Retorno de técnico ucraniano reforça apoio do governo ao esporte olímpico

A contratação de Oleg Ostapenko, um dos principais nomes da ginástica mundial, sela a parceria entre o Governo do Paraná e o movimento Live Wright para a formação de atletas olímpicos
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27/09/2011 - 15:30
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Um evento nesta terça-feira (27), em São Paulo, oficializou a volta do técnico ucraniano Oleg Ostapenko ao Paraná, para comandar um projeto de formação de atletas de ginástica olímpica. A apresentação selou a parceria entre o Governo do Paraná e o movimento Live Wright para a formação de atletas olímpicos, que deve se estender para outras modalidades.
A parceria vem se somar a outras iniciativas do governo para identificar e desenvolver talentos e estimular a prática do esporte como caminho de inserção social. Em agosto, o governador Beto Richa lançou o Talento Olímpico, programa que até o fim do ano investirá R$ 625 mil na concessão de bolsas mensais de R$ 500 para 250 atletas paranaenses, de 24 modalidades olímpicas e oito paraolímpicas.
O secretário estadual de Esportes, Evandro Rogério Roman, destacou a nova política paranaense de esporte como um dos principais atrativos para que o Estado fosse escolhido como sede do programa. “Temos um governador que pratica, gosta e incentiva o esporte, e todo projeto que visa melhorar o esporte paranaense encontrará o governo aberto. Profissionalizar o esporte é um dos nossos objetivos e a vinda do Oleg é um bom exemplo disso”, disse.
Segundo Roman, o Paraná negocia com o movimento Live Wright a implantação de programas semelhantes para outras modalidades no Estado. “A conversa sobre o ciclismo já está adiantada e temos intenção de unir forças para o atletismo. O governador Beto Richa já deu carta branca para negociarmos qualquer iniciativa que melhore o esporte do Paraná”, afirmou.
GINÁSTICA – Oleg Ostapenko chegou ao Brasil em 2002 e durante seis anos comandou a seleção permanente de ginástica que tinha Curitiba como sede. Neste período a ginástica brasileira conquistou seus resultados mais expressivos. Foi com Oleg que o Brasil revelou atletas como Daiane dos Santos, Daniele e Diego Hypólito.
Segundo Eliane Martins, coordenadora técnica do programa no Paraná, até 2015 serão 32 núcleos em todo o Estado e aproximadamente 20 mil crianças participando do programa. O ginásio hoje existente no campus da Secretaria de Esporte será utilizado como centro de referência, onde devem treinar as atletas com maior potencial de rendimento.
Oleg deve participar da seleção de atletas que acontecerá este ano e que espera arrebanhar 12 mil crianças para uma seletiva de onde apenas 1% ganharão o direito de continuar treinando com o técnico referência na modalidade.
Um dos mentores do Movimento Live Wright, o empresário João Paulo Diniz, enalteceu o Estado do Paraná, o primeiro a firmar parceria deste gênero: “Nosso projeto está concentrado no Paraná porque encontramos uma estrutura já em funcionamento que facilitou a implantação do programa. Nosso foco não é imediato, mas sim profissionalizar o esporte ano a ano. Nossa visão está em 2016 e 2020”, disse. A parceria entre Governo do Paraná, Federação Paranaense de Ginástica e o movimento Live Wright vai até 2020.
ESTRUTURA – A Secretaria de Estado de Esporte tem a responsabilidade de oferecer a estrutura física para que o programa se desenvolva no Paraná. O ginásio destinado à ginástica, localizado no campus da Secretaria, será reformado ainda este ano. O investimento gira em torno de R$ 1 milhão e inclui obras de reparos, manutenção e novos equipamentos.
O Live Wright é responsável pelo investimento mensal no programa e a contratação de profissionais. Oleg Ostapenko será o técnico oficial do programa e terá ao seu lado Nadiia Ostapenko, que será responsável pela coreografia.
Além de Oleg e Nadiia, a russa Nellie Kim será consultora do programa e estará de três a quatro vezes por ano em Curitiba acompanhando o desenvolvimento do trabalho. Nellie tem cinco medalhas de ouro e é conhecida como a principal rival da romena Nadia Comaneci (ginasta romena que conquistou nove medalhas olímpicas, cinco delas de ouro).
O paranaense Roberto Klabin, integrante do Conselho Executivo do Live Wright, destacou que a intenção do movimento é desenvolver projetos em nove modalidades e que estas se tornem referências olímpicas no Brasil. Segundo ele, a contratação de técnicos renomados e que desenvolvam projetos de expansão através de capacitação de novos treinadores é o principal foco. “Na ginástica trouxemos, senão o melhor, um dos melhores técnicos do mundo. Oleg já demonstrou em sua passagem anterior pelo Brasil que nosso esporte pode muito mais”, disse.
RETOMADA – Oleg Stapenko disse que a proposta feita pelo Live Wright e pela Federação Paranaense de Ginástica permite retomar um trabalho que já deu bons resultados. “Deixei o Brasil em 2008 e um legado ficou pra trás. Fui para a Rússia, mas sempre acompanhando o desempenho do Brasil. Quando fui convidado a voltar, e conhecendo o projeto, decidi retomar o que foi interrompido. Já fui até o centro de treinamentos e estou animado”. Oleg mostrou-se satisfeito com a situação da ginástica do Paraná. Segundo ele, o cenário é bem melhor que o encontrado em 2002.
A ginástica paranaense recebe investimento do Governo do Estado desde 1995, quando foi criado o Cegin (Centro de Excelência da Ginástica), primeiramente em uma locação e depois em um ginásio próprio na sede da Paraná Esporte. O local foi sede da Confederação Brasileira de Ginástica até 2008, quando se transferiu para Aracaju (Sergipe).

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