Richa enaltece investimento
da Agrária no momento
de crise nacional

A cooperativa, com sede em Guarapuava, inaugurou três empreendimentos, somando R$ 800 milhões. O investimento tem o apoio do Governo Estadual pelo Paraná Competitivo e financiamento do BRDE
Publicação
07/10/2016 - 18:50
Editoria

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O governador Beto Richa, junto com o ministro da Agricultura, Blairo Maggi, participou nesta sexta-feira (7), em Guarapuava, no centro-sul do Estado, da inauguração de três empreendimentos da Cooperativa Agrária Agroindustrial. A cooperativa ampliou sua maltaria - a Agromalte, construiu uma indústria de processamento de milho e implantou um novo silo graneleiro.
Os projetos, apoiados pelo programa estadual de incentivo fiscal Paraná Competitivo e pela agência paranaense do Banco Regional de Desenvolvimento do Extremo Sul (BRDE), somam R$ 800 milhões em investimentos. O BRDE financia R$ 175,7 milhões. O evento também marcou a comemoração dos 65 anos da cooperativa, fundada por imigrantes alemães suábios, em 1951.
“Esse investimento da Agrária tem um significado muito importante para o Estado. Neste momento de crise nacional, com empresas fechando as portas, falta de crédito, investidores se encolhendo e 12 milhões de brasileiros desempregados, é um orgulho ver aqui na região de Guarapuava um investimento grandioso como esse”, afirmou o governador. “Significa mais empregos e mais riquezas para o Paraná. Fazemos aqui a homenagem à cooperativa”, declarou. O governador visitou a primeira cooperativa da Agrária, no Distrito de Entre Rios, e a maltaria.
Richa citou o apoio do governo estadual à cooperativa. “Nosso governo tem uma bem planejada política de expansão industrial, por meio de incentivo fiscal e também com segurança jurídica e diálogo com o setor produtivo e suas entidades”, disse o governador. Ele mencionou a capitalização do BRDE, com R$ 200 milhões, para ampliar a capacidade do banco para ofertar crédito aos empreendimentos produtivos.
O governo estadual investiu também em infraestrutura para diminuir o custo da produção no Estado, disse Richa. Ele citou as melhorias na malha rodoviária, a adequação de 3,5 mil quilômetros de estradas rurais, os investimentos em estrutura, equipamentos e melhoria na gestão do Porto de Paranaguá e os investimentos na Ferroeste, que transporta produtos da cooperativa, com a compra de mais vagões e locomotivas. "Neste ano, comparado com o ano anterior, ampliamos em 30% a movimentação de cargas nesta região", disse Richa.
SAIR DA CRISE - O ministro da Agricultura também enalteceu o projeto da Agrária no momento difícil da economia. “Bem poucas empresas fazem um investimento deste porte em um momento difícil da economia brasileira. O Brasil está em crise, precisa se recuperar e investimentos como esse ajudam na retomada do desenvolvimento”, afirmou Blairo Maggi. Ele disse que o País precisa aumentar sua participação no mercado mundial e que o movimento das cooperativas do Paraná vem nessa direção. “O que a Agrária faz está em plena direção do que o governo pensa e quer, que é agregar valor aos produtos”, disse ele.
EFEITO NA REGIÃO – A somou investimentos, segundo seu presidente, Jorgel Karl. “É uma somatória de investimentos em diversas áreas, todas visando a verticalização da cooperativa. Isso é importante para o crescimento da Agrária e dos nossos cooperados e com efeito grande na região. Temos presença no mercado local, regional e nacional, com forte presença no mercado exportador”, disse Karl. “O investimento incrementa muito a escala que já temos”, afirmou. “Procuramos cada vez mais investir no que fazemos, estar em sintonia com nosso planejamento estratégico e, claro, isso tem efeito grande não apenas numa única atividade, mas na soma de negócio onde a Agrária se insere”.
PLANO DE EXPANSÃO - Os projetos fazem parte do plano de expansão da cooperativa, que faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado, tem 620 cooperados e emprega 1,5 mil pessoas. Com os investimentos, a Agrária aumenta a capacidade produtiva anual da sua maltaria de 220 mil para 350 mil toneladas. Maior do País, a maltaria da Agrária detém 25% do mercado brasileiro de malte.
A indústria de milho produzirá anualmente 180 mil toneladas de grits, flakes, germe, fubá e creme de milho para indústria alimentícia na fabricação de snacks, biscoitos e salgadinhos. Já o novo silo graneleiro conta com capacidade estática de 277 mil toneladas, a maior do país, segundo Companhia Nacional de Alimentos do Brasil (Conab). Com isso, a Agrária passa a contar com uma capacidade de armazenagem total de 1,2 milhão de toneladas.
FINANCIAMENTO - Do total investido pela cooperativa nos três projetos, R$ 175,7 milhões estão sendo financiados pelo BRDE. A maior parte desse montante foi para a ampliação da maltaria, com financiamento de R$ 107,6 milhões. A processadora de milho recebeu R$ 51,3 milhões repassados pelo BRDE. Para a área de armazenagem foram mais R$ 16,8 milhões, de acordo com o banco. A empresa também contou com o apoio do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e do Banco do Brasil.
FORA DO COMUM - Para o prefeito de Guarapuava, Cesar Silvestre Filho, o investimento amplia a capacidade da cidade criar empregos e também novas receitas para o futuro do município. “Esse é o maior ganho que temos, encontrar um caminho próprio de crescimento, na contramão do período de crise”, disse Silvestre.
O secretário de Estado da Agricultura e do Abastecimento, Norberto Ortigara, disse que a Agrária é modelo de cooperativa, com competência fora do comum. Ele ressaltou participação das cooperativas paranaenses no agronegócio do Estado e também citou o apoio do governo estadual ao setor. “Além de financiamento e de incentivo fiscal, o Estado é parceiro com outras ações, como pesquisa, trato do solo, boas práticas de produção”, disse ele.
PRESENÇAS – Participaram da solenidade o secretário da Infraestrutura e Logística, José Richa Filho; o presidente da Agepar; Cezar Silvestri; o presidente da Agência Paraná Desenvolvimento (APD), Adalberto Neto; o presidente da Embrapa, Maurício Lopes; o diretor-presidente da Emater, Rubens Niederheitmann; o diretor-presidente da Ferroeste, João Vicente Bresolin; o presidente da Ocepar, José Roberto Ricken; o reitor da Unicentro, Aldo Bona, e os deputados federais Osmar Serraglio e Sérgio Souza e a deputada estadual Cristina Silvestri.
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Cadeia completa, desde pesquisa até industrialização
A história da Agrária começou em 5 de maio de 1951, com o desafio de apoiar 500 famílias de Suábios do Danúbio, no sul da Alemanha, a recomeçarem depois de deixarem o país durante a Segunda Guerra Mundial.
Os suábios tinham tradição na agricultura desde o século XVIII. No Paraná, se instalaram no distrito hoje de Entre Rios, em Guarapuava, onde está a sede da cooperativa. Com uma produção verticalizada, a cooperativa instituiu cadeias produtivas completas, que compreendem desde pesquisa agrícola, realizada pela FAPA (Fundação Agrária de Pesquisa Agropecuária) até a industrialização da produção agrícola.
Soja, milho, cevada, trigo, aveia, triticale, canola e feijão são as principais culturas, com uma área cultivada de 115 mil hectares nas de verão e de 66 mil hectares nas de inverno.

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