Richa defende decisão equilibrada para o salário mínimo regional

Governador diz que é preciso atender aos interesses dos trabalhadores e garantir que o empresariado produza com tranquilidade, de forma a não enfraquecer a economia local
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14/02/2011 - 16:00
Editoria

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O governador Beto Richa recebeu nesta segunda-feira dirigentes de federações e outras entidades empresariais, que manifestaram preocupação com a elevação do salário mínimo regional do Paraná, hoje em R$ 663,00. Richa disse que a decisão em relação ao índice de reajuste ainda não está tomada e que será estudada uma forma de atender de forma equilibrada as duas partes: as necessidades e anseios dos trabalhadores e aquilo que os empresários possam cumprir, de forma a não enfraquecer a economia local.
“Procuramos afinar o relacionamento com o Governo do Estado para questões relativas à promoção do desenvolvimento e geração de renda”, afirma Hélio Bampi, vice-presidente da Federação das Indústrias do Paraná (Fiep). “O salário mínimo regional do Paraná tem subido mais do que a produtividade da indústria e do comércio, o que compromete a competitividade das empresas frente aos produtos importados, como os chineses, e também no contexto da guerra fiscal entre estados,”, explicou.
Para os empresários, a justificativa é que um salário demasiado alto pode gerar desemprego e incentivar o aumento dos empregos informais. “Num bom entendimento, que é o papel do governante, chamaremos as partes interessadas para o diálogo, e certamente vamos chegar a um denominador comum, que é possível”, disse o governador.
Bampi defendeu também ações conjuntas para indução do processo de industrialização e de criação de valor agregado, reduzindo os inconvenientes para a indústria paranaense. As entidades entendem que, no momento, a composição do salário mínimo regional deve evitar a contaminação pela inflação passada. Outra preocupação é que o porcentual de reajuste adotado pelo governo para o mínimo regional é usado para balizar as negociações e acordos coletivos.
Para Luiz Anselmo Trombini, presidente da Federação dos Transportadores do Paraná (Fetranspar), o ideal no momento é manter o atual valor do mínimo regional. “O maior salário regional de São Paulo, que foi reajustado para R$ 600,00, ainda é menor do que no Paraná. É uma base muito distorcida, que afeta a concorrência”, afirma Trombini. “No momento é preciso que o Paraná volte a crescer, que novas empresas se instalem aqui, e que possamos garantir que as empresas continuem aqui”, disse Trombini.
O presidente da Federação do Comércio do Paraná (Fecomércio), Darci Piana, disse que o encontro também foi produtivo para a discussão de outro projeto do Governo do Estado: a criação do Conselho de Desenvolvimento. Piana destacou a importância da participação das entidades representativas do setor produtivo, para estudar em conjunto as prioridades do Estado e das entidades, de forma que as decisões e projetos tragam soluções amplas para os principais problemas do estado e atendam ao máximo os interesses de todas as partes, em benefício da população paranaense.
Piana disse ainda que, no momento, um dos principais problemas do Paraná é a questão da qualificação de mão-de-obra, devido principalmente à deficiência de formação proporcionada pelas escolas públicas. “No momento, se tivéssemos 70 mil pessoas qualificadas, elas estariam empregadas, e temos visto um aumento de demanda por qualificação que é maior do que o que podemos oferecer em entidades como o Senac, o Senai, entre outros”, afirmou.
Além de Fiep, Fecomércio e Fetranspar, participaram do encontro representantes da Federação da Agricultura (Faep), da Organização das Coooperativas do Paraná (Ocepar), da Federação das Associações Comerciais (Faciap) e do Sindicato da Indústria da Construção Civil (Sinduscon).

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