A Secretaria de Estado da Saúde, em parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFPR), organizou um curso prático de coleta, acondicionamento, armazenamento e envio de material biológico de macacos para a vigilância da febre amarela. A capacitação reúne 60 profissionais das 22 regionais de saúde e de alguns municípios nesta terça e quarta-feira (6 e 7) no Setor de Ciências Agrárias da UFPR, em Curitiba.
A superintendente de Vigilância em Saúde, Júlia Cordellini, diz que apesar de não haver casos de febre amarela no Estado, a situação de outras regiões do país demanda que os cuidados sejam redobrados também no Paraná. “A notificação de primatas mortos e a coleta de material para testes em tempo oportuno traz a tranquilidade e a segurança para que possamos garantir o rápido desencadeamento das medidas de controle e prevenção da doença”, explica.
O objetivo principal é descentralizar o processo de coleta, que atualmente é feito apenas na Capital, para todas as regionais. Os participantes capacitados serão os pontos focais da cada região para a vigilância de epizootias (doenças que ocorrem em animais) e deverão estar disponíveis para os atendimentos das demandas quando houver notificação.
A médica veterinária da 10ª Regional de Saúde (Cascavel), Roselane Langer, será a responsável da região. “Ainda não tivemos nenhum caso de macacos mortos na nossa regional, mas estamos vigilantes para essa questão. Havendo a notificação iremos até o local e faremos os devidos procedimentos para encaminhamento do material ao Laboratório Central do Estado, agora com muito mais segurança”, fala.
MACACOS – A orientação para a população é que avise a Secretaria de Saúde do município, caso se depare com primatas mortos. A notificação deve ser feita o mais rápido possível. De acordo com a médica veterinária do Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde, Paula Linder, a coleta do material biológico deve ser feita preferencialmente nas primeiras 8 horas após a morte do animal.
Ela também ressalta que os macacos são os sinalizadores da febre amarela e, de maneira alguma, transmitem a doença às pessoas. “É importante cuidar dos macacos e mantê-los na natureza, pois se o vírus estiver circulando, os primatas são os primeiros a adoecerem e, a partir da constatação, podemos intensificar as medidas para a prevenção da febre amarela”, destaca.