Sanepar repassou R$ 6 milhões para a preservação ambiental em 2011

Recursos foram transferidos por meio dos fundos municipais de meio ambiente e do projeto Fundo Azul, voltado para a conversação de mananciais de água
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12/01/2012 - 15:20
Editoria

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A Sanepar repassou R$ 6 milhões a municípios paranaenses para obras e programas de preservação ambiental em 2011. Os recursos foram repassados por meio do Fundo Municipal de Meio Ambiente – que devolve às cidades parte do que é cobrado na conta dos serviços da Sanepar – e do projeto Fundo Azul, voltado para a preservação de mananciais de água.
Os repasses aos fundos municipais de meio ambiente devem, necessariamente, ser aplicados em projetos ambientais definidos pelo Conselho de Meio Ambiente de cada cidade. Mensalmente, cada fundo recebe da Sanepar de 0,8% a 1% da arrecadação no município. Para os recursos do Fundo Azul, as gerências regionais da Sanepar apresentam projetos para ações definidas em parceria com prefeituras, instituições locais e comunidades.
“Dessa forma, incentivamos ações nos municípios que trazem melhoria na qualidade ambiental das cidades”, afirma o diretor de Meio Ambiente da Sanepar, Péricles Weber.
Uma das ações impulsionadas pelo repasse ao Fundo Municipal de Meio Ambiente é o Projeto Oásis, de Apucarana, implantado em 2009 para garantir a preservação das nascentes em propriedades rurais. O projeto remunera, mensalmente, 132 agricultores das bacias dos rios Pirapó e Tibagi que adotam práticas de preservação.
O secretário municipal de Meio Ambiente e Turismo de Apucarana, José Beltrame, ressalta que a primeira bacia a beneficiada foi a do Pirapó, por estar bastante degradada. “Com o Projeto Oásis, foi possível garantir a proteção de 235 nascentes e 338 hectares de floresta na bacia. Agora estamos ampliando essa área”, informa.
Em 2011, o Fundo Azul de Apucarana possibilitou a compra de dois aparelhos GPS e o treinamento de funcionários da oprefeitura e da Sanepar para aprimorar o trabalho ambiental. O curso habilitou para o uso de um software de geoprocessamento que, associado ao GPS, ajudará no trabalho de preservação de bacias hidrográficas e elaboração de mapas temáticos.
“Essas ferramentas vão ajudar no georreferenciamento, na localização de nascentes, córregos, áreas que precisam ser protegidas”, explica o gestor ambiental da Sanepar em Apucarana, Edson Denobi, também presidente do Conselho Municipal.
UMUARAMA – Com o repasse ao Fundo de Meio Ambiente de Umuarama, foi feita a compra de uma pá carregadeira para serviços de conservação do solo em propriedades na Área de Proteção Ambiental do Rio Piava, manancial de abastecimento da cidade. Os repasses da Sanepar também permitiram plantio de mudas nativas e frutíferas às margens do rio, readequação de estradas e implantação de 20 mil metros de cerca para proteger as matas ciliares.
Em Tibagi, a fiscalização ambiental ganhou um reforço importante com o repasse da Sanepar: um veículo para a Secretaria Municipal de Meio Ambiente realizar o serviço. “Tibagi é o segundo maior município do Paraná em extensão e não tínhamos um carro para averiguar as irregularidades na área ambiental”, explica a gerente de Meio Ambiente da secretaria, Letícia Albuquerque.
Ela conta que era preciso usar transporte de outras secretarias para apurar denúncias de irregularidades, como a contaminação de nascentes pelo uso de agrotóxicos e o plantio de pinus e eucalipto em áreas indevidas. A compra do automóvel zero quilômetro mudou essa realidade.
PARANAVAÍ – Para a recuperação e proteção dos ribeirões Araras e Florestas, que abastecem Paranavaí, estão sendo investidos recursos tanto do Fundo Municipal de Meio Ambiente como do Projeto Fundo Azul. As ações são desenvolvidas em parceria da Sanepar com Instituto Ambiental do Paraná (IAP), Emater e Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Paranavaí.
Os recursos permitem a elaboração de um diagnóstico que vai apontar a área a ser preservada, a definição de espécies arbóreas, readequação de estradas, proteção de solo e área de cercamento da região. “O sucesso do projeto está na parceria entre essas instituições e no comprometimento dos proprietários rurais na manutenção das áreas recuperadas”, diz o gerente regional da Emater, Ney Maior Maqueda.
Haverá ainda o plantio de 100 mil mudas de árvores nativas fornecidas pelo IAP, em parceria com instituições de ensino. “Se tivéssemos mais projetos como estes, o meio ambiente só teria a ganhar”, afirma o chefe regional do IAP, Mauro Cezar Braga da Rocha.
Na mesma região, em Paraíso do Norte, o Fundo Azul destinará recursos para a elaboração do plano de manejo da Área de Preservação Ambiental da bacia do ribeirão Palmital. A partir de um diagnóstico da bacia, o plano apontará as atividades socioeconômicas que poderão ser desenvolvidas no município.
O gestor ambiental da Sanepar na região, Manoel Domingues Filho, afirma que a necessidade de um plano de manejo foi definida em acordo com Prefeitura, Emater e IAP, que também oferecem contrapartidas ao projeto.
FUNDO AZUL - Em Chopinzinho, no Sudoeste, recursos do Fundo Azul estão sendo usados para a recuperação da bacia do rio Pedrosa, que abastece o município. Entre as atividades realizadas estão a recomposição da mata ciliar e a adequação das estradas rurais que carreavam terra para o rio.
Com o Fundo Azul, a Sanepar forneceu combustível e a prefeitura utilizou mão-de-obra e maquinário para a recuperação das estradas. Para o cercamento da área de preservação, a Sanepar adquiriu palanques produzidos a partir de resíduos plásticos descartados por empresas de reciclagem de papel – que estão sendo fixados pela prefeitura e pelo Rotary Club. São quilômetros de cerca linear.
Também no Sudoeste, estão previstos para 2012 mais dois projetos de recuperação de mananciais: um no rio Pato Branco, que abastece Pato Branco, e outro no rio Capivara, na cidade de São João. Na bacia do Capivara, há deficiência de 60% de mata ciliar.
Em Joaquim Távora, o Fundo Azul viabilizou o cercamento de 65 quilômetros do rio Jacaré, que nasce em Siqueira Campos e passa por Quatiguá, Joaquim Távora e Jacarezinho. “Há locais em que é necessário o plantio de mata ciliar. Em outros, só o abandono já propicia o nascimento de mata de forma natural”, afirma a agente ambiental da Sanepar na região, Soraya Queiroz Manoel. As ações são desenvolvidas em parceria com Ministério Público, prefeitura, Emater, Polícia Ambiental e proprietários rurais.
Em Rolândia, vem sendo desenvolvido, desde 2010, um projeto de recuperação do córrego das Amoreiras – uma parceria da Sanepar com a prefeitura local, Cooperativa Integrada, Emater, Unimed e as escolas Souza Naves e Presidente Kennedy.
Entre as metas estão a contenção do processo erosivo, o reforço na rede de drenagem de águas pluviais na área de influência da nascente, o plantio de 3 mil mudas de árvores de espécies nativas e a sensibilização da comunidade e do público escolar para a preservação da área. O córrego das Amoreiras é afluente do ribeirão Cafezal, manancial de abastecimento de Londrina e Cambé. Em Rolândia, estão situadas as principais nascentes do Cafezal.

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