Saúde aplica vacina antirrábica
em cães e gatos de
11 municípios do Oeste

Campanha foi motivada por registro de caso de morcego positivo para raiva em Foz do Iguaçu
Publicação
30/01/2012 - 11:40
Editoria

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Cães e gatos de 11 municípios do Oeste do Paraná serão vacinados contra a raiva. A meta é vacinar 152 mil animais no Estado, como parte de uma campanha nacional iniciada no dia 16 de janeiro. A vacinação começou por Marechal Cândido Rondon, Missal e São Miguel do Iguaçu. Foz do Iguaçu – onde foi registrado recentemente um caso de morcego positivo para raiva – começou a vacinação com ações de bloqueio e deverá dar continuidade à campanha no mês de fevereiro.
O Paraná é o único estado da região Sul que participa da campanha – justamente por causa do caso registrado em Foz. A vacinação é aplicada por técnicos do Centro de Controle de Zoonoses de Foz do Iguaçu e das secretarias municipais de Itaipulândia, Missal, Santa Terezinha de Itaipu, Santa Helena, São Miguel do Iguaçu, Entre Rios do Oeste, Guaíra, Marechal Cândido Rondon, Mercedes e Pato Bragado.
Dependendo da estratégia adotada em cada cidade, os técnicos irão de casa em casa para aplicar a vacina ou estabelecerão pontos fixos aonde os donos deverão levar szeus animais. Técnicos da Secretaria Estadual de Saúde apóiam a execução da campanha nas cidades de abrangência da 9ª Regional da Saúde.
O objetivo da vacina é controlar a doença, que é 100% letal. “A raiva é uma doença grave e a vacina é a única forma de preveni-la”, afirma o superintendente de Vigilância em Saúde, Sezifredo Paz. Segundo o Ministério da Saúde, serão 32 milhões de doses para todo o País.
Muitos donos de cães e gatos anteciparam a vacina em clínicas particulares, já que o início da campanha, previsto para setembro de 2012, foi adiado em razão de problemas com o fabricante da vacina.
DOENÇA – Além de cães e gatos, os morcegos – independentemente da espécie – podem transmitir o vírus da raiva e o protocolo de atendimento neste caso é a sorovacinação. “Os morcegos são animais silvestres protegidos por lei (9.605, de Crimes Ambientais) e somente ações coordenadas por agentes oficiais podem ser efetivadas. Por isso deve-se evitar todo o tipo de contato com estes animais”, disse a coordenadora do Programa Estadual de Controle da Raiva, Márcia Zinelli da Silveira.
Os últimos casos de raiva humana no Paraná ocorreram em 1977 (por cão) e em 1987 por morcego (confirmação clínica e epidemiológica), no município de Rio Branco do Sul. Em 2002 foram registradas duas mortes por raiva humana em Foz do Iguaçu, de pacientes vindos da Cidade do Leste, no Paraguai. Estes casos foram considerados importados.
Em 2012 foram confirmados 33 casos de raiva em animais no Paraná (26 bovinos, três equinos, três morcegos não hematófagos e uma mula). No caso dos bovinos, dos equinos e da mula foram adotadas estratégias para conter o foco da doença, de acordo com orientações dos médicos veterinários das propriedades e da Secretaria de Estado da Agricultura e Abastecimento. A Secretaria da Saúde promoveu ações de bloqueio (vacinação e busca ativa) no local onde foram encontrados os morcegos não hematófagos.
CONTROLE – O governador Beto Richa assinou no dia 23 de janeiro o decreto que recompõe a Comissão Permanente de Controle da Raiva. O grupo, que se reunirá a cada 60 dias, é composto por membros das secretarias estaduais da Saúde, da Agricultura e do Meio Ambiente, do Instituto Ambiental do Paraná, dos ministérios da Saúde e da Agricultura e Abastecimento, do Conselho Estadual de Saúde, de Organizações Não-Governamentais de Proteção Animal, de Comissões Municipais de Proteção Animal, de secretarias municipais de Saúde, da Universidade Federal do Paraná, e do Instituto de Tecnologia do Paraná (Tecpar), entre outros.
A coordenação está sob responsabilidade da Secretaria Estadual de Saúde. A recomposição da comissão permitirá o compartilhamento de dados entre os envolvidos, bem como o cruzamento de estratégias adotadas. O médico veterinário Natal Jataí de Camargo (pioneiro no enfrentamento da doença no Estado) auxiliará o grupo nas tomadas de decisão. De acordo com o documento, a comissão também poderá convidar representantes de outras instituições públicas e privadas para as reuniões sempre que necessário.
O que fazer caso seja mordido por um cão ou gato:
Lavar o local da ferida imediatamente com água e sabão;
Procurar a Unidade de Saúde mais próxima de sua casa para receber o atendimento profilático da raiva (soro e vacina) conforme a avaliação da equipe de enfermagem;
Informar o médico ou enfermeiro se o animal é de proprietário conhecido, para que a vigilância em saúde do município ou equipe do Centro de Controle de Zoonoses faça o monitoramento diário (durante 10 dias).
Caso o cão permaneça saudável, encerra-se o caso. No entanto, se o cão apresentar sinais sugestivos de raiva, o paciente humano deve dar continuidade ao esquema profilático. Quanto ao cão, deve-se coletar e enviar o material para diagnóstico no laboratório de referência do Estado (Lacen/PR).
Total estimado de cães e gatos nos municípios que terão vacinação
Foz do Iguaçu – 65.500
Itaipulândia - 2.807
Missal - 3.228
Santa Terezinha de Itaipu - 6.161
São Miguel do Iguaçu - 7.936
Entre Rios do Oeste - 1.232
Guaíra - 8.898
Marechal Cândido Rondon - 14.114
Mercedes - 1.474
Pato Bragado - 1.483
Santa Helena - 7.259
Cronograma de vacinação
Foz do Iguaçu – 23/01 – ainda não definiu data para terminar
Itaipulândia – 05/03 a 10/03
Missal – 23/01 a 28/01
Santa Terezinha de Itaipu – 06/02 a 18/02
São Miguel do Iguaçu – 30/01 a 04/02
Marechal Cândido Rondon – 16/01 a 21/01
Mercedes, Pato Bragado, Santa Helena, Entre Rios do Oeste e Guaíra deverão iniciar em fevereiro, porém ainda não definiram as datas de início e término da campanha.

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