Sanepar projeta investimentos em
Londrina para os próximos 20 anos

Estudo que será financiado pelo BNDES apontara as regiões onde as cidades de Londrina e Cambe deverão crescer, bem como a localização e a dimensão das obras necessárias para atender ao crescimento
Publicação
23/06/2011 - 09:00
Editoria

Confira o áudio desta notícia

A Sanepar acaba de contratar a elaboração de um projeto de expansão do Sistema de Abastecimento de Água Integrado Londrina-Cambé com horizonte para os próximos 20 anos. O estudo deve levar cerca de dois anos para ser concluído e custará R$ 1,7 milhão, financiados com recursos do BNDES. Ele apontará as regiões onde as duas cidades deverão crescer, bem como a localização e a dimensão das obras necessárias para atender este crescimento. A aplicação inicial do estudo será a construção de novos reservatórios e de redes de distribuição, levando em conta a obra de duplicação do Sistema Tibagi, cuja primeira etapa está sendo licitada.
Dados do Censo 2010/IBGE sobre o crescimento populacional entre 2000 e 2010 apontam que Cambé cresceu 9,69%, acompanhando a média do Estado, de 9,2%. Já a cidade de Londrina cresceu 13%. “É um grande desafio acompanhar o crescimento de uma cidade que coleciona empreendimentos de Norte a Sul. Trabalhamos para manter o índice de atendimento com água tratada em 100%, porque é essencial para a saúde da população. Também queremos garantir infraestrutura para que a cidade cresça e se desenvolva ainda mais”, disse o gerente geral da Sanepar na região nordeste, Paulo Kishima.
A Sanepar está concluindo as ligações prediais de água e esgoto do condomínio Vista Bela, na região Norte de Londrina, que deverá ser habitado por 2.712 famílias. “Este é o maior canteiro de obras do Minha Casa, Minha Vida do Brasil. Estamos prontos a abastecer todo o empreendimento, apenas aguardando a demanda da Cohab a partir da entrega de chaves”, explica.
Kishima diz que a Sanepar já contava com o crescimento da cidade naquela região. “Estaremos com o Sistema Guarani Norte em operação em agosto. São dois poços com 200 litros por segundo e um incremento de 10% na produção de água. Este sistema tem capacidade para atender 100 mil pessoas”, informa. Ele comenta ainda que um outro indicativo de crescimento da região Norte é a extensão da Avenida Saul Elkind, que ligará a PR-445 e a BR-369.
Segundo o diretor de Desenvolvimento Urbano da Regional Norte do Secovi-PR, Rosalmir Moreira, a região norte de Londrina teve expansão significativa, principalmente nos últimos três anos, devido às facilidades de financiamento e investimentos do governo federal.
A tendência, de acordo com ele, é que a região cresça ainda mais “Percebe-se que os moradores antigos da zona norte gostam do local e não querem sair de lá. Os filhos desses moradores muitas vezes optam em fixar residência na região com o intuito de ficar perto da família. A região está crescendo tanto que o distrito de Heimtal está inserido na malha urbana do município”, afirma.
Entretanto, segundo Moreira, a região que mais cresceu nos últimos anos em Londrina foi a sul, onde está a Gleba Palhano. Segundo ele, a proximidade com as universidades e com um grande shopping contribuíram para o crescimento.
Como engenheiro e assessor imobiliário em Londrina, Moreira avalia que a capacidade da Sanepar de atender a população com água e esgoto garante o crescimento da cidade. “Além disto, inexistência de obstáculos arquitetônicos e a facilidade de acesso ao centro e aos serviços básicos, como supermercado e farmácia, contribuem para que uma região seja visada. A região leste, por exemplo, teve uma forte valorização com a construção de um novo shopping e o asfalto na Avenida dos Pioneiros”, ressalta.
EM ANDAMENTO – Com recursos do FGTS, da Caixa Econômica Federal, e com a contrapartida da Sanepar, deverá ter início no segundo semestre de 2011 a obra de duplicação do Sistema Produtor de Água Tibagi. A capacidade atual de 1.200 litros de água por segundo (l/s) será duplicada, chegando a 2.400 l/s, beneficiando toda a população de Londrina e Cambé.
O investimento total na obra é de R$ 83,4 milhões. A primeira etapa – que custará R$ 14,8 milhões – está sendo licitada e a abertura de envelopes está programada para o dia 8 de julho.
EM CONCLUSÃO – Programado para entrar em operação no mês de agosto, o Sistema Guarani Norte atenderá 200 mil pessoas. De acordo com o gerente de Projetos e Obras da Sanepar em Londrina, Luiz Nacayama, a distribuição da água do Guarani será feita a partir dos reservatórios Semíramis, Norte e Vivi Xavier, na região Norte.
Para a interligação do sistema com estes reservatórios foi necessária a implantação de 9,2 quilômetros de adutoras a partir dos poços perfurados perto da Vila Guarani, às margens do Ribeirão Jacutinga.
Nacayama conta que ainda neste mês o sistema, composto por uma estação de tratamento, com sistema para redução de pH através de CO2 e sistema de desinfecção da água através cloro gasoso, além de uma torre de resfriamento, para reduzir a temperatura da água de cerca de 50 graus centígrado e um reservatório de contato de 500 metros cúbicos, estará em testes.
“Estamos investindo aproximadamente R$ 15 milhões, com recursos da Sanepar e da Caixa, através do Programa FGTS. Acreditamos que o Sistema Guarani Norte servirá de parâmetro para a Sanepar na exploração de água subterrânea em função das tecnologias que estão sendo usadas em Londrina. No passado tivemos, aqui, um poço cuja operação ficou inviável devido ao alto teor de flúor. Muitos outros poços, em diferentes regiões do estado, não foram usados por outras razões”, relata.

GALERIA DE IMAGENS