A Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Paraná e a Faculdade de Saúde Pública da Universidade de São Paulo, promoveu nesta quinta-feira (23), em Curitiba, uma capacitação para os profissionais da saúde que atuam na Macrorregião Leste sobre a Rede Nacional de Vigilância da Fluoretação da Água (Vigifluor) e sua importância na Vigilância em Saúde Bucal.
“A vigilância do flúor nas águas é uma prática que vem sendo adotada pelo Paraná desde a década de 70. Isso é essencial pois na dosagem certa ele ajuda a prevenir as cáries, tornando-se uma importante medida de saúde pública que atende a população”, destacou o diretor da 2ª Regional de Saúde Metropolitana, Guilherme Graziani.
A fluoretação iniciou no país em 1953. Curitiba foi a primeira capital brasileira completamente fuoretada. O professor doutor da UFPR e representante do Vigifluor no Paraná, Rafael Gomes Ditterich, explica que a função primordial da iniciativa é dar suporte aos municípios para possam gerar dados que vão alimentar o SisAgua, plataforma do Ministério da Saúde.
“As universidades estão nesta empreitada como parceiras da secretaria, articulando as ações dentro do Estado para que os dados sejam o mais fidedignos possíveis. Somente assim poderemos ter uma visão real dos níveis de fluoretação nas águas do Paraná”, afirmou Ditterich.
PREVENÇÃO – Pesquisas internacionais apontam que se a cada litro de água houver um miligrama de flúor pode-se reduzir a incidência de cáries na população em até 60%.
O professor doutor da USP, Paulo Capel Narvai, explica. “Da mesma maneira que é possível ajustar a iluminação de um ambiente através da luz elétrica e a temperatura com um ar-condicionado, por exemplo, podemos ajustar a água para que ela auxilie no combate às cáries”
As cáries dentárias são um importante problema de saúde pública no Brasil e mundo. Dados da última Pesquisa Nacional de Saúde Bucal, publicada em 2010 pelo Ministério da Saúde, mostram que crianças têm em média 2,1% dos dentes atacados por cáries. Nirvai reitera que quando o assunto são as cáries uma das grandes dificuldades é o acesso ao profissional de odontologia.
“Nem sempre as famílias, especialmente aquelas de baixa renda, conseguem ter acesso ao profissional, seja pelo valor, pela disponibilidade ou pelo medo que muitos ainda têm de ir ao dentista. É por isso que prevenir o problema das cáries é fundamental”, disse.
AÇÕES – Atualmente, 390 municípios paranaenses recebem água com flúor. Isso faz com que o Paraná tenha um dos menores índices de cárie no país. A Secretaria de Estado da Saúde a e Sanepar atuam juntas nos esforços para levar esta realidade a todos os paranaenses.
Além de ações simples como a fluoretação da água, que reduz a incidência de cáries em toda população, o Paraná atua com a Rede de Saúde Bucal, oferecendo serviços em unidades básicas e centros especializados de odontologia.
LIVRO – O evento marcou também o lançamento do livro ‘Cobertura e Vigilância da Fluoretação das Águas no Brasil: municípios com mais de 50 mil habitantes’, de autoria de Paulo Frazão e do professor Narvai.
“Ele mostra o estudo que nós e diversos pesquisadores realizaram para entender o estado da fluoretação das águas nos municípios. É um livro eletrônico e hoje fizemos um lançamento simbólico para deixá-lo mais acessível a todos”, disse Paulo Capel.
Para ter acesso ao livro basta entrar na página do Centro Colaborador do Ministério da Saúde em Vigilância da Saúde Bucal da Faculdade de Saúde Pública (FSP) da USP, pelo link http://www.cecol.fsp.usp.br/.