O professor paranaense Rubens Ferronato está entre os 50 finalistas da premiação “Global Teacher Prize 2018”, considerada o “Oscar” da categoria. Os 10 finalistas serão conhecidos na primeira semana de fevereiro. No dia 18 de março, o vencedor será anunciado, em Dubai, nos Emirados Árabes Unidos. O ganhador vai receber US$ 1 milhão.
Rubens foi indicado ao Global Teacher Prize pelo material pedagógico Multiplano, desenvolvido no início dos anos 2000, enquanto o docente ainda fazia parte do Quadro Próprio do Magistério (QPM) do Paraná. Hoje, Rubens se dedica a pesquisas para aprimorar o projeto, cursos de formação continuada para professores de Matemática e trabalhos voluntários.
Um desses trabalhos é desenvolvido uma vez por semana na Escola Estadual Dom Pedro II, no Batel, em Curitiba. Rubens utiliza a ferramenta para auxiliar alunos cegos a aprenderem a disciplina de acordo com suas experiências e conhecimento. “Com esse trabalho voluntário consigo diagnosticar quais as dificuldades de aprendizagem que os alunos cegos possuem e com isso desenvolver ferramentas pedagógicas para que eles aprendam melhor”, disse.
O equipamento desenvolvido por Rubens facilita que alunos cegos aprendam os conteúdos da disciplina pelo tato. O Multiplano é composto por uma placa de metal e um disco perfurados que permite que os alunos fixem pinos e observem (alunos não cegos) e sintam pelo tato (alunos cegos) até 108 conceitos matemáticos. “O Multiplano foi desenvolvido a partir do conceito do desenho universal, ou seja, ele é acessível para estudantes cegos e não cegos, assim a Matemática fica mais acessível a todos”, afirmou.
PREMIAÇÃO – O primeiro lugar no Global Teacher Prize vai levar para casa um milhão de dólares em premiação, valor dividido em dez parcelas. Com o dinheiro, se vencer, Ferronato pretende levar a ferramenta pedagógica para escolas de 30 países. “Também quero reforçar o trabalho voluntário na escola e doar novos equipamentos que ajudem no aprendizado da Matemática”, disse.
Em 2017, entre quatro e sete alunos cegos foram beneficiados pelo trabalho desenvolvido por Rubens na Escola Estadual Dom Pedro. “É uma forma de aprender a ensinar e incluir a pessoa cega e facilitar seu aprendizado”, acrescentou.