No Paraná, a política da pessoa idosa, coordenada pela Secretaria da Família e Desenvolvimento Social, cria condições para que esse público tenha autonomia e participe de forma efetiva na sociedade.
O Mundial de Conscientização da Violência contra a Pessoa Idosa, 15 de junho, tem o objetivo de criar uma consciência mundial, social e política da existência da violência contra a pessoa idosa, e, simultaneamente, disseminar a ideia de não aceitá-la como normal. A data foi instituída em 2006 pela Organização das Nações Unidas (ONU).
Até 2040, a estimativa é que o número de pessoas idosas no Paraná chegue a 2,42 milhões, quase 20% a mais do que hoje. Dagmar Pories, 77 anos, é viúva há mais de 20 anos e frequenta o serviço de convivência e fortalecimento de vínculos para pessoas idosas, do Centro de Referência de Assistência Social (Cras), no bairro Boa Vista, em Curitiba. Ali, ela e outras mulheres compartilham experiências e fazem amizades.
“Quando chegamos nessa idade, temos mais experiência, mais vivência. Valorizamos tudo que já vivemos e o que construímos em relação à educação de filhos, de netos. Eu me sinto supersatisfeita e preparada para o que der e vier”, garante Dagmar.
No grupo que ela frequenta, estão Regina Roseli Nauck, 68 anos, e Juvelina Geremais da Silva, 67. “Estou aprendendo com elas porque essa convivência entre nós traz muitas experiências boas”, conta Regina.
EXPERIÊNCIA – Aos 62 anos, o empresário José Juvenal Pedroso já trabalhou como professor universitário, foi velejador, surfista e até mergulhador. Para ele, o acúmulo de experiências o tornam disposto a aceitar o corpo e a vida.
Pedroso não tem medo de mudar e pretende que sua forma de viver seja imitada. “Estou no segundo casamento. Tenho um neto de 8 anos e espero que ele chegue à mesma conclusão que eu, ompletar 62 anos ainda enxergando graça na vida”, afirma.
Ele acredita que a única coisa que não morre são as ideias, por isso, estuda filosofia. Também pratica exercícios físicos, cultiva amizades e tem o apoio da família. “Está é a fórmula para se ter uma velhice feliz”, conta Pedroso.
BELEZA REAL - A coordenadora estadual da política da pessoa idosa, Fabiana Longhi, da Secretaria da Família, explica que a beleza dessa fase da vida vai além do que os olhos podem ver. De acordo com ela, em uma sociedade que cultiva o que é jovem e belo, as pessoas idosas podem se sentir excluídas.
“O mais importante é a atitude interior. Por isso, é necessário cuidar de si e ir em busca daquilo que lhe faz bem, que traz brilho aos olhos e ao espírito”, diz a coordenadora.
VALORIZAÇÃO – Em 2017, a Secretaria da Família lançou uma campanha que valoriza as experiências que as pessoas idosas têm para compartilhar com os mais jovens e a cartilha “Conhecendo os direitos da pessoa idosa”, que convida esse público a cuidar de si e a conhecer seus direitos.
A rede socioassistencial do Paraná oferece ações e programas que estimulam a convivência e o protagonismo da pessoa idosa. Cursos de dança, pintura e outras atividades desenvolvidas pelos Centros de Referência da Assistência Social (Cras) estão disponíveis para pessoas idosas de qualquer faixa de renda e em todos os municípios paranaenses.
Também são ofertadas para esse público ações de inclusão digital e cursos de computação e uso de smartphones. Quase 3 mil pessoas idosas já foram capacitadas. Além disso, o Estado disponibiliza, de forma gratuita, a exibição de filmes na Sessão Sabedoria, que aborda temas como envelhecimento.