Saúde encerra ciclo de oficinas sobre exposição a agrotóxicos

Participaram do evento cerca de 380 profissionais de 93 municípios da Macroregional Leste. A estapa finalizada é a primeira para implantação do Plano Estadual de Vigilância e Atenção à Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos 2017/19.
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09/05/2018 - 18:00
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A Secretaria de Estado da Saúde promoveu nesta quarta-feira (09) a última palestra do ciclo de Oficinas para Implantação do Plano Estadual de Vigilância e Atenção à Saúde de Populações Expostas aos Agrotóxicos 2017-2019. Participaram cerca de 380 profissionais da Atenção e Vigilância em Saúde de 93 municípios da Macroregional Leste, em Curitiba.

Na cerimônia de abertura, o secretário estadual da Saúde, Antônio Carlos Nardi, reforçou a importância das ações estratégicas que as oficinas proporcionam. “Nós temos que buscar parceiros para avançar. E foi isso que fizemos. Hoje, vamos concluir mais uma oficina e colocar em prática um plano forte e bem estruturado que beneficiará toda população nos 399 municípios do Paraná“, destacou.

As oficinas têm como objetivo prevenir a população de intoxicações agudas e crônicas e minimizar os efeitos danosos à saúde pela exposição aos agrotóxicos de uso agrícola e urbano. Desde o início do ano já foram realizadas capacitações nas macrorregionais Oeste (Cascavel), Norte (Londrina) e Noroeste ( Maringá).

Com o evento de hoje, as quatro oficinas somam 1,8 mil participantes, além dos profissionais oriundos das entidades parceiras como o Ministério da Saúde, Ministério Público Estadual, Ministério Público Federal do Trabalho, Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Conselho de Segurança Alimentar e Nutricional (Consea), Conselho de Secretarias Municipais de Saúde do Paraná (Cosems-PR), Conselho Regional de Secretarias Municipais de Saúde (Cresems), fabricantes e distribuidores de agrotóxicos e insumos agrícolas, associações de produtores orgânicos, entre outras.

AÇÃO CONJUNTA – A superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, ressaltou que a data de hoje pode ser considerada um marco histórico da saúde pública paranaense e agradeceu a todos que contribuíram para a elaboração do plano. “Todas as pessoas que participaram da elaboração deste documento devem ser lembradas. Nós conseguimos atender uma grande demanda da população cumprindo nossa responsabilidade de gestores”, disse Júlia.

Segundo o diretor do Centro Estadual de Vigilância Sanitária, Paulo Costa Santana, o encontro na Macro Leste encerra o ciclo de palestras e cursos macrorregionais, uma das primeiras ações do plano. Santana explica que as capacitações proporcionam um espaço de conhecimento, orientação e sensibilização dos profissionais de Saúde.

“A nossa expectativa é fazer a integração entre a atenção primária e a vigilância em saúde na identificação precoce e tratamento das pessoas intoxicadas, nas ações de prevenção e promoção à saúde. O principal é conscientizar os profissionais e agricultores sobre a exposição e os riscos que os agrotóxicos trazem à saúde humana”, termina o diretor.

TOXINAS - Os agrotóxicos são componentes químicos utilizados na agricultura para o controle de pragas nas lavouras, de pragas domésticas e na saúde pública para o controle dos vetores de doenças. Em função de sua toxicidade e do uso excessivo, é uma das principais causas de morbidade e mortalidade no país.

O Paraná é o segundo estado do Brasil com o maior número de intoxicações por esse tipo de produto. Dos 399 municípios, 132 (33%) consomem produtos com a quantidade de agrotóxicos acima da média estadual – Cascavel é o maior consumidor, com aproximadamente 3.665 toneladas anuais.

O Paraná pretende diminuir esses números com ações integradas de assistência e vigilância em saúde, em parceria com os órgãos de agricultura, meio ambiente, universidades, ministério público, controle social da saúde e da sociedade.

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