náuseas, dor abdominal, icterícia (pele e olhos amarelados), urina escura e fezes esbranquiçadas. O diagnóstico da doença é feito através de exame de sangue. Atualmente, o sistema público de saúde oferece gratuitamente o chamado teste rápido, que em cerca de 20 minutos já possibilita o diagnóstico das hepatites B e C.
O teste é feito quando há suspeita da doença ou quando a pessoa, mesmo não apresentando nenhum sintoma, foi exposta a alguma situação de risco, como ter feito sexo sem preservativo, compartilhado agulhas e seringas, lâminas e outros materiais cortantes. Lopes lembra que o teste também é recomendável para pessoas que realizaram algum procedimento cirúrgico, receberam sangue ou algum procedimento antes de 1993.
“Essa indicação é importante, pois muitas pessoas podem ter se contaminado décadas atrás, quando o controle da qualidade do sangue não era tão rigoroso como atualmente”, explica Francisco.
PREVENÇÃO – A adoção de medidas preventivas é a melhor forma de se evitar a contaminação pelos vírus da hepatite. No caso das hepatites B e C, recomenda-se evitar contato com sangue infectado, não compartilhando objetos cortantes ou perfurantes, nem instrumentos para preparação de drogas injetáveis.
Outra recomendação importante é sempre usar preservativo nas relações sexuais, além de só fazer tatuagens, colocação de piercings e tratamentos com acupuntura com instrumentos esterilizados.
Há ainda vacinas específicas para a hepatite A e para a hepatite B disponíveis no sistema público de saúde. No caso da vacina contra hepatite A, o público-alvo são as crianças entre 15 meses e menores de 5 anos, que recebem uma dose da vacina. Já a vacina contra hepatite B é aplicada nos bebês ao nascer ou nos primeiros 30 dias de vida (1 dose). O calendário de vacinação das crianças também inclui a aplicação de três doses da vacina penta viral, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, meningite, influenza B e hepatite B. A vacina contra a hepatite B também está disponível para adultos em qualquer faixa etária.