Remuneração do PSS na educação cresceu 64% nos últimos sete anos

Em reunião com sindicalistas, após invasão do Palácio Iguaçu, governo explica as dificuldades para revisão do salário ofertado para profissionais do magistério que se habilitarem no Processo de Seleção Simplificado para o ano letivo de 2018. Remuneração será de R$ 3.281,20.
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18/12/2017 - 17:10
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Nos últimos sete anos, a remuneração dos professores temporários que atuam na rede estadual de educação teve crescimento de 64%. Em 2010, um profissional contratado pelo Processo Seletivo Simplificado (PSS) recebia R$ 2.001,87 para uma jornada de 40 horas. Para 2018, o edital do exame de seleção prevê remuneração de R$ R$ 3.281,20 para a mesma carga horária.

Nos dois casos, a remuneração total agrega o auxílio-transporte, que também é depositado em dinheiro. Atualmente, este benefício é de R$ 826,00. O valor é equivalente a R$ 37,55 por dia (para 22 dias úteis por mês) e é pago mesmo durante férias, recesso e licenças, 13o. salário e terço de férias. Além disso, o Governo do Paraná assegura 37,5% da jornada para a hora-atividade, para realização de tarefas extraclasse, sendo que a lei prevê apenas um terço.

Caso fosse mantida como regra a aplicação de índices de inflação para reajustar o salário do quadro PSS, a remuneração total de professores temporários no Paraná seria atualmente de R$ 2.960,08, com correção pelo IGP-M, ou de R$ 3.101,91, com cálculo pelo INPC. O valor proposto para o próximo ano, de R$ 3.281,20, também está acima do piso nacional para o magistério para 2018, que será de R$ 2,4 mil.

O chefe da Casa Civil Valdir Rossoni se reuniu nesta segunda-feira (18) com representantes da APP-Sindicato para discutir a remuneração dos professores que serão contratados pelo regime PSS no ano que vem. O encontro aconteceu após a invasão do Palácio Iguaçu por sindicalistas e o secretário explicou que não há como aumentar o orçamento da Secretaria Estadual da Educação (SEED).

RESPONSABILIDADE - “Estamos falando em um custo adicional de R$ 180 milhões e o governo precisa agir com a responsabilidade de quem tem que pagar. A única forma de reajustar os vencimentos dos professores temporários, ou autorizarmos gastos extras, será através de remanejamentos no orçamento da Educação. Se APP puder, que nos ajude nisso”, disse.

Rossoni também lembrou que o Paraná é um dos estados que mais investe em educação, com 35% das receitas. “Também pagamos os salários e o décimo terceiro sem atrasos, zeramos as progressões de 2016 e 2017, que nos custou R$ 1,5 bilhão aos cofres públicos, e fizemos um acordo judicial de R$ 550 milhões com os professores”, explicou o secretário. “E temos que nos programar para honrar as progressões do ano que vem, onde investiremos mais R$ 180 milhões. Ou seja, não há milagre”, explicou.

Uma nova reunião acontecerá nesta terça-feira (19) entre representantes do governo e dos professores. O objetivo é avaliar o orçamento da Secretaria da Educação e estudar sugestões de possíveis mudanças nos investimentos do setor para o ano que vem. Rossoni ressaltou que para 2018, o Paraná precisa cumprir o acordo do teto de gastos formalizado entre estados e a União para enfrentar dificuldades da crise econômica.

PROMOÇÕES E PROGRESSÕES – Neste ano, o Governo do Estado esta pagando as promoções e progressões relativas a 2017 a servidores da Educação (professores e funcionários de escolas). O valor totaliza R$ 98,2 milhões. Para quitar 2015 e 2016, já foram liberados R$ 432,4 milhões, e para o ano que vem o governo estima mais R$ 174,8 milhões para implantar os avanços de carreira do magistério estadual.

CONCURSADOS – Nos últimos sete anos, o aumento da remuneração média dos professores concursados da rede pública estadual foi de 146%. Para um professor concursado que inicia carreira no Estado a remuneração é de R$ 3,6 mil (sendo R$ 2,8 mil de salário e R$ 826 de auxílio-transporte). A remuneração média do magistério é próxima a R$ 5,2 mil e os contracheques para o topo da carreira os valores giram em torno de R$ 15 mil.

REFORÇO NO QUADRO – Desde 2011, foram contratados cerca de 23,8 mil servidores da educação (entre professores e funcionários). Ao todo, atualmente mais de cem mil pessoas trabalham na rede pública estadual, entre docentes e funcionários, sejam do quadro próprio ou temporários.

PROCESSO SELETIVO - As inscrições para o Processo Seletivo Simplificado (PSS) ficarão abertas de 2 a 12 de janeiro, no site da Secretaria de Estado da Educação. O exame consiste em prova de títulos referente à escolaridade, tempo de serviço e aperfeiçoamento funcional. Os profissionais serão divididos entre os 32 Núcleos Regionais de Educação, conforme a necessidade de cada regional. Devem ser chamados pelo menos dez mil educadores.

Serão selecionados professores, pedagogos, guias intérpretes e tradutores e intérpretes de Língua Brasileira de Sinais. Esses profissionais atuarão nas escolas da rede pública estadual e conveniadas em 2018.

A classificação será divulgada no final de janeiro, com a antecedência necessária para a distribuição de aulas. Clique aqui para mais informações.

 

QUADRO PSS (TEMPORÁRIOS)

Remuneração em 2010 – R$ 2.001,87

Remuneração em 2018 – R$ 3.281,20

QUADRO MAGISTÉRIO (EFETIVOS)

Reajustes 2011 – 2017 – 146%

Salário médio – R$ 5,2 mil

PROMOÇÕES E PROGRESSÕES:

2015 e 2016: R$ 432,4 milhões

2017: R$ 98,2 milhões

2018: R$ 174,8 milhões (estimativa)

 

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