A safra de grãos no Paraná deverá ter uma variação positiva de 4% se comparada à safra 17/18, segundo levantamento do Departamento de Economia Rural (Deral), da Secretaria de Estado da Agricultura e do Abastecimento. A produção está estimada em 23,3 milhões de toneladas, enquanto que na safra 17/18 a produção foi de 22,5 milhões.
O Estado tem registrado um ritmo satisfatório de plantio das culturas na primeira safra 2018/19, ao contrário da anterior, prejudicada pelo clima.
Entre as principais culturas, foram registrados alguns índices positivos de preço, área, produção e rendimento. O rendimento do feijão de 1ª safra, por exemplo, cresceu 12% entre as safras de 17/18 e 18/19. Atualmente, a expectativa é que essa cultura renda cerca de 1.976 kg por hectare. O milho e a soja de 1ª safra também tiveram crescimento nessa variável, respectivamente de 5% e 2%.
SOJA 1ª SAFRA – A soja paranaense está com o plantio adiantado, com cerca de 18% da área semeada. No mesmo período do ano passado, a seca havia prejudicado esse índice, que atingiu somente 2%. Os produtores estão plantando mais cedo com a intenção de adiantar também o plantio do milho na segunda safra, e assim escapar das geadas nos meses seguintes. “Se o clima colaborar, teremos o desenvolvimento normal do plantio até o final do ano”, disse o chefe do Deral, Marcelo Garrido.
A estimativa de produção é de 19,6 milhões de toneladas, um aumento de 2% com relação ao mesmo período do ano passado. A área plantada deverá ser de 5,4 milhões de hectares. Aproximadamente 15% da produção está comercializada, número que atende à média dos últimos três anos. A guerra comercial entre a China e os Estados Unidos é um dos fatores de influência nos preços. A saca de 60 kg do grão é comercializada em média por R$ 80,00 um aumento de 40% com relação ano passado, quando o preço da saca era girava entorno de R$ 58,00.
FEIJÃO - No mês de setembro, o Paraná tem 55 % da área já plantada. Cerca de 95% da safra está em boas condições, e outros 5% - nos núcleos de Cornélio Procópio, Jacarezinho e Ivaiporã - registram condições medianas. A área dessa cultura reduziu 13% no período, e a expectativa de produção é de 334 mil toneladas. O preço recebido do feijão tipo cores subiu cerca de 10% entre os meses de agosto e setembro e chegou a R$ 95,06 a saca de 60 kgs.
O feijão preto foi cotado a R$ 116,54, a saca e teve aumento de 4% no valor recebido pelo produtor, de acordo com o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Alberto Salvador. O Paraná está no período de entressafra de feijão, com o início da colheita prevista para segunda quinzena de novembro.
MILHO – A colheita da segunda safra de milho 2017/18 foi concluída em setembro. Foi confirmada uma quebra de 25% na safra, afetada principalmente pelo período mais seco que ocorreu nos meses mais frios. Foram produzidas cerca de 9 milhões de toneladas, 3 milhões a menos do que a estimativa inicial, que era de 12 milhões.
A 1ª safra 2018/19 tem quase 60% da área plantada. A produção esperada é de 3,2 milhões de toneladas, 11% a mais do que na safra 17/18. Quanto aos preços, o milho é comercializado atualmente por R$ 31,00 a saca de 60 kg, valor 55% maior que no mesmo período do ano passado, quando o preço pago foi de R$ 20,00 em média.
A área teve uma variação positiva de 6% na comparação com a safra anterior, passando de 331 mil hectares para 352 mil hectares, segundo o técnico do Deral responsável pela cultura, Edmar Gervásio.
TRIGO - A estimativa é de que sejam produzidas 2,9 milhões de toneladas. Por causa da seca, o trigo teve 15% de redução na produção em relação a expectativa inicial. A estimativa de área permanece sem alteração, totalizando aproximadamente 1,1 milhão de hectares.
Na região Norte a maior parte das lavouras vem apresentando problemas, porém, houve boa produtividade nas primeiras áreas colhidas do Oeste; e a região Sul não registrou perdas até o momento. Isso pode mudar caso aconteçam alterações no clima, como a chegada de dias chuvosos, pois nas próximas semanas muitas lavouras estarão prontas para a colheita.
Atualmente foi colhida apenas 20% da área, contra 65% no mesmo período do ano anterior, atraso esperado devido a lentidão do plantio. O volume colhido até o momento supre um mês de moagem no Paraná, deixando a indústria relativamente abastecida. "Nossa produção deve ficar excedente com o avanço da colheita e, com a entrada da safra da Argentina, a tendência é que haja pressão nos preços”, diz o engenheiro agrônomo do Deral, Carlos Hugo Godinho.
A saca de 60 kg de trigo foi comercializada em média por R$ 46,00 e, apesar do viés de baixa, pode se manter por causa da desvalorização do Real frente ao Dólar.
MANDIOCA- A mandioca registrou um aumento de área de 6% nesta nova safra. Na safra passada (2017/18), essa cultura correspondia a 141.632 hectares, enquanto que na safra 18/19 são 150.730 hectares. Cerca de 80% da área já está colhida, o que está de acordo com a média dos números da safra nos últimos três anos, tanto de produção quanto de comercialização.
O Paraná se destaca na produção de mandioca para fabricação de fécula, e os núcleos regionais de Umuarama, Paranavaí, Campo Mourão e Toledo são os principais produtores.
Os preços se mantêm em bons patamares. A comercialização está a R$ 477,00 por tonelada, e a fécula registra o preço de R$ 69,00 pela saca de 25 kg, segundo o economista do Deral, Methodio Groxko.