Se fosse um só ferido já seria
lamentável, diz Beto Richa

Ele defendeu a operação policial e disse que um inquérito será aberto para investigar se houve abusos
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30/04/2015 - 17:00
Editoria

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O governador Beto Richa disse nesta quinta-feira (30), em entrevista para rádios, que lamenta profundamente o grave incidente ocorrido no Centro Cívico que deixou pessoas feridas durante a manifestação desta quarta-feira (29). “Se fosse apenas um só ferido já seria lamentável. Tenho um grande respeito pelos professores e sou norteado por princípios democratas e de respeito à lei”, disse o governador, com relação à divergência sobre o número de feridos.
Ele defendeu a operação policial e disse que um inquérito será aberto para investigar se houve abusos. A confusão começou com militantes black blocs que, infiltrados no movimento, atacaram os soldados da Polícia Militar para invadir a Assembleia Legislativa. Sete integrantes do movimento foram presos atirando pedras e coquetéis molotov contra os policiais. “Eu pedi a polícia e aos professores o máximo de comedimento para evitar ao máximo o confronto. O grande problema é que havia integrantes de outros movimentos radicais infiltrados em meio aos manifestantes”.
Richa explicou que houve diálogo na elaboração do projeto de ajuste da Previdência, que foi acompanhado por especialistas e membros dos sindicatos. O governador criticou o sindicato dos professores, que, de acordo com ele, agiu de má-fé para gerar desgaste ao governo estadual. “Eles fizeram parte da discussão do projeto, mas não repassaram as informações aos seus filiados. Pelo contrário, mentiram dizendo que iríamos acabar com a Previdência dos servidores”.
A motivação da greve também foi questionada pelo governador. “Um movimento sem justificativa e sem razão, até porque atendemos todas as revindicações dos professores”, disse. Em quatro anos, o Governo aumentou em 60% o salário e em 75% a hora atividade dos professores. “Fui o governador que deu o maior aumento salarial da história do Paraná, e com certeza um dos maiores do Brasil”, afirmou Richa.
O governador reafirmou que o parlamento precisa ter liberdade para votar os projetos e que não é possível aceitar ameaças contra os deputados. “Cumprimos uma determinação da Justiça para garantir a votação. É preciso pôr fim às ameaças de invasão à Assembleia Legislativa. Se houvesse mais uma invasão tínhamos que fechar o parlamento e dar a chave ao sindicato para decidir o que eles querem votar. Isso não pode acontecer. Lá há 54 deputados que têm legitimidade para representar todos os paranaenses”, afirmou.
Richa elogiou os policiais que têm realizado um bom trabalho reduzindo os índices de criminalidade em todo o Paraná. “A polícia tem feito excelente trabalho, reduzindo o crime e com grande volume de drogas apreendida”.
MUDANÇAS NA PREVIDÊNCIA - O projeto, apresentado pelo Governo e aprovado pelos deputados na quarta-feira (29), transfere 30 mil beneficiários com mais de 73 anos do Fundo Financeiro para o Fundo de Previdência, desonerando o Poder Executivo do pagamento de R$ 125 milhões por mês. Além disso, prevê novos aportes a partir de 2021, quando haverá o reinício do repasse de royalties de Itaipu, em mais de R$ 1 bilhão. “Não tem nenhum prejuízo aos servidores e aposentados, pelo contrário”, disse o governador.
Richa defendeu o projeto da Previdência aprovado pelos deputados estaduais e disse que a proposta é a melhor possível para o funcionalismo. “A popularidade pode oscilar. O que não pode é coerência. Não estou pensando só no presente e sim no futuro, com medidas essenciais e inadiáveis para os paranaenses. Estou pagando o preço pessoal e agindo de forma responsável, aprovando medidas importantes e necessárias”, afirmou Richa. Ele explicou que assumiu o governo estadual em 2010 com o fundo de Previdência com R$ 3,9 bilhões. Hoje, esse mesmo fundo tem R$ 8 bilhões. “É o mais capitalizado do Brasil com solvência de 35 anos”.
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