Projetos financiados pelo
Banco Mundial melhoram
atendimento na saúde

Redes Mãe Paranaense e Paraná Urgência contam com a parceria da instituição. Representantes do banco vieram acompanhar o andamento de projetos no setor
Publicação
11/11/2016 - 12:50
Editoria

Confira o áudio desta notícia

O Paraná recebeu nesta semana a visita de representantes do Banco Mundial que vieram acompanhar o andamento de projetos na área da saúde. O objetivo foi monitorar a execução dos recursos destinados à implantação e expansão das Redes Mãe Paranaense e Paraná Urgência.
Carros-chefe da gestão do governador Beto Richa no setor saúde, ambas as iniciativas contam com a parceria do Banco Mundial para a alocação de recursos de investimentos. "Estamos mostrando o quanto este apoio tem nos ajudado a transformar a rede pública de saúde paranaense. Os indicadores estão aí e confirmam este novo momento do SUS no Paraná", disse o secretário estadual da Saúde, Michele Caputo Neto.
Dentre os avanços conquistados nos últimos anos estão a redução da mortalidade materno-infantil e a diminuição dos índices de mortalidade por causas externas, com exceção da violência. "Toda essa organização da retaguarda de atendimento tem resultado em milhares de vidas salvas. Isso não tem preço", enfatizou o secretário.
Na quinta-feira (10), a comitiva do Banco Mundial teve a oportunidade de conhecer experiências de sucesso na região dos Campos Gerais. Pela manhã, o grupo foi a Ponta Grossa visitar a rede hospitalar vinculada ao SUS nas áreas de urgência e emergência e atenção materno-infantil. Já no período da tarde, o destino foi São João do Triunfo, onde o grupo pôde ver de perto o trabalho desenvolvido em uma unidade de saúde reformada com recursos do projeto.
De acordo com o superintendente de Atenção à Saúde, Juliano Gevaerd, a organização das redes de atenção estabeleceu um robusto fluxo de atendimento para cada tipo de demanda. "A ideia foi mostrar como funciona o trabalho em rede, onde a gestante, criança ou paciente em situação de urgência é encaminhado sempre para o serviço com a melhor estrutura e equipe para aquele determinado caso", explicou.
EXEMPLO - Para o especialista de saúde do Banco Mundial, Ezau Pontes, o que está sendo feito no Paraná serve de modelo para outros Estados que também desenvolvem projetos de saúde apoiados pelo banco. "No Brasil, não há nada melhor do que está sendo realizado no atendimento materno-infantil aqui no Paraná. Trata-se de uma experiência que merece ser levada a outros Estados e até países", disse o especialista.
Davide Zuchini, coordenador de projetos do Paraná e que atua no escritório do Banco Mundial em Washington, Estados Unidos, também acompanhou a visita.
Tanto a Rede Mãe Paranaense quanto a Rede Paraná Urgência propõem a organização do fluxo de atendimento através de pontos de atenção, como unidades de saúde, centros de Especialidades e hospitais. Para isso, é preciso integrar os serviços de saúde e estabelecer uma linha de cuidado para cada paciente.
REDE HOSPITALAR - O Hospital Universitário Regional dos Campos Gerais, em Ponta Grossa, é referência em média e alta complexidade. Na área materno-infantil, a estrutura é responsável pelo acompanhamento de gestantes de risco intermediário e alto risco, pois oferece assistência especializada.
Com o recurso do banco mundial, foi possível ampliar o número de leitos de UTI, implantar a maternidade e adquirir equipamentos importantes de diagnóstico, como o tomógrafo digital e a ressonância magnética.
Em cinco anos, a capacidade instalada do HU aumentou de 80 para 155 leitos. A taxa de ocupação chega perto de 85%. "Em 2011, não havia especialidades médicas no hospital. Depois de um amplo processo de reestruturação, conseguimos assumir novas responsabilidades e preencher vazios assistenciais", afirmou o diretor do HURCG, Everson Krum.
O número de cirurgias feitas no hospital em outubro deste ano (3 mil) foi superior ao realizado em todo o ano de 2015 - algo em torno de 2,7 mil procedimentos. "São ainda 170 partos e 300 consultas especializadas em obstetrícia por mês", complementa o diretor.
CUSTEIO - Na área de urgência e urgência, a mudança ocorreu no processo de trabalho dos hospitais da rede SUS. “Criamos incentivos financeiros para fortalecer a porta de entrada do sistema de saúde, a fim de vocacionar os hospitais para um determinado grupo de especialidades. Isso fez com que o paciente tivesse acesso a um serviço mais resolutivo e de forma mais ágil, graças a Central de Regulação”, declarou o coordenador da Rede Paraná Urgência Vinícius Filipak.
O Hospital Bom Jesus, visitado pela comitiva, se tornou referência em trauma e neurologia. Por isso, passou a receber recursos de custeio para auxiliar na manutenção das atividades e melhorar a qualidade do atendimento. O valor do repasse do Estado, através do programa HospSUS, hoje é de R$ 160 mil por mês.
Além disso, o governo estadual destinou recursos para a implantação da nova Central de Materiais e Esterilização. O novo espaço agilizou o processamento de materiais e também viabilizou a ampliação da capacidade de realização de cirurgias. O investimento ultrapassou a marca de R$ 550 mil, levando em conta também a aquisição de um aparelho neuronavegador para o centro cirúrgico.
BASE DO SISTEMA - Já no município de São João do Triunfo, a parceria com o Banco Mundial possibilitou a reformulação da rede básica de saúde. A Unidade de Saúde Central foi totalmente reformada e ainda deve ganhar novos equipamentos, no valor de R$ 115 mil. Há ainda uma obra de construção na área rural, que concentra a maior parte da população da cidade.
“Com o apoio do Estado, pudemos finalmente reformar esta unidade depois de 18 anos. Hoje ela é referência para o atendimento básico de cinco mil habitantes, tanto da região sul quanto da região norte da área urbana”, detalhou a secretária municipal de Saúde, Elenize Micharki. A prefeitura também foi beneficiada com recursos para a compra de veículos de uso exclusivo do transporte de pacientes.
PROJETO PARANAENSE - O financiamento do Banco Mundial, no valor de US$ 350 milhões, está sendo investido em nove programas do Governo do Paraná. São ações direcionadas aos setores de Saúde, Educação, Meio Ambiente, Agricultura, Planejamento, Administração e Gestão Fiscal.
O Projeto Multissetorial para o Desenvolvimento do Paraná foi elaborado na modalidade Swaps (Sector-Wide Approaches). Neste sistema, os recursos são liberados a partir do cumprimento de metas e resultados estabelecidos pela instituição financeira.

GALERIA DE IMAGENS