Richa vai atuar contra fechamento de usina de xisto da Petrobras

Governador afirmou que convocará a bancada federal e pedirá uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para conversar sobre o tema
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20/01/2016 - 18:40
Editoria

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O governador Beto Richa garantiu nesta quarta-feira (20), em reunião com lideranças políticas e empresários de São Mateus do Sul, que o governo estadual dará todo o apoio necessário para evitar o possível fechamento da Unidade de Industrialização do Xisto, da Petrobras, localizada no município. “A manutenção dessa unidade terá o apoio integral e irrestrito do nosso governo, que entende que o fechamento da mineradora traria reflexos nocivos para economia e geração de empregos no município”, disse.
Richa afirmou que convocará a bancada federal e pedirá uma audiência com o ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, para conversar sobre o tema. “Vamos nos mobilizar para atender ao pedido da comunidade de São Mateus do Sul que está preocupada com os impactos do fechamento da unidade, que é vital para a economia da região”, destacou.
Desde 1972, a Petrobras extrai petróleo e gás do xisto betuminoso na formação Irati, em São Mateus do Sul, pela subsidiária Petrosix. A produção é de aproximadamente 7,8 mil barris de petróleo de xisto por dia. O xisto betuminoso é uma rocha rica em material orgânico. Em suas camadas, é possível encontrar óleo semelhante ao derivado do petróleo.
Com a atual situação financeira da Petrobras, a companhia estaria estudando o fechamento de algumas unidades no país. O prefeito interino de São Mateus do Sul, Clóvis Distéfano, explica que não existe um posicionamento formal da empresa confirmando a intenção de fechar a usina de xisto do município. “Mesmo sem o anúncio oficial, estamos nos mobilizando para evitar o encerramento das atividades na unidade. É importante contar com o apoio do governador”, afirmou.
Ele falou que, nos últimos anos, a produção e a geração dos empregos têm caído. “Vemos uma tendência para o fechamento. Por isso, não podemos ficar de braços cruzados”, disse.
A unidade de xisto da Petrobras possui mil empregos diretos e três mil indiretos. “Considerando uma média de quatro pessoas por família, teremos um total de 16 mil pessoas que serão impactadas com a medida. Os impactos com o fechamento da unidade seriam trágicos. Nossa cidade inteira depende dessa unidade. Temos várias empresas instaladas na cidade que foram atraídas pela usina de xisto”, avalia o prefeito.
Outro impacto do fechamento seria na arrecadação municipal e estadual. Atualmente, a unidade recolhe aproximadamente R$ 98 milhões em impostos e royalties. Desse total, R$ 20 milhões ficam em São Mateus do Sul, e R$ 60 milhões são repassados ao Governo do Paraná. O prefeito explica que esse valor representa 48% da renda do município, que atualmente, tem 45 mil habitantes.
ECONOMIA - Com a saída da usina do município, a previsão é que 10 mil pessoas saiam da cidade a procura de emprego em outras regiões. O impacto atingiria diretamente o comércio da região, já que esses trabalhadores representam a população com a maior renda de São Mateus do Sul. “Estamos preocupados e buscamos uma saída para esse problema, se não vários empreendimentos comerciais serão fechados gerando mais desemprego”, avalia o presidente da Associação Comercial, Industrial e Agropecuária de São Mateus do Sul, Edson Dacorégio.
Além do desemprego e da queda de arrecadação, o município teria problemas com a interrupção do fornecimento de calcário e com o lixo urbano que atualmente é depositado nas cavas da usina.
Estavam presentes no Palácio Iguaçu o presidente da Fecomércio-PR, Darci Piana, o presidente da Assembleia, Ademar Traiano, o líder do governo na Assembleia, deputado Luiz Claudio Romanelli, e os deputados estaduais Hussein Bakri e Alexandre Curi, além de lideranças municipais e empresários.
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